Parque Cultural Casa do Governador finaliza ciclo “Desnaturada: Chamado Ancestral” com falas indígenas, quilombolas e apresentações culturais
O Parque Cultural Casa do Governador, em Vila Velha, recebeu entre os dias 14 e 16 de maio o ciclo “Desnaturada: Chamado Ancestral”, com uma programação voltada ao diálogo entre tradições ancestrais, ciência, arte e sustentabilidade. O evento reuniu oficinas, rodas de conversa, apresentações culturais e visitas mediadas, abordando temas como reflorestamento, espiritualidade, futuro a e preservação de saberes ancestrais.
O ciclo teve como proposta escutar e valorizar vozes e práticas que atravessam gerações e territórios, trazendo ao centro da reflexão lideranças tradicionais, artistas, pesquisadores e educadores. Foram três dias de atividades abertas ao público, com forte presença de comunidades e coletivos locais.
Na sexta, foi realizada uma atividade externa, que se tratava de uma imersão cultural nos territórios indígenas de Aracruz (ES), onde um grupo de 60 pessoas vivenciaram a cultura Tupinikim e Guarani; e também uma oficina “Entre o barro e o Parque”, com a equipe educativa do Parque.
O encerramento da programação, na sexta-feira (16), foi marcado por uma roda de conversa com o escritor e líder indígena Ailton Krenak, o pensador e neurocientista Sidarta Ribeiro, o líder espiritual guarani Marcelo Werá Djekupé, o multi-artista Tiganá Santana, e o escritor Fabiano Piúba, com mediação da jornalista Ana Laura Nahas.
O primeiro debate teve como tema “A terra que sonha e fala, está escutando tudo” e trouxe reflexões sobre o tempo da natureza, os saberes invisibilizados e os caminhos possíveis para o futuro.
“Os nossos ancestrais receberam orientações de como viver na Terra: respeitando a floresta, a água, os mais velhos, as pedras e os animais. É necessário aprender a respeitar essas coisas e o tempo delas para podermos viver bem e recuperar a Terra”, disse o líder espiritual Marcelo Werá Djekupé.
Em sua fala, Sidarta explicou a relação entre empatia, uma boa noite de sono e o sonho. “Quando a gente sente empatia, quando nos colocamos no lugar de alguém, a gente está ativando as mesmas regiões cerebrais que são ativadas quando a gente sonha. Então, de certa maneira, ter empatia por alguém é sonhar que a gente é uma outra pessoa. E essa capacidade de sonhar com outra pessoa é colocada em xeque quando estamos privados de sono”, pontua.
A segunda roda de conversa da noite teve como tema “Mata adentro: os chãos e os céus dos espíritos da floresta”. Durante a exposição de ideias, Tiganá afirmou que “há algumas cosmologias que se voltam para a escuta da terra. Destacaria de novo algumas dessas culturas como a Capoeira Angola. [...] A boca do atabaque que se volta para baixo é essa que se comunica diretamente com esses ancestrais que estão no centro da terra. O mínimo instante é também uma explosão de eternidade simultaneamente”.
O ciclo foi uma realização do Instituto ArteCidadania (IAC), em parceria com o Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria da Cultura (Secult) e da Secretaria de Governo (SEG), e com o apoio da Associação Selvagem.
Sobre o Parque Cultural Casa do Governador
Inaugurado em maio de 2022, o Parque Cultural Casa do Governador está localizado na Residência Oficial do Governo do Estado e apresenta uma vasta programação estruturada em três eixos complementares: arte, sustentabilidade e educação.
Foi concebido como um espaço dedicado à valorização da produção cultural local e também é reconhecido como a maior galeria de arte ao ar livre do Espírito Santo, com um acervo de 32 obras, sendo 22 permanentes e 10 temporárias, incluindo esculturas, instalações e projetos específicos para o lugar.
Com uma área de 93 mil metros quadrados, o parque é gerido pelas Secretarias da Cultura (Secult) e do Governo (SEG), por meio do Instituto ArteCidadania (IAC). Aberto gratuitamente ao público de terça a domingo, promove uma interação única entre arte contemporânea, natureza e atividades educativas.
Conta com patrocínio ouro da EDP e patrocínio prata do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e patrocínio prata da ArcelorMittal.
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