07/05/2014 10h19 - Atualizado em
05/01/2017 14h52
Cine Rua Se7e vai exibir vai exibir filme selecionado em Cannes e documentário premiado com Goya

As informações foram chegando de maneira caótica, como peças de um quebra-cabeça. Diálogo com o espaço público? Diálogo com outras artes? Videoinstalação? Intervenção urbana? Ocupação? Mostra internacional de cinema
independente? Rua! "Ah, sim. Agora, começo a entender, acho...". Rua = local onde as coisas realmente interessantes acontecem. Regadas a cerveja e a bolinho de carne, as primeiras conversas para entender o que é o Cine Rua Se7e levam a entender que o evento é um pouco do que foi falado anteriormente e também muito mais do que tudo isso.

A locação são as ruas do Centro de Vitória, capital capixaba, que têm histórias interessantes a revelar; não apenas aquelas que aprendemos na escola, mas relatos de anônimos, moradores de becos e ruelas que contribuíram de forma fundamental para nossa cultura, para o que somos. Tudo acontece na Sete de Setembro, coração do Centro Histórico, que é um misto de prédios entre casarões que seguem morro acima até a antiga Fonte Grande, berço do samba e da boêmia.
Voltar com as exibições para as ruas do Centro e assim refletir sobre o que aconteceu ao longo do tempo com esses espaços, antes tão movimentados, pode exceder a simples concepção de arte. Mas, sim, elas estarão lá entrelaçadas: cinema, música, performances, literatura, design, flash mob, projeções mapeadas em prédios. Mas exibir filmes de arte para um público tão diverso numa rua do centro de Vitória seria uma boa pedida? Pode ser. E misturar apresentação de gêneros tão diversos quanto a sanfona de Mirano Schuller** com o rock de Edésio Fabbri, o Mini Jagger**? O ritmo eletrônico de zee-la** com acordes clássicos do piano de Pedro Alcântara**? E a poesia de Sol na Garganta do Futuro** com o som pesado do Espírito de Porco**?
** bandas capixabas que vão se apresentar na mostra.

Entre os 24 filmes selecionados para o Cine Rua Se7e, mostra internacional de cinema realizada numa das ruas mais tradicional do Centro Histórico do Centro de Vitória (ES), está "Fragma", curta de 12 minutos do capixaba Eduardo Moraes, selecionado para mostra paralela chamada Short Film Corner, área de negócios do festival de Cannes 2014.
Também premiado no Uruguai no 10º La Pedrera Short Film Festival, o curta teve o roteiro finalizado em dezembro de 2011, e as filmagens aconteceram entre janeiro e fevereiro de 2013 com locações na Ilha do Boi (bairro de Vitória), no campus da Universidade Federal do Espírito Santo e em Guarapari, um dos balneários capixaba mais conhecido.
Para o diretor, o filme lida com a mente humana no encontro entre dois homens que descobrem por meio de um monóculo que tiveram um relacionamento com a mesma pessoa. Como Eduardo mesmo enfatiza: "É sobre como cada um absorve suas experiências de uma maneira singular e inatingível, tornando cada de um de nós um eterno mistério". E completa: "Estar em um dos maiores festivais do mundo, entre os cineastas iniciantes e veteranos, com todas essas diferentes realidades vindas de vários países é muito instigante".
Goya

Outra novidade está a inclusão de um longa-metragem: "Balança Mas Não Cai" (77 minutos), de Leonardo Barcelos, que conta o cotidiano de um prédio no centro da capital mineira, às voltas com seus moradores e frequentadores.
São oito produções estrangeiras, 10 capixabas e seis dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Pará e Rio Grande do Sul, que levam para a tela reflexões sobre as mudanças que as relações modernas sofrem por influência do avanço tecnológico com o tema Amigos Imaginários.
Lista de filmes selecionados em: www.cineruasete.com.br.
Entre almofadas e sofás, o cinema ocupa a Rua Sete
O que sofás, almofadas, tapetes e os restos mortais de um carro todo grafitado estarão fazendo na Rua Sete de Setembro, Centro de Vitória (ES)? Toda essa produção - que inclui ainda telões e letreiros em neon - é parte do cenário para o festival de cinema e videoinstalação Cine Rua Se7e, que exibirá produções nacionais e internacionais no calçadão mais boêmio da Capital do Espírito Santo entre os dias 14 a 17 de maio.
Se as políticas públicas tardam para revitalizar os centros das cidades, a arte tem sido um bom instrumento para chamar atenção e suscitar um debate sobre a ocupação desses espaços públicos. Desde 2011, a Rua Sete de Setembro é ocupada para exibição de filmes locais, nacionais e estrangeiros. Para isso, fachada da lanchonete e a banda de jornal se tornam telão, e o calçadão passa a ser cinema, ateliê e palco. A mostra, além da linguagem cinematográfica, é em si uma intervenção urbana que procura dialogar com a cidade.
Assessoria de Imprensa:
Jussara Baptista
(27) 9 9708-1537