23/06/2009 14h45 - Atualizado em 05/01/2017 14h56

Governo do Estado assina edital de licitação do Cais das Artes

O Cais das Artes sairá do papel em breve. O governador Paulo Hartung assinou na tarde desta terça-feira (23), em seu gabinete, no Palácio Anchieta, o edital de licitação para construção da obra. O arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha, que assina o projeto, também voltou ao Estado para compartilhar com a sociedade este momento que marca o início de um novo tempo para a cultura local. Também estiveram presentes a coordenadora do projeto, Cristina Gomes; a secretária de Cultura, Dayse Lemos; o secretário de Transportes e Obras Públicas, Neivaldo Bragato; e o diretor geral do Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo, Pedro Firme.

O Cais das Artes é a primeira obra de Paulo Mendes da Rocha em sua cidade natal. Ele sempre se emociona ao falar da obra: "Além da ação ao erguer o projeto, tudo será executado com muita emoção, pois sou muito ligado ao Estado onde nasci. Busquei privilegiar aquele desfile fantástico de navios que eu nunca cansei de admirar", disse. O complexo cultural será construído em um terreno de 20 mil metros quadrados na Enseada do Suá. A construção terá 150 metros de comprimento e cerca de 30 metros de altura e estará elevada a três metros do solo. Seu formato, que lembra o de um grande navio, irá dialogar com a atividade portuária da Baía de Vitória.

Para Dayse Lemos, "o Cais das Artes vai inserir o Espírito Santo no circuito internacional dos grandes espetáculos. Além de importar o que existe de melhor culturalmente no Brasil e no mundo, vai exportar produção capixaba de qualidade. O complexo cultural impulsionará também a produção dos músicos, atores e artistas plásticos do Espírito Santo. Além de ganhar um novo espaço de apresentação, eles passarão a se empenhar mais em seus projetos e espetáculos".

O governador Paulo Hartung agradeceu ao apoio da sociedade civil e de diversas instituições que colaboraram para que fosse possível a realização do projeto. "Foi uma trajetória de muitos obstáculos, mas felizmente, com o apoio de muitos, conseguimos superá-los. Por isso, quero agradecer aos nossos parceiros, que nos deram as mãos para que pudéssemos chegar até o dia de hoje".

Paulo Hartung ainda afirmou que a expectativa é que as obras comecem no segundo semestre de 2009, com um prazo de 20 meses de duração. "Para lançar esse edital hoje aguardamos a liberação de todas as licenças necessárias", ressaltou.

O projeto já foi aprovado em todas as instâncias. Já teve licenças expedidas pela Gerência Regional do Patrimônio da União (GRPU); Corpo de Bombeiros; Capitania dos Portos; Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) e Prefeitura de Vitória.

A obra, que  será gerenciada pelo Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes), vai ser executada em um prazo de dois anos. A previsão é que o edital seja publicado no Diário Oficial do Estado na segunda-feira.

Por se tratar de uma obra inédita, complexa e com tamanha importância, o Iopes optou por criar uma Comissão Especial de Licitação que irá tratar exclusivamente do Cais das Artes, formada por servidores de diversos órgãos e secretarias do Governo do Estado.

Teatro

O teatro será equipado para possibilitar usos múltiplos como concertos de música acústica ou amplificada, óperas, danças ou peças teatrais. Ele comportará 1.300 pessoas e contará com um palco de aproximadamente 600 m² e com um vão livre com mais de 25 metros de altura até o teto, o que vai permitir a utilização de diversos cenários em uma mesma apresentação.

O projeto prevê também um fosso para orquestra sob o palco, com dimensões que vão atender às exigências mundiais. O público que frequentar o teatro vai contar ainda com bar e cozinha, que terão a infraestrutura necessária para a preparação de refeições e lanches.

Museu


O projeto do museu contempla grandes salões com diversas alturas livres e diferentes tamanhos, totalizando cerca de três mil metros quadrados de área expositiva climatizada. As instalações poderão utilizar desde pequenos recintos, para obras que requerem ambientes controlados, a salões com altura livre de até 12 metros, para exposições de grande porte.

Esses salões serão amparados por uma série de espaços de serviços, que vão permitir, ainda, o desenvolvimento de pesquisas, palestras e ações educativas em geral. Completam o projeto do museu um auditório com capacidade de 225 lugares, uma biblioteca e um café.

O conjunto arquitetônico projetado tem como característica central a valorização do entorno paisagístico e histórico da cidade. A estrutura passará a idéia de leveza, bem ao estilo de Paulo Mendes. Ele decidiu suspender os edifícios do solo de modo a permitir visuais livres e desimpedidos desde a praça até paisagem ao redor. O visitante contemplará através de janelas e rampas envidraçadas o Convento da Penha e a Terceira Ponte.
 
Os dois edifícios que compõem o conjunto arquitetônico do Cais das Artes serão implantados em uma grande praça, que será uma extensão do museu e do teatro, pois ela abrigará eventos ao ar livre como exposições e até encenações.
 
Notícia no mundo

Em junho do ano passado, Paulo Mendes da Rocha levou o Cais das Artes para Londres, na Embaixada do Brasil. O projeto foi um dos destaques na exposição da Bienal de Arquitetura da capital inglesa.

O Cais das Artes também virou notícia pelo mundo. Em Tokyo, Japão, a revista "GA Document Internacional 2008" publicou uma matéria amplamente ilustrada sobre o projeto. A revista "Summa +", de Buenos Aires, Argentina, também dedicou várias páginas a Paulo Mendes da Rocha, com fotos da maquete. A Revista Internacional de Arquitetura 2G, de Barcelona, Espanha, é outra publicação que detalhou a obra do arquiteto e deu ênfase ao Cais das Artes, citando inclusive onde o projeto será instalado - em Vitória, Capital do Espírito Santo.

Paulo Mendes da Rocha


Paulo Mendes de Rocha é capixaba de Vitória, radicado em São Paulo. Formou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie de São Paulo, em 1954.  Paulo Mendes da Rocha assumiu nas últimas décadas uma posição de destaque na arquitetura brasileira contemporânea, tendo sido agraciado em 2006 com o Prêmio Pritzker, a mais importante premiação da arquitetura mundial.

Referências de Paulo Mendes da Rocha

1957 - Ginásio do Clube Atlético Paulistano, São Paulo.
1969 - Pavilhão brasileiro da Feira Internacional de Osaka, Japão, juntamente com Flávio Motta,Júlio Katinsky e Ruy Othake.
1973 - Estádio Serra Dourada em Goiânia
1986 - Museu Brasileiro da Escultura (MUBE), São Paulo
1989 - Museu de Arte de Campinas
1989/1990 - Casa Gerassi
1988/1999 - Reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo
1996/1998 - Reforma do Centro Cultural da FIESP, São Paulo.
1998 - Edifício do serviço estadual Poupatempo no bairro de Itaquera, em São Paulo.
2002 - Projeto para uma cobertura sobre a Galeria Prestes Maia, na Praça do Patriarca em São Paulo
2006 - Intervenção e reforma da Estação da Luz, em São Paulo e projeto do Museu da Língua Portuguesa naquele local
2008 - Novas instalações do Museu Nacional dos Coches nos terrenos das antigas Oficinas Gerais do Exército, na zona de Belém, em Lisboa.

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