22/07/2009 11h59 - Atualizado em
05/01/2017 14h56
Cinema esquenta a temperatura no interior
Depois de inspirar histórias e participar das gravações, o interior do Espírito Santo sentirá mais uma vez a emoção do cinema. No próximo final de semana será realizado o lançamento dos médias-metragens capixabas "Hochtijd - Casamento Pomerano", de Jorge Kuster Jacob e Adriana Guimarães Jacobsen, no município de Vila Pavão, e "Olho de Gato Perdido", de Vitor Graize, no município de Pancas.
Desta vez, os moradores acompanharão o resultado final do trabalho cinematográfico feito nas cidades com a participação de membros da comunidade para resgatar a memória e o patrimônio histórico e cultural da região. As apresentações serão gratuitas e realizadas em uma tela de cinema montada na rua como forma de democratizar os espaços de exibição.
A programação começará na sexta-feira, 24, no centro de Vila Pavão, a partir das 19 horas. Na primeira noite, além de acompanhar ao lançamento do filme sobre o casamento pomerano, o público poderá rever o curta-metragem "Bate-Paus", também gravado no município e dirigido por Jorge Jacob; assistir a uma apresentação de fotos do filme, e no encerramento, dançar ao ritmo da concertina.
No sábado, 25, será a vez da comunidade de Pancas ganhar uma sessão de cinema ao ar livre, a partir das 20 horas, na rua em frente à Igreja Matriz. Os moradores assistirão ao documentário "Olho de Gato Perdido" sobre o faroeste "Olho de Gato", filme gravado por moradores da região na década de 70.
Casamento Pomerano
Selecionado através do Concurso Doc Capixaba - Prêmio Estímulo de Documentário (2008), promovido pela Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (Secult) e produzido pela Galpão Produções, "Hochtijd - Casamento Pomerano" foi gravado no período de 25 de janeiro a 02 de fevereiro deste ano, em Vila Pavão, numa antiga casa que abrigará o museu municipal.
Os diretores acompanharam um casamento real para reconstituir os principais momentos das antigas cerimônias que reuniam dezenas de famílias no decorrer de três dias. Para escolher os protagonistas, a produção realizou um concurso entre noivos da cidade, selecionando, ao final, a dona de casa Zelira Wilmer e o lavrador Paulo Boenning.
Com duração de 40 minutos, o filme resgata diferentes rituais. Um dos mais significativos é o vestido preto usado pela noiva em um dos rituais do casamento. Existem duas interpretações: o costume representaria um protesto da noiva, pois, no período colonial, a moça era obrigada a deitar-se primeiro com o dono da terra, em sinal de obediência aos senhores proprietários. De acordo com outra interpretação a saída da noiva da casa dos pais para viver uma nova realidade na casa dos familiares do sogro significa "morte social".
Mas a cerimônia é cercada de vários detalhes diferentes dos casamentos atuais, desde o período de preparação até dia seguinte ao casamento. O "convidador", irmão mais novo da noiva, por exemplo, substitui os convites impressos. Isso porque ele percorre a cidade para fazer o solene convite às famílias de parentes e amigos. Em sinal de homenagem aos noivos, o convidado toma um gole de uma mistura de bebidas alcoólicas conhecida como rabo-de-galo, entrega uma contribuição financeira e prega uma fita nas costas do "convidador" que segue o caminho para fazer novos convites.
Na programação do casamento, uma extensa mesa de madeira exibe a farta comida composta por receitas tradicionais como o brote, pão de casca seca feito a partir da mistura de inhame, batata doce e milho. Os noivos sentam-se à cabeceira onde ergue-se um arco de flores, e os convidados espalham-se pelos demais lugares da mesa para celebrar o acontecimento social.
Toda a festa é animada pelo som da concertina e muita dança. Um dos rituais é o baile do quebra-louça realizado dentro da sala. Uma senhora da família com o avental carregado de louça velha joga os pratos ao chão diante dos noivos que dançam sobre os cacos. Aqueles pedaços que sobram são guardados num pequeno baú como símbolo de segurança para o casal. Diferente dos casamentos tradicionais, no ritual pomerano, ao final das comemorações, os noivos arrumam o quintal e a casa onde ocorreu a festa, antes de partirem para a nova vida juntos.
Olho de Gato Perdido
"Olho de Gato" é o título do faroeste rodado em 1975, na cidade de Pancas, dirigido pelo relojoeiro Ailton Claudino de Barros e protagonizado pelo lavrador José Augusto Damaceno e pelo soldado e amante de cinema Luiz Carlos Betencurte.
A realização do faroeste mobilizou toda a cidade e hoje permanece apenas na lembrança daqueles que participaram do projeto, já que o paradeiro da obra é desconhecido. O documentário "Olho de Gato Perdido" realiza a busca pelo rolo original do filme. A procura tem dois caminhos: um material, que segue as pistas da localização da única cópia do filme; e em outro caminho imaterial, através das memórias daqueles que dele participaram.
O faroeste rodado em Super-8 e desaparecido desde 2007 é o tema de "Olho de Gato Perdido", documentário de Vitor Graize. Com 52 minutos de duração, o filme integra a quarta edição do concurso DOCTV, que tem como objetivos gerais a regionalização da produção de documentários, a articulação de um circuito nacional de teledifusão e a criação de ambientes de mercado para o documentário brasileiro. O filme é uma co-produção da TVE/ES, Instituto Marlin Azul (IMA) e Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec).
O DOCTV é um Programa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, Abepec, TV Cultura e TV Brasil, com o apoio institucional da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas (ABD).
Serviço
Sexta-feira - 24 de julho, às 19 horas
Lançamento do média-metragem "Hochtijd Casamento Pomerano", de Jorge Jacob e Adriana Guimarães Jacobsen (documentário, 40 minutos, 2009)
Local: Centro de Vila Pavão
Outras atrações: apresentação do curta-metragem "Bate Paus" de Jorge Jacob e Adriana Jacobsen (documentário, 15 minutos, 2004), exibição das fotos do filme, entrega do álbum e baile de concertina.
Sábado, 25 de julho, às 20 horas
Lançamento do média-metragem "Olho de Gato Perdido", de Vitor Graize (documentário, 52 minutos, 2009)
Local: Praça da Igreja Matriz de Pancas
Informações à imprensa
Marialina Antolini / Simony Leite
Assessoria de Comunicação
Instituto Marlin Azul
27 3327 2751 / 27 8123 8545
Desta vez, os moradores acompanharão o resultado final do trabalho cinematográfico feito nas cidades com a participação de membros da comunidade para resgatar a memória e o patrimônio histórico e cultural da região. As apresentações serão gratuitas e realizadas em uma tela de cinema montada na rua como forma de democratizar os espaços de exibição.
A programação começará na sexta-feira, 24, no centro de Vila Pavão, a partir das 19 horas. Na primeira noite, além de acompanhar ao lançamento do filme sobre o casamento pomerano, o público poderá rever o curta-metragem "Bate-Paus", também gravado no município e dirigido por Jorge Jacob; assistir a uma apresentação de fotos do filme, e no encerramento, dançar ao ritmo da concertina.
No sábado, 25, será a vez da comunidade de Pancas ganhar uma sessão de cinema ao ar livre, a partir das 20 horas, na rua em frente à Igreja Matriz. Os moradores assistirão ao documentário "Olho de Gato Perdido" sobre o faroeste "Olho de Gato", filme gravado por moradores da região na década de 70.
Casamento Pomerano
divulgação
Cena do filme Casamento Pomerano
Os diretores acompanharam um casamento real para reconstituir os principais momentos das antigas cerimônias que reuniam dezenas de famílias no decorrer de três dias. Para escolher os protagonistas, a produção realizou um concurso entre noivos da cidade, selecionando, ao final, a dona de casa Zelira Wilmer e o lavrador Paulo Boenning.
