17/07/2013 12h29 - Atualizado em 05/01/2017 14h27

Holanda recebe exposição com obras de Raphael Samu


A partir do próximo dia 21 os europeus terão a chance de conhecer uma pequena mostra do talento do artista Raphael Samu. Intitulada "Arete Musiva", a exposição reúne 18 trabalhos que demandaram paciência, cuidado e minuciosidade e ficará aberta no Museu Jan Van Togt, em Amsterdã, capital da Holanda, até o final de agosto. 

O mosaicista Raphael Samu é um dos expoentes das artes plásticas do Espírito Santo. Paulista radicado em Vila Velha e um dos mestres da arte do mosaico ou arte musiva, Samu tornou-se um exímio mosaicista sem nunca descuidar de outras técnicas visuais como o desenho, a pintura e a escultura. Esse feito garantiu ao artista o reconhecimento como uma das maiores referências nacionais em mosaico contemporâneo. 

Tendo adotado o Espírito Santo como sede de sua casa e de seu ateliê, o artista coloriu a paisagem capixaba com a intensidade de suas obras. Uma das mais relevantes encontra-se na entrada da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e foi dedicada à chegada do homem na Lua e às suas consequências para o destino da humanidade. 

Entretanto, não só o Espírito Santo foi agraciado com os trabalhos de Samu. Diversos outros Estados brasileiros receberam suas obras, especialmente São Paulo, onde ele participou ativamente do movimento muralista dos anos 1950, criando e realizando obras musivas para revestimento de prédios na capital.

Ao fazer circular esse acervo artístico de inestimável valor histórico e simbólico, a exposição promoverá a visibilidade internacional da arte capixaba e brasileira. A iniciativa tem produção executiva do Instituto Geração e a realização da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. Esta será a primeira exposição individual promovida fora do Brasil pela Secult. A execução da mostra também conta com a participação do Consulado Geral do Brasil na Holanda. 

Sobre Raphael Samu

Depois de uma trajetória meteórica nas artes plásticas em São Paulo, que incluiu curso de gravura em metal com Mário Gruber, História da Arte com Wolfgang Pfeiffer e xilogravura com Lívio Abramo, Raphael Samu passou a trabalhar na Divisão de Mosaico da empresa Vidrotil, produtora de pastilhas vítreas, entre 1959 e 1961. 

Em 1961, Samu aceitou o convite para ser professor da Escola de Artes Plásticas do Espírito Santo. Estabeleceu-se no Estado de forma definitiva, trazendo a expressão de seu talento artístico e tornando-se em pouco tempo um mestre respeitado e influente na formação dos artistas capixabas. 

Anos depois, em 1967, participou pela primeira vez da Bienal de São Paulo (na IX edição) com três desenhos. A partir de então, ?explodiu? na participação de mostras e exposições em salões, galerias e espaços culturais de todo o país. Em 1979 viajou para os Estados Unidos e executou ali três mosaicos para as instituições universitárias da West Virgínia.

Junto com a professora Freda Cavalcanti Jardim, Samu tornou-se uma das principais referências nacionais em mosaico contemporâneo. Ambos adotaram o Espírito Santo e nele cresceram como artistas do mosaico,  sempre apostando no futuro da arte. 

Durante o VIII Congresso Internacional da Associação Internacional do Mosaico Contemporâneo, realizada em setembro de 2002, em Vitória, Samu ficou entusiasmado com tanta gente jovem interessada em mosaico e levou o grupo para conhecer seu ateliê e travar contato com uma maquininha simples que concebeu para cortar tesselas de vidro ou de cerâmica, através da adaptação das alavancas de cobrir botões. 

Pequenas partes que formam o todo

A técnica da arte musiva consiste na colocação de tesselas, que são pequenos fragmentos de pedras, como mármore e granito moldados com tagliolo e martellina, pedras semipreciosas, pastilhas de vidro, seixos e outros materiais, sobre qualquer superfície. 

O objetivo do desenho é preencher algum tipo de plano, como pisos e paredes e é uma forma de arte decorativa milenar, que nos remete à 1438, na época greco-romana, quando teve seu apogeu. Nos dias de hoje, o mosaico ressurgiu, despertando grande interesse, sendo cada vez mais utilizado, artisticamente, na decoração de ambientes interiores e exteriores.

São exemplos de mosaico o calçadão de Copacabana, a disposição dos pisos e azulejos de uma casa e até mesmo algumas gravuras do artista holandês M. C. Escher que tratam do preenchimento do plano. 

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