15/05/2009 08h13 - Atualizado em 05/01/2017 14h23

Claudio Lachini lança livro sobre Vasco Fernandes Coutinho

A história do Espírito Santo ganhará um novo registro com o lançamento da obra "Vasco - Memórias de um precursor da globalização". O romance histórico, do jornalista Claudio Lachini, será apresentado para convidados na quinta-feira (21), às 19 horas, no Forte de Piratininga, na área do 38º Batalhão de Infantaria (BI), em Vila Velha. A publicação é patrocinada pelo Instituto de Ação Social e Cultural Sincades, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

Vasco Fernandes Coutinho, um fidalgo português, foi o primeiro capitão donatário da Capitania Hereditária do Espírito Santo. Chegou à pequena praia de Piratininga no dia 23 de maio de 1535, que caiu em um domingo de Pentecostes, e por isso batizou a terra da qual veio a tomar posse de Espírito Santo. Com ele vieram 60 degredados, ex-prisioneiros que, a seu pedido, o rei dom João III libertou da prisão do Limoeiro, em Lisboa.

"Quem foi esse Vasco, excomungado pelo bispo dom Pero Fernandes Sardinha, aquele que os índios Caeté comeram no litoral nordestino?" Lachini responderá essa pergunta. Além da excomunhão, a história brasileira registra bem pouco sobre ele. Frei Vicente do Salvador, o primeiro historiador nativo, escreveu que ele morreu tão pobre que não tinha de seu "nem um lençol para o amortalhar".

Claudio Lachini pesquisou durante um ano a vida do primeiro povoador do Espírito Santo. O autor - baseado em documentos e extensa pesquisa bibliográfica - lembra que, ao morrer aos 73 anos de idade, em 1561, o donatário tinha um engenho de açúcar, canaviais e quinze escravos negros, embora tivesse renunciado ao posto de capitão, forçado pela idade, pela doença e pelas intrigas armadas contra ele.

Ao contar as misérias humanas do herói, o romance narra de forma sucinta e bem engendrada que Vasco trouxe para o Brasil sua amante portuguesa, Ana Vaz, bem como o filho gerado fora do casamento, e seu herdeiro, igualmente chamado Vasco Fernandes Coutinho, o sexto desse nome na família.
 
"Esse mundo de Deus não me é estranho, porque aprendi a ver sua largueza onde o mar me levou e compreendi sua pequenez a cada ser humano que encontrei", diz Vasco, que esteve na China em 1522 e de onde voltou fugido.

Segundo o escritor e jornalista Geraldo Hasse, que assina a orelha do livro, a narrativa "tem um encantador sotaque luso antigo e traz à tona um Portugal esquecido, ainda que cantado por Camões".
 
Entre outros livros, Claudio Lachini escreveu "Sperandio", romance sobre a imigração italiana no Espírito Santo, lançado em 2007 pela Editora Barcarolla, de São Paulo. Se em seu primeiro livro de ficção e história Lachini deu vida a um imigrante italiano do século XIX, em "Vasco", ele corporifica o personagem título, salvador de Arariboia isolado pelos Tupinambás e pelos franceses na hoje Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, e constrói interessante diálogo com o jesuíta José de Anchieta.


Serviço:

Lançamento do livro "Vasco - Memórias de um precursor da globalização"
Autor: Claudio Lachini, 264 páginas, R$ 40,00
Editora Barcarolla Ltda., São Paulo
Data: quinta-feira (21)
Horário: 19 horas
Local: Forte de Piratininga, na área do 38º BI , em Vila Velha.


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