20/07/2009 13h33 - Atualizado em 05/01/2017 15h00

Chegar a todos municípios do Espírito Santo: a meta da OFES

Publicada em 17/07/2009 no site VivaMúsica

Itinerância orquestral, uma marca do Brasil clássico
Por todo o Brasil, orquestras apostam em projetos itinerantes para divulgar a música clássica e atrair um novo público para as salas de concerto - seja atuando em municípios vizinhos ou em cidades de outros estados.

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo realiza, de 16 e 29 de julho, a segunda edição do projeto "Osesp Itinerante". São 36 concertos gratuitos em oito cidades do interior paulista, além de oficinas e cursos de história da música.

Além da incensada Osesp, outras orquestras também investem recursos em itinerância, alcançando outros públicos que não o da sua cidade de origem.

A Orquestra do Estado de Mato Grosso tem o projeto "Concerto Popular", desde 2005, alcançando dez cidades. O público atingido chega a 40 mil pessoas.

Já a Orquestra Filarmônica do Espírito Santo (OFES) toca para cerca de mil pessoas a cada viagem que faz, em sua série "Espírito Santo". Para os que não conseguem entrar nas igrejas onde o conjunto se apresenta, telões são colocados do lado de fora.

A Orquestra Ouro Preto dedica-se há três anos ao projeto "Orquestra nos distritos", atingindo 12 municípios de Minas Gerais.

A Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho, do Ceará, tem um programa de circulação que atinge quinze mil pessoas por ano, em cerca de 20 municípios do interior do Ceará.


Osesp: itinerãncia alcança 60 mil pessoas

Nesta segunda quinzena de julho, a turnê "Osesp Itinerante" promove 68 eventos, entre concertos, apresentações e demais atividades. A expectativa é que o projeto atinja um total de 60 mil pessoas nos municípios paulistas de Presidente Prudente, Assis, Ourinhos, Avaré, Campinas, Jundiaí, Santo André e São Caetano do Sul.

Sob regência do maestro Roberto Tibiriçá, a Osesp fará concertos com obras de Mikhail Glinka, Carlos Gomes, Ravel, Wagner, Tchaikovsky, entre outros. Espetáculo de música de câmara e música coral completam a programação. Cinco quintetos e um quarteto, formados por músicos da orquestra paulista, tocam em teatros, catedrais e unidades do SESC.


Orquestra do Estado de Mato Grosso: 40 mil pessoas em 8 cidades


A Orquestra do Estado de Mato Grosso já realizou a sua temporada de concertos itinerantes 2009. Foram oito concertos em seis cidades do estado, além de Campo Grande (MS) e Uberlândia (MG).

Os Concertos Populares acontecem necessariamente no período de seca no Mato Grosso - entre os meses de maio e setembro -, pois as apresentações são ao ar livre.

Leandro Carvalho, maestro e diretor artístico do grupo, conta como organiza o projeto.

"Monto um repertório sinfônico com as obras mais acessíveis, como o 'Bolero', de Ravel, pois a plateia que nos prestigia nestes concertos é formada por pessoas que nunca ouviram uma orquestra", diz.

"É mais comum tocarmos em praças públicas, mas já atuamos em uma feira, uma fábrica de charutos e uma arena de rodeios. Apesar das adversidades, não temos problemas, pois a empresa que faz a nossa sonorização é muito boa. Os músicos não sentem o fato de estarem fora do teatro".

Em 2008, a orquestra fez um projeto maior de itinerãncia, com apresentações em 22 estados brasileiros, em projetos do Sesc Nacional e da Votorantim. "O ano passado foi muito bom e, ao mesmo tempo, atípico. Participamos de dois grandes projetos e tocamos a música de Villa-Lobos em 95 municípios", conclui.


Chegar a todos municípios do Espírito Santo: a meta da OFES

As apresentações itinerantes da Orquestra Filarmônica do Espírito Santos (OFES) são tradicionais, mas foi nos últimos seis anos que a orquestra conseguiu implementar uma regularidade.

