Projeto Vídeo nas Comunidades encerra o ano com 12 produções de estudantes da rede pública de ensino
Ao longo deste ano, o projeto Vídeo nas Comunidades levou o universo do vídeo e do cinema para cerca de 250 alunos da rede pública de ensino. Com a proposta de aproximá-los de todo o processo de produção de um filme, as oficinas, ministradas por profissionais do audiovisual, trabalharam conhecimentos teóricos e práticos, passando pela pesquisa e elaboração de roteiro, captação de imagens, concepção de áudio e luz e edição. Ao todo, o projeto contemplou 12 turmas de diversas regiões da Grande Vitória, resultando em 12 filmes de curta-metragem produzidos pelo Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA).
Além de promover a formação audiovisual e difundir essa linguagem como expressão cultural entre jovens estudantes do ensino público, a iniciativa procura estimular o debate e a reflexão acerca da realidade em que se inserem os alunos, tratando de suas questões, seus gostos e suas visões de mundo.
“O projeto foi importante principalmente pelo reconhecimento de identidade que proporcionou entre os alunos. Nossa região é, muitas vezes, relacionada só a coisas ruins e é fundamental que eles tenham outras referências, vejam o que temos de maravilhoso e valorizem o local onde moram”, avalia a diretora da EEEFM Elza Lemos Andreatta (São Pedro/Ilha das Caieiras), Leonora Marcolano. Os estudantes fizeram o vídeo “Sabores das Caieiras”, que fala da culinária da região.
As 12 oficinas que couberam ao Instituto Brasil de Cultura e Arte realizar foram prioritariamente ministradas em território de risco social, baseando-se nas comunidades atendidas pelo Programa Estado Presente, do Governo do Estado. As regiões contempladas foram Feu Rosa, Jacaraípe, Vila Nova de Colares, Central Carapina, São Torquato, Terra Vermelha, Cobilândia, Boa Vista, São Pedro/Ilha das Caieiras e Praia do Canto.
Os temas abordados pelos jovens foram bem variados. A cultura do funk, por exemplo, foi tratada no vídeo “Feu Rosa: o bairro do funk”, elaborado pelos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Marinete de Souza Lira. Já os estudantes da EMEF Dep. Mikeil Chequer, em Boa Vista, escolheram trabalhar a poesia no vídeo “Eu Poeta”. Questões como diversidade sexual, preconceito e características naturais e culturais do bairro também foram tratadas nas produções.
O projeto foi muito bem recebido também por promover o encontro de diferentes grupos de amigos, permitindo o contato e a aproximação dos estudantes da escola. “Às vezes, passamos pelas pessoas sem nem mesmo saber quem elas são. Com essa atividade, entendemos mais o universo de cada um, seus sonhos, projetos, sua expectativa de vida”, observa Tamyres Batista e Costa, estudante do 3º ano da EEEMF Irmã Maria Horta que participou da oficina.
Tamyres, que também faz parte do grupo que organiza um cineclube na escola, conta que todos construíram, juntos, o videoarte “Raspage” e que puderam trocar referências e aprender sobre todas as etapas de uma produção. “As aulas se tornaram uma ferramenta para aprimorar nossas próprias produções. Foi uma experiência maravilhosa, que nos ajudou a compreender as produções audiovisuais e, ao mesmo tempo, a nós mesmos como protagonistas do maior filme que podemos participar: a vida”, diz.
O projeto Vídeo nas Comunidades é realizado pelo Instituto Brasil de Cultura e Arte, com a produção de 12 oficinas, e pelo Instituto Parceiros do Bem, com seis oficinas. Conta, ainda, com parceria do Ministério da Cultura e realização do Governo do Estado do Espírito Santo e da Secretaria da Cultura/Estado Presente.