25/05/2018 16h09 - Atualizado em 28/05/2018 09h22

Santuário Nacional de São José de Anchieta será restaurado em 2018

O processo de recuperação deste valoroso monumento católico, um dos mais antigos do País, será feito em etapas e terá duração de dois anos


O Santuário Nacional de São José de Anchieta, localizado no município de Anchieta, será restaurado. O monumento é um dos principais símbolos da presença jesuíta no Brasil e foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1943. A ordem de serviço foi assinada na manhã desta sexta-feira (25), em uma cerimônia com a presença de autoridades e moradores da região.

O processo de recuperação deste valoroso monumento católico, um dos mais antigos do País, será feito em etapas e terá duração de dois anos. Na primeira fase, prevista para iniciar em junho, serão feitos o restauro e a readequação do museu, que compreenderá uma série de obras para oferecer maior acessibilidade às pessoas com dificuldade de locomoção, como rampas, banheiros adaptados conforme normas técnicas, sinalização em braile e plataformas elevatórias para que os visitantes tenham acesso à Cela de São José de Anchieta e às salas do museu. 

A obra contempla, ainda, projetos museológicos e museográficos para organização de acervo e investimentos na climatização, na iluminação, na comunicação, na sonorização e no restauro de peças. A sustentabilidade econômica do museu será garantida com a construção de uma loja e um café para atender aos fiéis e peregrinos. O restauro de todos os telhados do museu e da Igreja conclui a lista de obras desta primeira fase.

  Na segunda etapa, serão executados o restauro da Igreja, a montagem da sala de documentação e estudos e o paisagismo cultural na área do entorno do Santuário. Segundo Érika Kunkel Varejão, coordenadora geral e presidente do Instituto Modus Vivendi, o projeto em andamento terá impacto positivo nos âmbitos cultural, econômico e social. “Preservar este bem patrimonial e a memória da aldeia de missão jesuítica de Reritiba vai além de promover a história de um santo, é guardar a história de um Estado e do Brasil”, afirma. 

A primeira etapa da obra será realizada com patrocínio da Vale, via Lei Rouanet, no valor de R$ 5,664 milhões. O projeto que será executado foi contratado pelo Iphan em 2014, com recurso próprio. O proponente das obras do museu e dos novos projetos é o Instituto Modus Vivendi.

Durante a solenidade, o governador Paulo Hartung agradeceu os investimentos realizados pela Mineradora Vale e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o restauro do Santuário Nacional de São José de Anchieta. Paulo Hartung destacou a importância cultural, turística e religiosa do Santuário e reforçou a influência jesuítica no Estado. “Os jesuítas têm um peso marcante em nossa história, aliás, história pouco conhecida por nós capixabas. Um erro que trabalhamos para corrigir. É um povo marcado por ações de desenvolvimentistas. Hoje estamos fazendo um movimento que dialoga com a nossa história. Isso nos fortalece, fortalece a nossa alma capixaba e permite que possamos ir com determinação para o nosso futuro. A restauração deste espaço é uma importante ação para potencializar esse eixo de fé e economia criativa”, destacou.

O Secretário de Estado da Cultura, João Gualberto Vasconcellos, também esteve presente no evento e elogiou o papel das lideranças nos processos políticos e sociais, destacando o trabalho da Presidente do Iphan, Kátia Bogéa. O secretário ainda destacou a importância dos jesuítas no Estado. “Os Jesuítas deixaram marcas por onde passaram. No Espírito Santo, além do aspecto religioso, tiveram papel significativo na educação e no empreendedorismo. Fundaram o Colégio de São Tiago, atual Palácio Anchieta, e as aldeias de Reis Magos, em Nova Almeida, e de Reritiba, em Anchieta, além das fazendas de Muribeca, em Presidente Kennedy, Itapoca, em Serra, e Araçatiba, em Viana.

Repasse de quase R$ 3 milhões para infraestrutura


Ainda durante o evento, o governador Paulo Hartung, o secretário de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Marcelo de Oliveira, e o prefeito de Anchieta, Fabrício Petri, assinaram um convênio que viabilizará o repasse de quase RS 3 milhões para obras de contenção de muro e pavimentação de via na ponta de Castelhanos, em Anchieta. Segundo o secretário Marcelo de Oliveira, “os recursos serão utilizados para uma obra que vai melhorar a infraestrutura da orla de Castelhanos. E o equilíbrio das contas do Governo do Estado foi fundamental para viabilizar ações importantes como esta”.

 Um museu santo

Um dos pontos relevantes do projeto de restauro e readequação do museu será a Sala de Documentação para estudos e reflexões sobre a vida de São José de Anchieta, dos Jesuítas e dos “Ameríndios”, com um material único de pesquisa sobre todo o processo de canonização e acesso liberado após passar pela bilheteria do museu. A interatividade será garantida com computadores e novas mídias. 

O acervo para compor a sala já se encontra em posse do Santuário e é de grande importância histórica para todo o Brasil. A documentação compreende correspondências e documentações dos séculos XVI ao XXI produzidas pelos jesuítas e por autoridades eclesiásticas e civis no tocante à evangelização do Brasil, com imenso destaque à figura de José de Anchieta. 

Além do rico acervo, foi firmada parceria com o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo para colaboração técnica da montagem da sala. A proposta é seguir exemplos de grandes salas de pesquisas interativas como a Biblioteca da História da Família em Utah, nos EUA, e a de Weimar, na Alemanha, consideradas referências em pesquisa, acervo e novas mídias.

 O conjunto Anchietano

O atual monumento nacional que abriga o também nacional Santuário de São José de Anchieta é parte dos espaços físicos do conjunto arquitetônico jesuítico de Anchieta, no Estado do Espírito Santo. Eles se destacam pela importância que tiveram no processo religioso e cultural de numerosos grupos indígenas de distintas etnias e proveniências, conduzido pela Companhia de Jesus entre os séculos XVI e XVIII, segundo modelo considerado pioneiro. 

Notícias

2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard