13/11/2013 15h12 - Atualizado em
05/01/2017 14h44
Longa-metragem premiado por edital da Secult transforma a vida da população em Burarama


"Teobaldo Morto, Romeu Exilado", escrito e dirigido por Rodrigo de Oliveira, é realizado por meio do Edital nº 009/2012 da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), para produção de longa-metragem de ficção no Espírito Santo. Como a maior parte do filme se passa em Burarama e a equipe se mudou para aquele distrito, uma parte significativa do prêmio de R$ 700 mil, destinado à produção, tem retornado para a comunidade por meio do comércio e da hospedagem, por exemplo.
Proprietário de uma padaria há 15 anos, Moisés Rosseto (foto acima) afirma que o saldo é positivo. Por se tratar de uma comunidade pequena, a chegada daquela equipe de cerca de 40 pessoas gerou um movimento muito grande e beneficiou o comércio. Além de estar entre esses beneficiados, Moisés teve a oportunidade de estar diante das câmeras, atuando como figurante. "Fiquei com um certo receio, por não saber como seria, mas para ajudar o pessoal do filme, todo mundo aceitou participar. Foi uma experiência muito boa. Meu papel foi de um freguês de um bar. Estávamos eu e um amigo, em uma mesa, bebendo cerveja e observando a cena", conta.
Oportunidade

A trama de "Teobaldo Morto, Romeu Exilado" gira em torno de João (Alexandre Cioletti), um músico de 32 anos à beira do divórcio com Flora (Sara Antunes), que está grávida. Forçado a sair de casa, exila-se voluntariamente na fazenda da família, na esperança de compor e gravar seu primeiro álbum. Chegando ao local, é tomado pelo trabalho braçal da fazenda. Depois de três meses, sentindo-se pronto para retornar à vida com Flora, é surpreendido pela visita de Max (Rômulo Braga), seu melhor amigo.
Foi um forte laço afetivo com Burarama que levou Rodrigo de Oliveira (foto abaixo) a criar a história e escolher o local para rodar o longa-metragem. O primeiro contato com o distrito foi no réveillon de 2002 para 2003, entre amigos de faculdade, na mesma fazenda que serve de principal cenário. "Naquele dia, estava aqui uma amiga nossa, que é croata, conhecemos o Sebastião, meeiro da fazenda. Conhecemos as pessoas, os bares, as praças. Então, de alguma forma, os elementos que vieram a aparecer no filme uma década depois já estavam presentes desde aquele começo", conta o diretor.
Para ele, tem sido muito importante o bom relacionamento com a comunidade. Criou-se, com a produção do filme, um laço afetivo muito forte. Mais do que bem recebidos pelas pessoas, Rodrigo ressalta que a população se mostrou o tempo todo solidária e disposta a ajudar, a contribuir com o filme de alguma forma. "Não conseguiríamos fazer muita coisa sem a ajuda das pessoas. Estamos dentro da cidade e vai ser muito difícil sair. Recentemente, passamos quatro dias fora, para rodar cenas de praia, e já foi estranho. Quando voltamos, a sensação foi de estarmos voltando para casa."
Edital

As filmagens de "Teobaldo Morto, Romeu Exilado" terminam na próxima segunda-feira (18). No dia seguinte, Rodrigo de Oliveira e Vitor Graize (produtor executivo do filme, que também escreveu e codirigiu com Rodrigo "As Horas Vulgares") viajam para a Espanha. Lá, participam da 14ª edição do Fórum de Co-Produção de Huelva, que acontece entre os dias 21 e 23 deste mês, como parte da programação da 39ª edição do Festival de Cinema Ibero-Americano de Huelva.
"Uma grande maneira de se conseguir entrar em festivais internacionais, é por meio de algum tipo de parceria internacional desde o momento da produção, quando o filme ainda está sendo feito. Tentamos levar 'As Horas Vulgares' para o exterior sem esse trabalho, e acabou não acontecendo. Então, nós nos dedicamos a isso com o novo filme e enviamos o projeto para vários fundos, até que esse de Huelva aconteceu", conta.
Durante o encontro, haverá a oportunidade de apresentar o projeto a diversos produtores em potencial, além de profissionais de televisão e agentes de vendas que poderão negociar o filme em outros lugares e também curadores de outros festivais, que poderão se interessar pelo projeto. "De qualquer forma, já ganhamos com o selo, atestando a participação do filme nesse fórum, o que é muito importante, pois desperta a atenção dentro e fora do Brasil."
(Fotos de making-of por Felipe Amarelo)
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