Tiveram início na segunda-feira (08) as Oficinas Experimentais realizadas pelo Coletivo Expurgação. O projeto foi contemplado no edital da Secult/ES de Projetos culturais de pequeno porte e desenvolvido em parceria com a Escola Estadual Maria Ortiz, localizada no Centro de Vitória.

As oficinas possibilitam o acesso ao processo de produção de material cultural e artístico em grupo, coletivamente, de maneira que os envolvidos passem a se enxergar como produtores e agentes multiplicadores dessas atividades. Gustavo Senna, coordenador do projeto, conta que durante as oficinas pode notar o interesse e o envolvimento  dos alunos ao descobrirem formas de produção artística ou mesmo de trabalho profissional.

Ao identificar seus agentes com os temas, as oficinas oferecem possibilidades de troca e diálogo pelas vias tradicionais, mas, sobretudo, a partir de ferramentas digitais e a internet, como é o caso da Oficina de Áudio, que tem como objetivo demonstrar e aplicar os princípios relacionados ao áudio no campo da gravação utilizando também interfaces populares e acessiveis.

Segundo Alexandre Barcelos, oficineiro, durante a aula foi explicado a importância de conhecer mais a fundo a física e a matemática que giram em torno das ondas sonoras."Conscientes do comportamento físico do som, os alunos podem se sentir mais a vontade em dar vazão a sua criatividade, e então experimentar gravações, improvisações, e desenvolver o lado intuitivo da experimentação sonora" , completa Alexandre.

Outros temas mais desconhecidos pela faixa etária que percorreu entre 15 e 18 anos, foi a oficina de Serigrafia. O aluno Wanderson Andrade disse ter ficado surpreso com o processo da Serigrafia ser tão manual, artesanal. Já a aluna Thamyres Christina não se conteve com apenas uma oficina e tentou aproveitar a de Publicação Alternativa ao mesmo tempo. "Eu acho a Serigrafia uma arte pouco valorizada e até desconhecida. Hoje descobri atividades da serigrafia que eu não conhecia, e pude aprender a fazer na prática também".

O objetivo principal das oficinas é despertar, no aluno, um olhar sensível ao processo criativo, tanto individual como coletivo. Além disso, oferece conhecimentos teóricos e permite desenvolver na prática as etapas necessárias a produção do exercício apresentado. Durante as oficinas estará disponibilizado aos alunos todo material necessário para desenvolvimento das ações. A equipe de oficineiros, em sua maioria, recém formados em Desenho Industrial e Artes Plásticas da UFES, terão ainda dois dias para, intencionalmente, compartilhar seus conhecimentos e experiências na produção de material artístico junto a esses jovens.    

Yuri Salvador, responsável por todo registro em foto e vídeo das oficinas, destacou como é interessante ver os desdobramentos que podem surgir a partir dessas atividades. Segundo Yuri, "normalmente o ensino é muito técnico e a arte e as formas de manifestação e comunicação são deixadas em segundo plano. Um projeto como este torna-se importante por ser um canal entre o aluno e a escola, que pode incentivar e gerar novas ações.".

As oficinas seguiram até a quarta-feira (10), e contarão com uma apresentação artística aberta aos demais alunos da Escola Maria Ortiz, nesta sexta feira, 12, onde o Coletivo Expurgação fará uma breve exposição do material produzido pelos alunos durante as oficinas, com música e arte.

Sobre as Oficinas Experimentais

Oficina de Serigrafia
Oficineiros: Francisco Neto e Raphael Gaspar
Objetivo: A oficina de serigrafia pretende estimular os participantes a desenvolver trabalhos em serigrafia, com o intuito de estimular a criatividade e o convívio coletivo através da experimentação. Por ser um processo de impressão artesanal, as possibilidades de variação, uso de tintas, sobreposição de camadas, tornam-se infinitas deixando o participante a vontade para poder experimentar composições em diferentes suportes como papel, tecido, camisetas etc.

Oficina de Áudio
Oficineiros: Arthur Navarro e Alexandre Barcelos
Objetivo: A oficina de áudio tem como objetivo demonstrar e aplicar os princípios relacionados ao áudio no campo da gravação utilizando interfaces de áudio populares e profissional. Esta vivência coletiva tem o intuito de estimular a criatividade dos jovens, assim como encorajá-los a terem contato com ferramentas digitais e as possibilidades que imergem neste meio.

Oficina de Stop Motion
Oficineiros: Felipe Mattar e Reinaldo Guedes
Objetivo: A oficina tem como objetivo apresentar aos participantes os conceitos básicos para a produção de animações utilizando a técnica de animação stop motion. Após conhecer as diferentes formas de expressar uma idéia através do stop motion os participantes produzirão em conjunto uma animação com essa técnica.

Oficina de Intervenção Urbana
Oficineiros: Huemerson Leal e Marcelo Oliveira
Objetivo: Pretendemos desenvolver, através da pintura, colagem/stiker, stencil, entre outros métodos, uma experiência visual interativa com o cotidiano urbano. Teremos o foco na sensibilização dos participantes para os diversos estímulos sensoriais que o espaço urbano nos proporciona, pensando, a partir dai, como poderemos interagir com esses estímulos para criar uma expressão visual que se comunique com o espaço e pessoas através das técnicas e materiais propostos pelos oficineiros, que estarão abertos à discussões para que novas possibilidades possam surgir durante o processo.

Oficina de Publicação Alternativa
Oficineiros: Wérllen Castro e Gláucio Barcelos
Objetivo: A oficina corresponde ao processo de criação e desenvolvimento de uma publicação alternativa simples com cerca de 20 páginas à ser reproduzida por xerox. Serão desenvolvidos materiais através de colagens, desenhos, transfer e outras técnicas analógicas. O objetivo é desenvolver tanto o trabalho individual quanto o coletivo, resultando em um livreto simples que poderá ser xerocado e distribuído livremente pelos participantes.

Informações
Coordenação: Gustavo Senna, designer e Lorena Louzada, produtora cultural.
(27) 3026-0998 / 9813-4832
comandokalakuta@gmail.com