No último sábado (30), chegou ao fim a primeira etapa do projeto Oficinas de Formação de Capoeiristas e Caxambuzeiros no Quilombo Vargem Alegre, realizado na comunidade que dá nome à iniciativa, localizada no distrito de São Vicente, em Cachoeiro de Itapemirim. 

Desde agosto, crianças e adolescentes da região participam de aulas teóricas e práticas de capoeira e caxambu, fortalecendo laços culturais e a preservação dessas tradições. As atividades acontecem em rodas formadas pelos próprios participantes, com acompanhamento de instrumentos e a orientação direta de mestres experientes. 

De acordo com o mestre Bruno Fajardo, presidente da Associação de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial Cachoeirense e um dos instrutores do projeto, a iniciativa promove o diálogo entre duas manifestações culturais intimamente conectadas. “Este projeto une duas culturas que já têm relação ancestral e pertencem à memória da cidade de Cachoeiro de Itapemirim de forma significativa. Portanto, uma acaba preservando e dando continuidade à outra”, destacou Farjado. 

Ao todo, foram realizadas 20 oficinas este ano – dez de caxambu e dez de capoeira. O projeto retorna em fevereiro de 2024, com a segunda e última etapa, continuando com encontros gratuitos aos sábados, abertos à visitação do público interessado. 

Para o coordenador-geral do projeto, Genildo Coelho Hautequestt Filho, a importância da iniciativa vai além da prática cultural, buscando transmitir o legado para as futuras gerações. “Esse, assim como diversos outros programas de educação patrimonial que constantemente realizamos na Associação, visa recriar o elo de transmissão dos saberes e fazeres tradicionais. Os ensinamentos ocorrem pela experiência prática, pela oralidade e pela demonstração, e isso não pode se perder”, afirmou Hautequestt Filho. 

O projeto, que promove o resgate e a preservação do patrimônio imaterial do município, é financiado pelo Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), da Secretaria da Cultura (Secult), por meio do Edital – Culturas Tradicionais. A iniciativa conta ainda com o apoio da Associação de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial Cachoeirense, do Instituto de Preservação do Patrimônio Cultural Ádapo e do Studio Inovar Arquitetura.

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