"Conjugando razões acústicas e de conforto para o público com a viabilidade financeira, escolhemos as
igrejas como nosso palco principal", conta o maestro Helder Trefzger, diretor da orquestra.

A série itinerante "Espírito Santo 2009" começou em março e acontece até o dia 10 de dezembro. Trefzger conta que o projeto tem sido um sucesso. A cada ano, a orquestra monta um repertório específico para as viagens. Na atual turnê, o grupo apresenta obras de Villa-Lobos, Mozart, Rossini, Vivaldi e Suppé.

"O público não poupa carinho e afeto. Muitas vezes, somos recebidos com faixas de boas-vindas na entrada da cidade. Tentamos retribuir com dedicação, afinco e qualidade, fazendo o melhor concerto, com capricho e zelo, e deixando uma semente positiva em cada local".

"Vários municípios já nos procuraram solicitando uma apresentação em 2010 e estamos trabalhando nessa agenda. A nossa meta é chegar a todos os 78 municípios do Espírito Santo", finaliza Trefzger.



Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho roda o Ceará

Desde a sua criação, em 1996, a Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho promove o projeto "Circulação". Este ano, o grupo pretende chegar a 30 municípios cearenses.

"Estamos esperando a liberação de verba por parte do Governo do Estado, para iniciarmos a temporada 2009-2010. Os concertos estão programados para acontecerem entre os meses de agosto e abril", conta o maestro titular Marcio Spartaco Landi.

Durante os concertos itinerantes, a orquestra costuma tocar em igrejas e praças.

"A realidade fora da capital é muito diferente, infelizmente. Em alguns municípios não conseguimos nem hospedagem. Nesses casos, procuramos cidades próximas, com mais infra-estrutura, para nos servir de base. Com isso, conseguimos tocar nas regiões mais carentes".

Landi conta que o público destas regiões tem um comportamento exemplar.

"É prazeroso tocar para essa plateia que não conhece música clássica. Preparo um repertório adaptado, com baião, choro e outros ritmos regionais. Também escolho obras de Villa-Lobos, Camargo Guarnieri e Bach, além de clássicos da cultura local, como as peças do compositor Clóvis Pereira".


Orquestra Ouro Preto: 3 mil pessoas em 13 distritos

No início de julho, a Orquestra Ouro Preto iniciou a sua série de concertos itinerantes. Nesta segunda quinzena do mês, a turnê passa por regiões como Cachoeira do Campo e São Bartolomeu, entre outras.

O maestro Rodrigo Toffolo explica que o projeto tem cunho social e aproxima músicos e público.

"A orquestra carrega consigo, além da música, o turismo e a inclusão social. Nestas apresentações, temos uma ótima integração com a plateia. Todos nos recebem bem. Tomamos canjica com o público e conversamos muito", diz o regente.

Contando os treze distritos (inclusive Ouro Preto), a orquestra atinge uma média de três mil pessoas, ao todo. Toffolo vê os resultados positivos já aparecendo.

"Em uma de nossas apresentações regulares no Teatro Municipal de Ouro Preto, vi três famílias de Santo Antônio do Leite que haviam conhecido a orquestra quando passamos pela região", comemora.

As igrejas barrocas são os principais palcos da orquestra, durante a turnê: "Apesar de belos e acusticamente interessantes, os espaços são pequenos e não podemos levar a orquestra inteira. Violinistas e violistas têm que tocar em pé, muitas vezes. Neste ano, contamos com 17 músicos na itinerância", prossegue Rodrigo Toffolo.

"As pessoas adoram música clássica. Em muitos distritos, elas pedem para ouvir Haydn e Mozart. Também apresentamos obras de Villa-Lobos e arranjos mais populares, como a 'Suíte brasileira', que mistura 'Menino da Porteira', 'Galopeira' e Tristeza do Jeca'", finaliza.

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