23/04/2010 08h00 - Atualizado em
05/01/2017 15h10
Está aberta a exposição "Rembrandt e a arte da gravura" no Maes
A coleção de 78 gravuras e uma placa de impressão em metal do artista holandês Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669) já podem ser apreciadas no Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (Maes), no Centro de Vitória. O conjunto deixou provisoriamente o Museu Casa Rembrandt, em Amsterdã, e fica em solo capixaba até dia 16 de maio. A entrada é franca.
"Rembrandt e a arte da gravura" exibe um painel diversificado do que foi a produção gráfica do artista. Inclui autorretratos; paisagens; retratos de anônimos e celebridades da época; alegorias; nus e cenas do cotidiano, como camponeses, saltimbancos, curandeiros, e até um homem urinando. O grupo mais numeroso é formado por cenas bíblicas e religiosas, tema favorito de Rembrandt.
A curadoria é de Janrense Boonstra, diretor do Museu Casa de Rembrandt, montado na casa que foi residência e ateliê do artista, e Pieter Tjabbes, historiador de arte holandês, radicado no Brasil.
Realizada pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), a exposição chega a Vitória por meio de parceria com o Instituto de Ação Social e Cultural Sincades, com produção da Art Unlimited.
Abertura
A solenidade de abertura da exposição, realizada na noite desta quinta-feira (18), reuniu artistas, formadores de opinião, e autoridades como o governador Paulo Hartung. Todos puderam participar de uma visita guiada com curador Pieter Tjabbes.
A secretária de Estado da Cultura, Dayse Lemos, ressaltou a movimentação cultural pela qual o Espírito Santo tem passado. "A chegada da exposição é mais uma prova da inclusão do Espírito Santo na rota de exposições internacionais, visto que além de Rembrandt, o Palácio Anchieta está abrigando uma mostra do escultor italiano Michelangelo".
Ciclo de Palestras
Para aproximar as obras de Rembrandt da produção contemporânea de gravuras, será realizado um ciclo de palestras gratuito sobre o tema. A primeira será nesta sexta-feira (19), às 18 horas, no auditório do Maes.
O palestrante Pieter Tjabbes, curador da exposição vai falar sobre a relação entre o artista e o "Século de Ouro na Holanda". Já Carlos Martins, especialista em gravuras, vai ministrar a palestra "A Construção da imagem na gravura de Rembrandt". Ao final, os participantes vão acompanhar uma visita guiada.
A segunda palestra será no dia 20 de abril, às 19 horas, também no auditório do Maes. Desta vez, a palestra ficará a cargo de Maria Helena Lindenberg, artista plástica com especialização em gravuras, e Fernando Gomes, responsável pelo laboratório de gravuras da Ufes. As vagas são limitadas.
Programação paralela
Durante a exposição, atividades paralelas serão realizadas com os visitantes, como o workshop "Autorretratos: animação com flipbook". Cada participante vai captar imagens do próprio rosto, que serão estampadas num livreto. Ao ser rapidamente folheado, as gravuras darão a ilusão de movimento e animação. O workshop será ministrado nos finais de semana e não é necessário fazer inscrição prévia.
Além disso, os arte-educadores de escolas de todo o Estado são convidados a participar dos "Encontros de Arte-Educação". O objetivo é incentivar a formação, visitação e envolvimento dos professores para a disseminação das obras de Rembrandt e da exposição nas atividades pedagógicas. As atividades serão realizadas aos sábados, durante a mostra, de 15 às 17 horas, pela professora Priscila Chisté. As vagas são limitadas.
Um grupo de adolescentes do Pro Jovem também está envolvido com obras de Rembrandt. Nos dias 26 e 27 de abril eles vão visitar a exposição e, depois, participar de uma oficina de serigrafia, um processo de impressão no qual a tinta é vazada pela pressão de um puxador numa tela já preparada. Assim, eles vão conhecer as práticas artísticas usadas pelo artista atreladas a um processo artístico contemporâneo. A oficina será ministrada pelos integrantes do projeto "Me Use", do Coletivo Monográfico.
Os integrantes do Instituto TamoJunto, jovens artistas da Grande Vitória, também vão conhecer as obras de Rembrandt. Eles vão assistir a um vídeo sobre a produção contemporânea de grafite e, depois, visitar a exposição. O objetivo é expandir e estimular o envolvimento do jovem da periferia ao mundo da arte. Os encontros serão nos dias 27 de março, 17 de abril e 08 e 15 de maio.
