Economia Criativa

Economia Criativa é um conceito em desenvolvimento, geralmente utilizado para demarcar setores e/ou atividades econômicas com maior grau de intensidade criativa. Isso é: embora todas as atividades humanas tenham algum grau de criatividade, entende-se que alguns segmentos e setores econômicos têm a criatividade como elemento central. Esta compreensão confere à criatividade um caráter multidimensional. A UNCTAD (2012, p.3), por exemplo, sugere que a criatividade seja pensada considerando três dimensões:

  1. artística, em que a criatividade envolve a imaginação e a capacidade de gerar novas ideias e formas de interpretar o mundo expressas por meio de textos, sons e imagens;
  2. científica, envolvendo a curiosidade e a vontade de fazer novas conexões e experimentos visando a resolução de problemas; e
  3. econômica, relacionada a um processo que leva a inovações relacionadas a ganhos de vantagens competitivas  (tecnológicas, em negócios e outras).

 

Seguindo a literatura e os estudos sobre a Economia Criativa no Espírito Santo (IDEIES, 2015; IJSN, 2016; SENAI, 2023), o programa ES+ Criativo considera como criativos cinco segmentos econômicos:

  1. Cultura: artesanato, artes cênicas, artes visuais, música, espetáculos e festivais e patrimônio;
  2. Gastronomia;
  3. Mídia: audiovisual e editorial;
  4. Criações funcionais: arquitetura, design e publicidade; e
  5. Tecnologia: tecnologia da informação, desenvolvimento de softwares e jogos digitais e pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Estes segmentos englobam setores público e privados; organizações sem fins lucrativos, como OSCs e fundações; associações profissionais; coletivos culturais; e diversos outros agentes econômicos que têm a criatividade como cerne de sua atuação. Juntos, os segmentos criativos representaram 1,24% do PIB capixaba em 2020, conforme dados do Itaú Cultural (2020). Em termos de emprego, cerca de 11,7% das pessoas ocupadas no Espírito Santo estavam atuando em atividades criativas, conforme dados do Instituto Jones dos Santos Neves para o último trimestre de 2023. Isso representa quase 205 mil criativos atuantes no estado.

Se por um lado estes números mostram o peso da economia criativa no estado, também apontam para o potencial de crescimento da mesma. Soma-se a isso o grande potencial criativo e inovador do Espírito Santo, estado marcado por significativa diversidade étnica e cultural e que adquiriu, em sua própria história, os elementos essenciais à produção de bens e serviços com valor agregado. É neste cenário que o ES+ Criativo se estrutura e é implementado.

Referências

Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento - UNCTAD. Relatório de economia criativa 2010: economia criativa, uma opção de desenvolvimento. Brasília: Secretaria da Economia Criativa/MinC; São Paulo: Itaú Cultural, 2012. Disponível em: https://unctad.org/system/files/official-document/ditctab20103_pt.pdf. Acesso em 25 nov. 2024.

Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo  - IDEIES. Mapeamento da Indústria Criativa no Espírito Santo. 2015. Disponível em: https://secult.es.gov.br/Media/Secult/Logomarcas/Estudo%20Industria%20Criativa%20no%20ES%20-%20Findes.pdf.

Acesso em: 19 out. 2023. 

Instituto Jones dos Santos Neves - IJSN. Economia Criativa no Espírito Santo. Painel de Indicadores. Vitória: IJSN, 2016. Disponível em: https://ijsn.es.gov.br/publicacoes/boletins/economia-criativa.

Acesso em: 25 nov. 2024.

Instituto Jones dos Santos Neves - IJSN. Economia Criativa no Espírito Santo. Economia Criativa. Vitória: IJSN, 2024. Disponível em: https://ijsn.es.gov.br/Media/IJSN/PublicacoesAnexos/textosdiscussao/TD57_Economia_Criativa_no_Espirito_Santo.pdf.

Acesso em: 19 out. 2023.

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Senai - DR/ES. Rota estratégica para o futuro do Espírito Santo: Economia Criativa 2035 – Vitória: Senai – DR/ES. 2023. Disponível em: https://portaldaindustria-es.com.br/system/repositories/files/000/001/391/original/rota_economia_criativa_2035.pdf?1697831139.

Acesso em: 23 out. 2023.



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