Uma maneira lúdica e criativa de entrar em contato com o mundo da literatura. Essa é a proposta da Oficina Literária que integra a exposição "Rubem Braga - O Fazendeiro do Ar" - que está aberta desde o final de março no Palácio Anchieta, no Centro de Vitória. Todos os dias, a mostra recebe diversas turmas de estudantes que, com olhares atentos e câmeras a postos, fazem o registro das instalações, objetos e documentos que contam a vida do grande cronista cachoeirense. Oferecida para algumas dessas turmas, a Oficina é realizada após a visita pela exposição e proporciona um contato intenso e criativo com diversos temas a partir da obra de Rubem Braga.

 

O professor de Língua Portuguesa Thiago Verissimo acompanhou a visita e a oficina realizadas com os alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Maria Penedo, localizado no Bairro de Itacibá, em Cariacica. Segundo ele, essa forma de contato dos estudantes com a exposição promove a aproximação com um ambiente que muitos ainda desconhecem. "Estudamos literatura e temos sempre como modelo pessoas de fora do Estado. Essa é uma excelente oportunidade de conhecer a literatura capixaba e de valorizar um autor reconhecido nacionalmente como Rubem Braga", disse o professor.

 

Ainda segundo Thiago, a oficina instiga os estudantes a lançarem um outro olhar sobre a realidade. "Eles tiveram a oportunidade de tocar a poesia, tocar a história. De uma maneira muito específica, a exposição agiu no modo de pensar, no modo de ver o mundo e isso pode interferir de maneira direta no aprendizado e na maneira como lidam com a vida".

 

 

Oferecida para estudantes da rede pública e privada, a Oficina Literária é um espaço de contato e de discussão sobre diversos assuntos suscitados pela exposição. A atividade também contribui para despertar o interesse de crianças e adolescentes pela literatura ao aproximar temáticas relacionadas na exposição com o cotidiano deles.

 

O mediador Helmar Spamer (Foto ao lado) conta que as oficinas são planejadas de acordo com os diferentes públicos e sempre baseadas em alguma obra de Rubem Braga. "Fazemos um bate-papo mesmo, vamos conversando com os estudantes e introduzindo o tema até mesmo sem eles perceberem", contou. "A gente se aproxima da linguagem deles e tenta incentivar a produção de texto sem pressão. Nós damos um endereço de e-mail para que, se eles quiserem, enviem seus textos para a gente. Sabemos que aqui, durante a oficina, seria muito complicado escrever", completou a mediadora Patrícia Titonelli (a direita).

 

Após receberem textos, os alunos fazem uma leitura em conjunto e analisam parte por parte, podendo livremente expor opiniões e tirar suas dúvidas a respeito da obra apresentada. Os mediadores garantem que mesmo os alunos ainda não alfabetizados também podem participar das oficinas. "Para os pequenos, fazemos a leitura dos textos com utilização de imagens. "Usamos uma crônica que fala sobre sementes. No final da oficina, damos uma sementinha para cada aluno e pedimos para que eles desenhem como acham que será a planta daquele grão. Assim, instigamos a imaginação deles", explica Helmar.

 

 

Para a oficina realizada com os alunos da Escola Maria Penedo, o tema escolhido foi "Linguagem". Depois da análise de uma música, escrita por Rubem Braga, e da clássica "Garota de Ipanema", de Vinícius de Moraes, a surpresa ficou por conta da entrega de letras de ritmos musicais atuais e que pertencem ao dia a dia da grande maioria dos alunos, como o funk e o sertanejo. Entre gargalhadas, eles leram as letras e compararam as quatro canções apresentadas.

 

 

Serviço:

Exposição interativa "Rubem Braga - O Fazendeiro do Ar"

Visitação: até 26 de maio de 2013

Palácio Anchieta - Praça João Clímaco s/n, Cidade Alta, Centro, Vitória

Terça a sexta-feira, das 8 horas às 18 horas

Sábado, domingo e feriados, das 9 horas às 17 horas

Agendamento: (27) 3636-1032 / 3636-1048

Entrada gratuita