Economia Criativa: Tradição e habilidades para exportação
Musicalização, cultura e educação ambiental somados a uma trajetória concreta de projetos que valorizam e descobrem novos talentos. Esta é filosofia pregada pelo Instituto Preservarte, que há 16 anos realiza trabalhos socioculturais voltados para jovens e adolescentes reunidos em um grande ideal: multiplicar conhecimento e despertar novas habilidades.
No formato de cursos de musicalização, participação em concertos, corais e recitais, aulas de canto, oficinas de capoeira, conscientização e preservação do meio ambiente, o Instituto também é referência no curso de luteria, por meio do projeto Trabalharte, que consiste no ofício de construir instrumentos musicais de corda.
Desde 2004, o município de João Neiva, localizado no Norte do Estado, ganhou o reconhecimento como o mais importante centro nacional de produção artesanal de instrumentos musicais de corda. Músicos e orquestras de várias partes do país fazem encomendas de instrumentos feitos pelas mãos dos quase 400 alunos participantes do projeto, naturais de João Neiva e vindos de outros estados.
A união do ofício profissional de luteria e a oportunidade de conquistar uma profissão valorizada na área tem um grande peso econômico, social e cultural para o município. Para a presidente do Instituto Preservarte Estela Maris Casara, o curso é muito significativo na área musical. “A profissão de luthier ainda é rara no país, com poucos representantes do ofício. A ideia é formar profissionais capacitados, para que os mesmos possam contribuir na qualidade dos instrumentos confeccionados no Brasil”.
Há quase 30 anos imerso no universo musical, o idealizador do Instituto e também pioneiro na prática de luteria no Estado, Renato Casara dedica toda sua trajetória e sabedoria para a formação de luthiers pelo país. “O Brasil tem uma imensidão de instrumentos importados que precisam de manutenção e reparos, além de uma pequena quantidade de instrumentos produzidos nacionalmente, por isso a extrema importância do ensino da profissão.”
Com pessoas capacitadas para realizar o serviço, cresce a quantidade violinos, violões, violas e violoncelos, construídos da mesma forma como é ensinado: com amor, dedicação, paciência e com um enorme desejo de mostrar o que o instituto e seus aprendizes são capazes.