As gravuras
Rembrandt deixou um amplo legado de pinturas e desenhos, além de aproximadamente 300 gravuras. Por seu caráter reprodutível, as gravuras adquiriram visibilidade muito maior do que as obras únicas. Foi com a produção gráfica que o artista ganhou, ainda em vida, reputação na Europa. A espontaneidade dos traços, os tons profundamente negros e inconfundíveis, e o emprego magistral da ponta-seca tornaram as gravuras de Rembrandt muito apreciadas por colecionadores da época.
As obras em água-forte - técnica que nasceu na Idade Média e foi desenvolvida por árabes para fazer a decoração de armamentos - não eram uma atividade meramente suplementar, nem devem ser consideradas subproduto inferior de suas pinturas, hoje muito mais conhecidas. Durante toda a sua vida produtiva, Rembrandt sempre levou muito a sério o trabalho gráfico, desde a juventude em sua cidade natal, Leiden, até os tempos áureos como artista renomado em Amsterdã. Somente no fim da vida ele deixou, aos poucos, de criar gravuras.
Seus primeiros trabalhos gráficos foram pequenos retratos de sua mãe, que indicam o ano de 1628. Neles, o estilo extremamente pessoal do artista já se evidencia: um estilo livre, com qualidades de esboço e um sombreamento que cria um efeito dramático de luz e sombra.
Enquanto os primeiros trabalhos de Rembrandt foram gravados a água-forte, com uso ocasional de outras técnicas, posteriormente o artista também recorreu à ponta-seca, em que o gravador risca diretamente sobre o metal com uma ponta.
A fragilidade das gravuras, que têm mais de 300 anos, exige um ambiente expositivo com iluminação bastante reduzida. Assim, antes de entrar na sala principal, o visitante passará por uma antesala para acomodar sua visão à baixa luz, na qual estarão vários painéis e textos sobre o artista e seu trabalho.
As matrizes de Rembrandt
O destino das matrizes de Rembrandt foi muito bem documentado já a partir do século XVII, mas pouco se sabe sobre como, antes disso, elas passaram do artista para outros proprietários. As matrizes dos retratos geralmente tornavam-se propriedade do modelo retratado. Com o passar do tempo, elas foram sendo vendidas para marchands, editores e colecionadores que fizeram, ou mandaram fazer, suas próprias impressões.
Em 1993, um grupo representativo de bons exemplares de matrizes foi adquirido pelo Museu Casa Rembrandt, que hoje possui o maior acervo do mundo em matrizes do artista. Atualmente, elas são consideradas importantes, sobretudo por revelarem a técnica e o método de gravação insuperáveis de Rembrandt. São valorizadas como verdadeiras obras de arte, e seu efeito estético não é inferior ao de uma boa impressão.
Vida de Rembrandt
Rembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu em 5 de julho de 1606, em Leiden, na Holanda. Em 1621, ele deixa a universidade para se tornar aprendiz de Jacob Isaacz van Swanenburgh, um pintor de Leiden. Depois de um breve, mas importante aprendizado com o famoso pintor Pieter Lastman, em Amesterdã, Rembrandt abriu um estúdio em Leiden, dividindo-o com seu colega Jan Lievens. Lá ele tem seus primeiros aprendizes.
Entre 1631 e 1633, o artista muda-se para Amsterdã e hospeda-se na casa do marchand Hendrick van Uylenburgh. Lá ele pinta "A aula de anatomia do Doutor Tulp", uma de suas obras mais famosas e revolucionárias.
Em 1634 casa-se com Saskia van Uylenburgh, sobrinha de Hendrick van Uylenburg, com quem adquire um casarão na rua Breestraat, que hoje faz parte do Museu Casa Rembrandt.
Em 1642, Saskia morre após longa enfermidade. A enfermeira da esposa, Geertge Dircx, muda-se para a casa do artista, para cuidar de seu filho Titus, e torna-se sua amante. Neste ano ele finaliza sua obra "A ronda noturna".
Em 1656, o artista fica totalmente endividado. Um ano depois seus bens são leiloados. Em 1662, ele pinta "Os síndicos da guilda de alfaiates de Amsterdã" e "A conspiração dos batavos". Em 04 de outubro de 1669, Rembrandt morre, e é enterrado na igreja Westerkerk, em Amsterdam, quatro dias depois.
