06/05/2025 13h38

Websérie resgata obra e história de duas compositoras pioneiras da música erudita capixaba

Apesar da reconhecida tradição da música erudita do Espírito Santo, duas compositoras capixabas pioneiras no ensino, na criação, produção e difusão desta arte no Estado e no País permanecem pouco conhecidas para o público. A websérie “Paisagem para Piano” quer valorizar a obra, a história e a memória das compositoras Lycia De Biase Bidart (1910-1991) e Terezinha Dora de Abreu Carvalho (1936-2017). O lançamento aberto e gratuito acontecerá nesta quinta-feira (08), às 19 horas, na sede do Instituto Marlin Azul, em Jardim da Penha, Vitória, e contará ainda com recital de peças compostas pelas autoras.

Contemplada em 2023 pelo Edital de Seleção de Projetos de Produção de Conteúdos Digitais (Projeto de Produção de Obra Seriada), da Secretaria da Cultura (Secult), com recursos da Lei Paulo Gustavo/Ministério da Cultura/Governo Federal, “Paisagem para Piano” é uma realização da Monazita em parceria com o Instituto Marlin Azul.

Com codireção de Adriana Jacobsen e Bruno Zorzal, a websérie composta por quatro episódios, com duração entre 8 e 10 minutos, é uma oportunidade para o público conhecer momentos marcantes das duas biografias e ouvir obras das autoras interpretadas por dois jovens pianistas estudiosos da criação e da trajetória das capixabas.

Os episódios, com direção musical de Cláudio Thompson, mesclam aulas de piano preparatórias para a gravação, depoimentos dos pianistas e do diretor musical sobre as autoras e suas obras, e a apresentação das peças musicais na Casa da Música Sônia Cabral. O projeto apresenta o resultado de anos de estudos e pesquisas em torno dos manuscritos confiados aos músicos pelas próprias autoras ainda em vida.

Na websérie, Tayná Lorenção interpreta “Nasce uma Flor”, no primeiro episódio, e “Britando Pedra no Morro Azul”, no segundo episódio, composições de Lycia De Biase Bidart. Gabriel Guerra interpreta “Minha Santa Catarina”, no terceiro episódio, e “Chorinho” e “Velha Canção”, no quarto episódio, composições de Terezinha Dora Abreu de Carvalho.

No intervalo entre as apresentações, a partir de entrevistas, os jovens pianistas comentam as músicas, a formação, as características artísticas e a atuação das compositoras no contexto histórico de vida e de trabalho na primeira e na segunda metade do século XX.

Após o lançamento presencial no Instituto Marlin Azul, os episódios serão disponibilizados gratuitamente no institutomarlinazul.org.br, ampliando o contato das pessoas com o legado de Lycia De Biase Bidart e de Terezinha Dora de Abreu Carvalho, influenciadoras de educadores e compositores contemporâneos.

Os objetivos do projeto são valorizar o trabalho destas pioneiras da música capixaba que alcançaram reconhecimento nacional e possibilitar o registro audiovisual de peças históricas criadas pelas artistas, promovendo uma reflexão em torno da arte e da cultura na construção da realidade.

As compositoras homenageadas

A compositora capixaba Terezinha Dora Abreu de Carvalho (1936-2017) iniciou seus estudos em música em Vitória, no Espírito Santo, e mudou-se para o Rio de Janeiro, a fim de dar continuidade a sua formação. Estudou na Escola Nacional de Música (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ), graduou-se no curso de Composição, e, posteriormente, se especializou em Harmonia e Morfologia pelo Conservatório Brasileiro de Música. Anos mais tarde, veio a lecionar na Escola Estadual de Música do Espírito Santo (EMES) - atual Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames).

Atuou também na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), elaborando o primeiro Programa de Música da instituição, estimulando a pesquisa na área da preservação da música folclórica como patrimônio cultural capixaba. A partir da criação deste programa, viabilizou o surgimento de diversos projetos culturais importantes para a universidade, dentre eles: a “Bandinha Rítmica Infantil”; o “Conjunto Regional Universitário”; o “Grupo dos Chorões”; e o “Coral da Universidade Federal do Espírito Santo”.

