02/09/2010 13h38 - Atualizado em 05/01/2017 15h10

Maes define funcionamento no feriado

Período: 31 de agosto a 19 de setembro de 2010

Horário de funcionamento do MAES:

*Em virtude do aniversário de Vitória, o MAES funcionará sábado, domingo e quarta-feira (08) de 12 às 18 horas.  Nos dias 06 e 07 o MAES estará fechado. 

OBRAS DO ARTISTA

As obras do artista colatinense apresentadas na Exposição Dionísio Del Santo: Serigrafias fazem parte do acervo do Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (MAES). São serigrafias integrantes de séries que inicialmente dialogam com a Optical Art, avançando para a série Permutação, além de gravuras elaboradas com matriz espontânea.

O trabalho de Dionísio Del Santo com a serigrafia inicia na década de 1960, mesmo sem o artista ter se desligado de suas pinturas com tendências construtivas. O interesse pela serigrafia surgiu através de anos de trabalho com a publicidade, época em que no Rio de Janeiro produziu milhares de cartazes, tornando-se conhecido por executar com grande habilidade técnica serigrafias para outros artistas. Quanto a isso, Cildo Meireles relata que se orgulha em conservar adesivos impressos por Dionísio Del Santo entre 1969 e 1970, para as garrafas de Coca-Cola de sua instalação "Inserções em circuitos ideológicos". Segundo Cildo "Dionísio era um sujeito muito tranqüilo, avesso as badalações. Tinha um jeito de monge. Guardo os adesivos como relíquias" .

DIONÍSIO DEL SANTO

Del Santo dedica-se, nas décadas de 1960 e 1970, à criação de serigrafias que dialogam com a Optical Art, chamando-as de Fragmentos Rítmicos. Avançando em seu processo de criação, o artista propõe a série Permutações, nas décadas de 1970 e 1980. Criando repetições de formas e variando somente as cores, Dionísio conferiu a esta série sentidos múltiplos.  As tiragens únicas das Permutas contradizem o caráter reprodutivo da gravura, fomentando novos pensamentos sobre esta técnica.

Pelo domínio que tinha da serigrafia, Del Santo foi convidado pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage a ministrar cursos, compartilhando seus conhecimentos com várias gerações de artistas.

O trabalho de Del Santo como professor de serigrafia e artista repercutiu em sua terra natal e, em 1977, vem a convite da Galeria e Arte e Pesquisa da UFES, expor suas obras e ministrar aulas no curso de Serigrafia - Matriz Espontânea no Centro de Artes da UFES. Um de seus alunos de então, o artista e professor Raphael Samú, declara: "O curso que ele ministrou aqui foi tão bom que passei a incluir a técnica da matriz espontânea no programa da disciplina de serigrafia dos cursos do Centro de Artes. Além disso, repeti o curso de matriz espontânea nos Estados Unidos em um projeto de intercâmbio da Universidade West Virginia e a UFES". Sobre o curso Samú recorda que "no princípio os alunos americanos ficaram meio desconfiados, estranhando o uso de uma única matriz para todas as cores. Usamos papel recortado e rasgado, talco, folhas de plantas sobre as superfícies, e a cada vez que entintávamos e fazíamos a sobreposição eles achavam fantástico. Terminamos a oficina e muitos alunos ficaram na sala até a madrugada olhando as serigrafias. Expusemos os trabalhos e depois disso eles passaram a divulgar, em muitos estados americanos, a técnica da matriz espontânea do Dionísio ".

Em 1993, Dionísio volta ao Espírito Santo convidado para ministrar uma oficina de serigrafia no Festival de Verão de Nova Almeida. O escultor e professor da UFES José Carlos Vilar relembra a ocasião dizendo que "o Festival visava concentrar artistas, estudantes e críticos para refletir sobre a Arte Contemporânea. O convite a Dionísio foi feito pensando no trabalho dele com a serigrafia e o status a que ele elevou esta técnica, muitas vezes tida como arte menor. No curso ele trabalhou com a matriz espontânea. Era muito silencioso, era calado, introspectivo e meticuloso, mas ao mesmo tempo era um professor atencioso com os alunos ".

A técnica e poética de Dionísio Del Santo influenciou muitos artistas, fomentando novos pensamentos sobre a serigrafia. Ele obteve em vida o reconhecimento da crítica que lhe atribuiu o título de principal artista modernista capixaba. Seu trabalho é visto como um dos mais coerentes com o concretismo brasileiro. O artista e professor Dionísio fez-se inesquecível nos lugares por onde passou deixando sempre a sua marca: simplicidade pessoal, refinamento técnico e atenção a todos com quem conviveu.

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