SERVIÇO
Exposição "Rembrandt e a Arte da Gravura"
Data: 19 de março a 16 de maio
Local: Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio del Santo (Maes)
Endereço: Av. Jerônimo Monteiro, 631, Centro, Vitória - Espírito Santo
Horário para visitação: Terça a sexta-feira, de 10 às 18 horas
Sábados, domingos e feriados, de 12 às 18 horas
Marcação de visitas: www.secult.es.gov.br
Clicar em: Espaços culturais - Maes - Setor educativo - Agendamento
Entrada franca
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Secult
Larissa Ventorim
3345 9273 / 9902 1627
comunicacao@secult.es.gov.br
Aldeia Comunicação Corporativa
27 3215 1010
Geise Frigini - 27 9983 7157
Álvaro Vargas - 27 9316 9831
"Rembrandt e a arte da gravura" exibe um painel diversificado do que foi a produção gráfica do artista. Inclui autorretratos; paisagens; retratos de anônimos e celebridades da época; alegorias; nus e cenas do cotidiano, como camponeses, saltimbancos, curandeiros, e até um homem urinando. O grupo mais numeroso é formado por cenas bíblicas e religiosas, tema favorito de Rembrandt.
A curadoria é de Janrense Boonstra, diretor do Museu Casa de Rembrandt, montado na casa que foi residência e ateliê do artista, e Pieter Tjabbes, historiador de arte holandês, radicado no Brasil.
Realizada pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), a exposição chega a Vitória por meio de parceria com o Instituto de Ação Social e Cultural Sincades, com produção da Art Unlimited.
Abertura
A solenidade de abertura da exposição, realizada na noite desta quinta-feira (18), reuniu artistas, formadores de opinião, e autoridades como o governador Paulo Hartung. Todos puderam participar de uma visita guiada com curador Pieter Tjabbes.
A secretária de Estado da Cultura, Dayse Lemos, ressaltou a movimentação cultural pela qual o Espírito Santo tem passado. "A chegada da exposição é mais uma prova da inclusão do Espírito Santo na rota de exposições internacionais, visto que além de Rembrandt, o Palácio Anchieta está abrigando uma mostra do escultor italiano Michelangelo".
Ciclo de Palestras
Para aproximar as obras de Rembrandt da produção contemporânea de gravuras, será realizado um ciclo de palestras gratuito sobre o tema. A primeira será nesta sexta-feira (19), às 18 horas, no auditório do Maes.
O palestrante Pieter Tjabbes, curador da exposição vai falar sobre a relação entre o artista e o "Século de Ouro na Holanda". Já Carlos Martins, especialista em gravuras, vai ministrar a palestra "A Construção da imagem na gravura de Rembrandt". Ao final, os participantes vão acompanhar uma visita guiada.
A segunda palestra será no dia 20 de abril, às 19 horas, também no auditório do Maes. Desta vez, a palestra ficará a cargo de Maria Helena Lindenberg, artista plástica com especialização em gravuras, e Fernando Gomes, responsável pelo laboratório de gravuras da Ufes. As vagas são limitadas.
Programação paralela
Durante a exposição, atividades paralelas serão realizadas com os visitantes, como o workshop "Autorretratos: animação com flipbook". Cada participante vai captar imagens do próprio rosto, que serão estampadas num livreto. Ao ser rapidamente folheado, as gravuras darão a ilusão de movimento e animação. O workshop será ministrado nos finais de semana e não é necessário fazer inscrição prévia.
Além disso, os arte-educadores de escolas de todo o Estado são convidados a participar dos "Encontros de Arte-Educação". O objetivo é incentivar a formação, visitação e envolvimento dos professores para a disseminação das obras de Rembrandt e da exposição nas atividades pedagógicas. As atividades serão realizadas aos sábados, durante a mostra, de 15 às 17 horas, pela professora Priscila Chisté. As vagas são limitadas.
Um grupo de adolescentes do Pro Jovem também está envolvido com obras de Rembrandt. Nos dias 26 e 27 de abril eles vão visitar a exposição e, depois, participar de uma oficina de serigrafia, um processo de impressão no qual a tinta é vazada pela pressão de um puxador numa tela já preparada. Assim, eles vão conhecer as práticas artísticas usadas pelo artista atreladas a um processo artístico contemporâneo. A oficina será ministrada pelos integrantes do projeto "Me Use", do Coletivo Monográfico.
Os integrantes do Instituto TamoJunto, jovens artistas da Grande Vitória, também vão conhecer as obras de Rembrandt. Eles vão assistir a um vídeo sobre a produção contemporânea de grafite e, depois, visitar a exposição. O objetivo é expandir e estimular o envolvimento do jovem da periferia ao mundo da arte. Os encontros serão nos dias 27 de março, 17 de abril e 08 e 15 de maio.