Elaborou também o “Salão do Compositor Capixaba”, evento com mais de dez edições, em que se oportunizava a divulgação de obras originais de artistas locais de música erudita e popular, a fim de fomentar as atividades de criação musical por artistas naturais do estado. Como compositora e arranjadora, é autora de obras para canto e instrumentos diversos. Entusiasta da música espírito-santense, Terezinha Dora sempre ratificou a importância de valorizar a produção capixaba. Sua trajetória é extensa, e está inscrita na riqueza de suas composições, carregadas de afeto e de sua própria história.

Lycia De Biase Bidart (1910-1991) foi uma pianista, regente e compositora capixaba de atuação marcante na cena musical brasileira do século XX. Com um legado de cerca de 400 obras para diversas formações, sua trajetória despontou cedo: aos 11 anos participou de seu primeiro recital e, aos 20, estreou um prelúdio sinfônico no Theatro Lyrico do Rio de Janeiro. Nos anos 1930, atingiu o auge da carreira, atuando como pianista, regente e compositora em prestigiados concertos. Entre suas obras de destaque está o poema sinfônico “Chanaan”, inspirado nas narrativas de imigração italiana no Espírito Santo e nas paisagens do Vale do Rio Doce. Após um período de intensa atividade pública, Lycia recolheu-se à vida familiar, mas seguiu compondo.

Conheça os intérpretes

Tayná Lorenção
 é pianista e toy pianista, licenciada em Música pela Ufes e tem habilitação em Piano Erudito pela Fames. É Mestre em Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Ufes, na linha Interartes e Novas Mídias, com pesquisa dedicada à vida e obra para piano e canto da compositora capixaba Lycia De Biase Bidart (1910 – 1991). Atualmente cursa o Doutorado em Música, na área de Musicologia e Processos Criativos na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), em Florianópolis, sendo orientada pelo Prof. Dr. Guilherme Sauerbronn, dando seguimento à análise, gravação e divulgação das obras para piano solo da compositora.

Recentemente participou do III Festival de Piano e Canto Saramenha – Artes e Ofícios na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, e do XV Festival Internacional de Música de Campina Grande, na Paraíba. Atuou na Produção Musical do Concerto “Solo Capixaba”, em Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo, além de apresentar-se regularmente como intérprete em recitais presenciais, no estado capixaba, bem como em concertos on-line.

Gabriel Guerra é Mestre em Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGA) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Bacharel em Música por esta mesma universidade, e pianista formado pelo Curso de Formação Musical (CFM) da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames) com Habilitação em Piano Erudito. Como pesquisador, desenvolve estudos com foco na vida e obra da compositora Terezinha Dora Abreu de Carvalho, tendo atuado na construção da biografia, na elaboração do catálogo de obras, na edição de manuscritos e na gravação de peças da capixaba. Como pianista, tem se apresentado regularmente em recitais realizados em diferentes cidades brasileiras, com particular interesse por repertórios de compositores e compositoras latino-americanos.

Participou também do VI Encuentro Internacional de Piano Contemporáneo, promovido pelo Conservatorio de Música Gilardo Gilardi (CGG), na Argentina, em 2021, bem como do III Festival de Piano e Canto Saramenha Artes e Ofícios, realizado em 2024, na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, interpretando obras para piano de Terezinha Dora em ambas oportunidades. Foi também curador musical das nove primeiras edições do Projeto de Extensão Som na Sexta, parceria entre o Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Espírito Santo e o Instituto Marlin Azul (IMA).

Sobre os diretores

Adriana Jacobsen
 é diretora e pesquisadora, licenciada em Letras pela Ufes, graduada e mestre em Ciência da Comunicação pela Universidade Livre de Berlim (Alemanha). Dirigiu curtas-metragens e o longa-metragem "Outro Sertão", prêmio especial do júri do 46º Festival de Brasília, prêmio do público para melhor documentário nacional da 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e os prêmios de melhor filme, direção e uso de arquivo no 13º Festival Internacional de Cinema de Arquivo, entre outros. Atua na realização audiovisual, na preservação da memória e na organização e preservação de acervos e histórias.