Com duração de 40 minutos, o filme resgata diferentes rituais. Um dos mais significativos é o vestido preto usado pela noiva em um dos rituais do casamento. Existem duas interpretações: o costume representaria um protesto da noiva, pois, no período colonial, a moça era obrigada a deitar-se primeiro com o dono da terra, em sinal de obediência aos senhores proprietários. De acordo com outra interpretação a saída da noiva da casa dos pais para viver uma nova realidade na casa dos familiares do sogro significa "morte social".
Mas a cerimônia é cercada de vários detalhes diferentes dos casamentos atuais, desde o período de preparação até dia seguinte ao casamento. O "convidador", irmão mais novo da noiva, por exemplo, substitui os convites impressos. Isso porque ele percorre a cidade para fazer o solene convite às famílias de parentes e amigos. Em sinal de homenagem aos noivos, o convidado toma um gole de uma mistura de bebidas alcoólicas conhecida como rabo-de-galo, entrega uma contribuição financeira e prega uma fita nas costas do "convidador" que segue o caminho para fazer novos convites.
Na programação do casamento, uma extensa mesa de madeira exibe a farta comida composta por receitas tradicionais como o brote, pão de casca seca feito a partir da mistura de inhame, batata doce e milho. Os noivos sentam-se à cabeceira onde ergue-se um arco de flores, e os convidados espalham-se pelos demais lugares da mesa para celebrar o acontecimento social.
Toda a festa é animada pelo som da concertina e muita dança. Um dos rituais é o baile do quebra-louça realizado dentro da sala. Uma senhora da família com o avental carregado de louça velha joga os pratos ao chão diante dos noivos que dançam sobre os cacos. Aqueles pedaços que sobram são guardados num pequeno baú como símbolo de segurança para o casal. Diferente dos casamentos tradicionais, no ritual pomerano, ao final das comemorações, os noivos arrumam o quintal e a casa onde ocorreu a festa, antes de partirem para a nova vida juntos.
Olho de Gato Perdido
Foto: Raphael Araújo
Cena de Olho de Gato Perdido
A realização do faroeste mobilizou toda a cidade e hoje permanece apenas na lembrança daqueles que participaram do projeto, já que o paradeiro da obra é desconhecido. O documentário "Olho de Gato Perdido" realiza a busca pelo rolo original do filme. A procura tem dois caminhos: um material, que segue as pistas da localização da única cópia do filme; e em outro caminho imaterial, através das memórias daqueles que dele participaram.
O faroeste rodado em Super-8 e desaparecido desde 2007 é o tema de "Olho de Gato Perdido", documentário de Vitor Graize. Com 52 minutos de duração, o filme integra a quarta edição do concurso DOCTV, que tem como objetivos gerais a regionalização da produção de documentários, a articulação de um circuito nacional de teledifusão e a criação de ambientes de mercado para o documentário brasileiro. O filme é uma co-produção da TVE/ES, Instituto Marlin Azul (IMA) e Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec).
O DOCTV é um Programa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, Abepec, TV Cultura e TV Brasil, com o apoio institucional da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas (ABD).
Serviço
Sexta-feira - 24 de julho, às 19 horas
Lançamento do média-metragem "Hochtijd Casamento Pomerano", de Jorge Jacob e Adriana Guimarães Jacobsen (documentário, 40 minutos, 2009)
Local: Centro de Vila Pavão
Outras atrações: apresentação do curta-metragem "Bate Paus" de Jorge Jacob e Adriana Jacobsen (documentário, 15 minutos, 2004), exibição das fotos do filme, entrega do álbum e baile de concertina.
Sábado, 25 de julho, às 20 horas
Lançamento do média-metragem "Olho de Gato Perdido", de Vitor Graize (documentário, 52 minutos, 2009)
Local: Praça da Igreja Matriz de Pancas
Informações à imprensa
Marialina Antolini / Simony Leite
Assessoria de Comunicação
Instituto Marlin Azul
27 3327 2751 / 27 8123 8545