As gravuras
Rembrandt deixou um amplo legado de pinturas e desenhos, além de aproximadamente 300 gravuras. Por seu caráter reprodutível, as gravuras adquiriram visibilidade muito maior do que as obras únicas. Foi com a produção gráfica que o artista ganhou, ainda em vida, reputação na Europa. A espontaneidade dos traços, os tons profundamente negros e inconfundíveis, e o emprego magistral da ponta-seca tornaram as gravuras de Rembrandt muito apreciadas por colecionadores da época.
As obras em água-forte - técnica que nasceu na Idade Média e foi desenvolvida por árabes para fazer a decoração de armamentos - não eram uma atividade meramente suplementar, nem devem ser consideradas subproduto inferior de suas pinturas, hoje muito mais conhecidas. Durante toda a sua vida produtiva, Rembrandt sempre levou muito a sério o trabalho gráfico, desde a juventude em sua cidade natal, Leiden, até os tempos áureos como artista renomado em Amsterdã. Somente no fim da vida ele deixou, aos poucos, de criar gravuras.
Seus primeiros trabalhos gráficos foram pequenos retratos de sua mãe, que indicam o ano de 1628. Neles, o estilo extremamente pessoal do artista já se evidencia: um estilo livre, com qualidades de esboço e um sombreamento que cria um efeito dramático de luz e sombra.
Enquanto os primeiros trabalhos de Rembrandt foram gravados a água-forte, com uso ocasional de outras técnicas, posteriormente o artista também recorreu à ponta-seca, em que o gravador risca diretamente sobre o metal com uma ponta.
A fragilidade das gravuras, que têm mais de 300 anos, exige um ambiente expositivo com iluminação bastante reduzida. Assim, antes de entrar na sala principal, o visitante passará por uma antesala para acomodar sua visão à baixa luz, na qual estarão vários painéis e textos sobre o artista e seu trabalho.
As matrizes de Rembrandt
O destino das matrizes de Rembrandt foi muito bem documentado já a partir do século XVII, mas pouco se sabe sobre como, antes disso, elas passaram do artista para outros proprietários. As matrizes dos retratos geralmente tornavam-se propriedade do modelo retratado. Com o passar do tempo, elas foram sendo vendidas para marchands, editores e colecionadores que fizeram, ou mandaram fazer, suas próprias impressões.
Em 1993, um grupo representativo de bons exemplares de matrizes foi adquirido pelo Museu Casa Rembrandt, que hoje possui o maior acervo do mundo em matrizes do artista. Atualmente, elas são consideradas importantes, sobretudo por revelarem a técnica e o método de gravação insuperáveis de Rembrandt. São valorizadas como verdadeiras obras de arte, e seu efeito estético não é inferior ao de uma boa impressão.
Vida de Rembrandt
Rembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu em 5 de julho de 1606, em Leiden, na Holanda. Em 1621, ele deixa a universidade para se tornar aprendiz de Jacob Isaacz van Swanenburgh, um pintor de Leiden. Depois de um breve, mas importante aprendizado com o famoso pintor Pieter Lastman, em Amesterdã, Rembrandt abriu um estúdio em Leiden, dividindo-o com seu colega Jan Lievens. Lá ele tem seus primeiros aprendizes.
Entre 1631 e 1633, o artista muda-se para Amsterdã e hospeda-se na casa do marchand Hendrick van Uylenburgh. Lá ele pinta "A aula de anatomia do Doutor Tulp", uma de suas obras mais famosas e revolucionárias.
Em 1634 casa-se com Saskia van Uylenburgh, sobrinha de Hendrick van Uylenburg, com quem adquire um casarão na rua Breestraat, que hoje faz parte do Museu Casa Rembrandt.
Em 1642, Saskia morre após longa enfermidade. A enfermeira da esposa, Geertge Dircx, muda-se para a casa do artista, para cuidar de seu filho Titus, e torna-se sua amante. Neste ano ele finaliza sua obra "A ronda noturna".
Em 1656, o artista fica totalmente endividado. Um ano depois seus bens são leiloados. Em 1662, ele pinta "Os síndicos da guilda de alfaiates de Amsterdã" e "A conspiração dos batavos". Em 04 de outubro de 1669, Rembrandt morre, e é enterrado na igreja Westerkerk, em Amsterdam, quatro dias depois.
SERVIÇO
Exposição "Rembrandt e a Arte da Gravura"
Data: 19 de março a 16 de maio
Local: Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio del Santo (Maes)
Endereço: Av. Jerônimo Monteiro, 631, Centro, Vitória - Espírito Santo
Horário para visitação: Terça a sexta-feira, de 10 às 18 horas
Sábados, domingos e feriados, de 12 às 18 horas
Marcação de visitas: www.secult.es.gov.br
Clicar em: Espaços culturais - Maes - Setor educativo - Agendamento
Entrada franca
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