Fez a coordenação geral da organização de dois arquivos audiovisuais: Acervo “Outro Sertão”, para o Museu Judaico de SP, e “Acervo Bergmann”, para o Instituto Marlin Azul (do qual é membro). Este último resultou no lançamento de dois curtas-metragens: “Guarapari Revisitada” e “Vitória Revisitada”, com imagens inéditas e raras das duas cidades, captadas nos anos 60 pelo cineasta amador alemão Ernst Bergmann (1921-2015).

Bruno Zorzal é artista visual e pesquisador, doutor em Estética, Filosofia e História das Artes Plásticas e Fotografia pela Universidade Paris 8, na França. Expõe seus trabalhos regularmente, escreve e coordena livros de teoria da fotografia e das imagens no Brasil e no exterior. É membro da Cooperativa de Pesquisa e Criação Retiina. international e do Grupo Retiina.7, na França. Além de participar da direção e do roteiro, fez a direção de fotografia da websérie.

O diretor musical, Cláudio Thompson, é natural de Vitória (ES), tem bacharelado e pós-graduação em Piano pelo Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro (CBM-RJ), além de mestrado em Música pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Atualmente, atua como pianista da Orquestra Sinfônica do Estado do Espírito Santo (Oses). Também como pianista, já se apresentou em várias cidades do Brasil e no exterior, com atuações na Argentina, Alemanha e Reino Unido. Lançou dois álbuns: “Melhor Companhia” (2016) e “Music to Heal the World” (2022). Lecionou na Ufes e Fames e, atualmente, ensina piano e coordena o Departamento de Piano na Escola de Música Gabriel Camargo.

Serviço:

Lançamento – Websérie documental “Paisagem para Piano”, com exibição dos quatro episódios e apresentação de peças ao vivo compostas pelas compositoras para instrumentos diversos.

Dia: Quinta-feira (08 de maio de 2025)

Horário: 19 horas

Local: Instituto Marlin Azul – Rua Oscar Rodrigues de Oliveira, nº 570 – Jardim da Penha (Vitória – ES).

Entrada Gratuita

 

FICHA TÉCNICA

Roteiro e Direção

Adriana Jacobsen e Bruno Zorzal

 

Produção

Bruna Afonso

 

Produção Executiva

Adriana Jacobsen

 

Direção de Fotografia

Bruno Zorzal

 

Edição 

Lucas Bonini

 

Captação de Som 

Ricardo Ton (música e entrevista)

Lucas (aula de piano)

 

Mixagem de Som

Ricardo Ton (música)

Fepaschoal

 

Assistência Técnica de Iluminação

Luiza Mollulo

 

Afinação

Lucas Velasque de Oliveira

 

Gaffer

Chico eletricista

 

Abertura e Créditos

Silvana Andrade

 

Acessibilidades

All Dub

 

Direção Musical

Cláudio Thompson

 

Músicas

Episódio I - “Nasce uma flor” 

Lycia De Biase Bidart

Executada por Tayná Lorenção

Manuscrito autoral disponibilizado pela Biblioteca da ECA-USP.

 

Episódio II - “Britando Pedra no Morro Azul” 

Lycia De Biase Bidart

Executada por Tayná Lorenção

Manuscrito autoral disponibilizado pela Biblioteca da ECA-USP.

 

Episódio III - “Minha Santa Catarina”

Terezinha Dora Abreu de Carvalho

Executada por Gabriel Guerra

Edição da partitura por Gabriel Guerra

 

Episódio IV - “Chorinho”

Terezinha Dora Abreu de Carvalho

Executada por Gabriel Guerra

Edição da partitura por Cláudio Thompson

 

Episódio IV - “Velha Canção”

Terezinha Dora Abreu de Carvalho

Executada por Gabriel Guerra

Edição da partitura por Cláudio Thompson

 

 

Equipe Instituto Marlin Azul

Assessoria de Comunicação: Simony Leite Siqueira

Coordenação Administrativa: Patricia Cortes

Programação Visual Site e Redes Sociais: Silvana Andrade

Coordenação Geral: Beatriz Lindenberg

 

 

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