26/11/2012 10h23 - Atualizado em 05/01/2017 14h42

Seminários de Educação Patrimonial têm sequência em São Mateus


Moradores, membros das comunidades tradicionais do município e autoridades locais de São Mateus se reuniram nesse sábado (24) para participar do Seminário Patrimônio Cultural e Riscos, realizado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com o Instituto Sincades. As discussões estavam focadas no Sítio Histórico do Porto de São Mateus, abordando a preservação da cultura das comunidades tradicionais da região e dos imóveis do porto, assim como as melhores formas para a sua utilização. 

O Seminário contou com a presença do secretário de Estado da Cultura, Maurício Silva, e da subsecretária de Estado de Patrimônio Cultural do Espírito Santo, Joelma Consuêlo Fonseca e Silva. Na abertura do evento, os dois gestores destacaram a importância do Porto de São Mateus para o Espírito Santo e a participação da comunidade local para a sua preservação. 

O ciclo de palestras contou com a apresentação do arquiteto Pedro Canal Filho sobre Patrimônio Arquitetônico e Riscos. Canal ressaltou o desconhecimento, o vandalismo e a falta de uso como alguns dos maiores riscos a preservações desses bens. No primeiro caso, uma das consequências pode ser a intervenção inadequada e a interferência na estética original. Sobre o vandalismo, ele defende o combate diário com as fiscalizações e reparos imediatos. "Por fim, o uso, por si só já gera alguma preservação e conservação. O risco, nesse caso, é o mau uso, inadequado para a estrutura e o perfil do imóvel em questão", destacou.

A questão do uso também foi abordada pela geógrafa e professora da Ufes Simone Raquel Batista Ferreira que falou sobre o uso do meio ambiente e seus impactos sobre a cultura das comunidades tradicionais. Segundo a especialista, a destruição do meio ambiente está afetando a permanência e a perpetuação da cultura das comunidades tradicionais que sempre interagiram de forma sustentável com a natureza. 

Simone explicou que as populações tradicionais estão acostumadas a utilizar bem naturais como forma de sustentação da sua vida material, simbólica e afetiva, mas que a expansão industrial e extrativista de larga escala está colocando tudo isso em risco, especialmente no Norte do Estado. "A perda da diversidade biológica e seu potencial alimentício, medicinal, ritual e paisagístico está interferindo diretamente na vida das comunidades tradicionais", alertou.

O antropólogo Osvaldo Martins falou sobre Patrimônio Imaterial e Riscos e defendeu a relação entre a organização política da comunidade, a organização produtiva e o patrimônio cultural como forma e caminho para a preservação deste último.

Por fim, foi abordado o tema Patrimônio Museológico e Riscos, pelo arqueólogo Henrique Valadares. O município de São Mateus conta com cinco museus abertos à população e Valadares destacou como maiores riscos o abandono e os danos físicos. Como solução, ele aponta uma política curatorial para tratamento de riscos físicos ao acervo e a integração com a comunidade, através da visita permanente de escolas, por exemplo, para evitar o abandono.

Abaixo, confira a agenda das próximas edições do Seminário Patrimônio Cultural e Riscos:

Sítio Histórico de Santa Leopoldina
Data: 01 de dezembro de 2012
Local: CRAS - Centro de Referência em Assistência Social - Rua Prefeito Hélio Rocha, nº 1.110 - Centro - Santa Leopoldina
Horário: das 8 às 17 horas

Sítio Histórico de Muqui
Data: 08 de dezembro de 2012
Local: Salão Paroquial da Matriz São João Batista - Muqui 
Horário: das 8 às 17 horas

Sítio Histórico de São Pedro do Itabapoana
Data: 09 de dezembro de 2012
Local: Casa de Câmara e Cadeia - Clube Recreativo de São Pedro do Itabapoana - Mimoso do Sul
Horário: das 8 às 17 horas

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