O Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (Maes) recebe a exposição itinerante "Andy Warhol - Arte e Práticas para o dia a dia". Com curadoria de Jéssica Gogan, do Museu Andy Warhol, localizado na cidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, a abertura da mostra será hoje (quinta-feira 02), às 20 horas. O Maes é o primeiro museu do Brasil e do mundo a receber a mostra neste formato. A realização é da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com o Instituto de Ação Social e Cultural Sincades, com produção da Artunlimited.

Cineasta, fotógrafo, pintor, ilustrador comercial, produtor musical, escritor e até modelo - o artista norte-americano Andy Warhol (1928-1987) era radical em sua abordagem da arte. É considerado o mais pop artista plástico de todos os tempos. Ao falar o seu nome, imediatamente as imagens de Marilyn Monroe, Sopa Campbell´s e uma celebridade de peruca branca vêm à mente.

Warhol mudou o conceito de arte e transformou os objetos e processos do dia a dia em obras de arte e práticas artísticas. Chegou ao cenário da arte na década de 1960, em plena revolução do movimento Pop Art. No entanto, seu legado mais significativo foi seu processo criativo, mais que os objetos icônicos por ele produzidos. Warhol usou suas obras e práticas artísticas como estrutura para vivenciar, registrar, organizar e reproduzir o mundo ao seu redor.

A proposta da mostra "Andy Warhol - Arte e Práticas para o dia a dia" é abordar a vida e a obra do artista por meio de um enfoque especial sobre essas práticas de reinvenção do cotidiano. Nesse sentido, serão reunidas obras de Warhol que componham uma visão singular de sua produção, incluindo filmes, vídeos, instalações, papel de parede, produção de revistas e publicações, gravuras e documentação fotográfica, além de arquivos e materiais audiovisuais.

Processo de criação

A abrangente influência do artista deve-se, em parte, ao modo como ele fazia esse mundo parecer simples e fácil. Era só apontar e focar uma câmera, e Warhol produzia um filme; apropriava-se da foto publicitária de alguma celebridade e a usava como base para uma pintura; ou colocava o que quer que estivesse em sua mesa em uma caixa de papelão e criava uma "cápsula do tempo". Seu entusiasmo pelo dia a dia de seu mundo era tão grande como a paixão que dedicava aos métodos utilizados em capturar e registrar esse mundo. Warhol adorava tanto os instrumentos de enquadramento quanto o conteúdo emoldurado.

Museu como espaço criativo

O conceito central da curadoria desta mostra é a ênfase experimental na produção de espaços destinados a engajar diferentes públicos às práticas artísticas de Warhol, incluindo componentes interativos que façam um paralelo entre o artista e a cultura contemporânea.

O museu será como um laboratório. Serão oferecidas atividades para os visitantes como uma estação interativa de serigrafia na qual poderão manipular e produzir imagens; uma câmera de vídeo para fazer "Screen Test", testes de filmagem de quatro minutos; e uma máquina Xerox para documentar os objetos pessoais que os visitantes carregam consigo.

Uma das salas terá como tema a linha da vida de Warhol e abordará as famosas Cápsulas do Tempo. Um dia o artista lembrou-se de guardar, em caixas de cartão, objetos do dia a dia. Objetos que iam de desenhos a canetas, bilhetes de cinema ou discos de estimação. A ideia é que essas caixas (centenas delas) servissem de marcas de uma época, e que fossem abertas muitos anos depois da sua morte. Warhol chamou estas caixas de "Cápsulas do Tempo". Agora, o gênio da arte pop segue imortal através de suas cápsulas.

Programação educativa

Serão convidados artistas e pesquisadores que, tomando ainda o legado das práticas artísticas de Warhol, desenvolverão projetos de agenciamento sociocultural focados em comunidades. Dessa forma, o museu se torna agente de criação ao oferecer aos visitantes e às comunidades a experiência de coletar, documentar, reproduzir e experimentar novas mídias e processos, contando com a colaboração de diferentes artistas e pesquisadores.

Durante o percurso desta mostra serão coletadas e registradas diferentes etnografias do cotidiano de cada lugar, oferecendo um excelente material de reflexão e avaliação sobre os processos e impactos dessas iniciativas junto a artistas, críticos, educadores, professores e outros públicos, por meio de diversas publicações e seminários.

Antes da exposição chegar a Vitória a equipe do Maes passará por um treinamento, que consiste em oficinas e palestras com a curadora Jéssica Gogan e Luiz Guilherme Vergara, um dos principais arte-educadores do país, responsável por todo o projeto conceitual do setor educativo no Maes durante a exposição. Estes conhecimentos serão divididos com o público em geral a partir da realização de seminários, oficinas e palestras dentro e fora do museu.
 
Serviço:
"Andy Warhol - Arte e Práticas para o dia a dia", exposição no Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (Maes)
Abertura - quinta-feira (02 de abril)
Horário - 20 horas
Período - 02 de abril a 02 de julho
Visitação - terça a sexta-feira - 10 às 18 horas
                   Sábados, domingos e feriados - 12 ás 18 horas
Endereço - Av. Jerônimo Monteiro, 631, Centro, Vitória - Espírito Santo
Telefone - (27) 3132 8393
Entrada franca

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