Marcos Martins inaugura no MAES exposição de 23 anos de trajetória

Na quarta-feira (19), às 17h, será aberta ao público a nova exposição “Pele abissal”, do artista Marcos Martins, no Museu de Arte do Espírito Santo (MAES), no Centro de Vitória. Com a curadoria de Lucas Dilacerda, a exposição apresenta um recorte da produção de 23 anos de Marcos Martins. Ao longo de sua trajetória, o artista - que também é arquiteto - vem desenvolvendo uma extensa pesquisa sobre os entrelaces poéticos entre o corpo e o abrigo.
Em sua obra, Marcos Martins aborda as relações que a presença do corpo cria nos territórios urbanos e naturais, discutindo os diferentes tipos de paisagem construídas ou desfeitas nesse encontro entre o corpo e o território. Nessa relação, o artista se autointitula como um bio-construtor de abrigos poéticos, no qual se interessa em criar o que ele chama de "corpo-abrigo", que se manifesta por meio de performances, intervenções urbanas, instalações e esculturas.
Na exposição, cada obra é a extensão de sua pele, cada obra é sua morada poética no mundo. A pele é o nosso maior órgão do corpo. Ela é uma matéria plástica que se elastica e se contrai ao longo de toda a nossa vida. Ela é uma paisagem que carrega as nossas cicatrizes e marcas do passado e é capaz de expressar acontecimentos presentes no interior do corpo e de indicar possibilidades futuras. No período gestacional, é por meio da pele que conseguimos ver, ouvir, sentir e nos comunicar com a vida que nos abriga. Ela é o contorno do corpo e, ao mesmo tempo, é a ponte de contato com outros corpos. Nesse sentido, ela é casa, vestimenta e invólucro do corpo. A pele é o nosso primeiro abrigo e, ao mesmo tempo, é a nossa porta de encontro com o mundo.
Em suas ecoperformances, o corpo humano se deforma para se formar com outros corpos da Natureza. Em cada obra, Marcos troca de pele. Nesse sentido, as suas obras são casulos que abrigam temporariamente um corpo em transmutação, refletindo assim a sua experiência de estar no mundo. Portanto, a exposição nos lembra que habitar é mais do que ocupar espaços: é ser parte de uma paisagem maior, é vestir o mundo e permitir-se ser revestido por ele.
A exposição tem um projeto de acessibilidade que contempla ações como tradução em Braille, interpretação em Libras, legendagem para surdos e ensurdecidos, fonte ampliada, alto contraste, obras táteis e audiodescrição em todas as obras. O projeto foi realizado por especialistas da área — tais como linguistas, fonoaudiólogos, roteiristas, designers e demais especialistas em acessibilidade —, além da consultoria de usuários e pessoas com deficiência. O espaço do museu dispõe de arquitetura acessível com rampas e elevadores.
A abertura oficial da exposição acontece no dia 19 de março, quarta-feira, no Museu de Arte do Espírito Santo, localizado no Centro de Vitória. Com acesso gratuito, o museu abre suas portas a partir das 17h para visitação e convida o público para a fala de abertura com presença do artista e curador.
Artista visual, arquiteto e bioconstrutor poético. Pesquisa os abrigamentos sensíveis nas práticas decoloniais da arquitetura e do corpo em espaços urbanos e na natureza, bem como as transformações nos territórios e paisagens construídas (ou desfeitas) pelo humano. Atua entre a espacialidade, o desejo e o corpo em seus estreitamentos com a Arquitetura, o Design e a Arte Contemporânea investigando o racismo ambiental e as transformações nos territórios. Coordena o grupo Labterra de tecnologias e saberes ancestrais. Tem obra no acervo da Pinacoteca-Ce. Participou das residências artísticas Con/Crit/Tec do Cad/Sr - Center For Art, Design and Social Research; Capacete - RJ e Varrer todo com água - Havana. Exposições individuais no Espaço8 - SP, SESC Fortaleza, SESC Juazeiro do Norte e CCBNB - Fortaleza. Dentre as coletivas destacam-se 75º Salão de Abril, 6º Bienal do Sertão, 6º Festival Arte Praia 2023, Mestre de obras - Galeria Marli Matsumoto, Se arar - Pinacoteca do Ceará e 16ª VERBO - Galeria Vermelho.
Minibio de Lucas Dilacerda:
Lucas Dilacerda é Curador e Crítico de Arte. É sócio da AICA - The International Association of Art Critics; e também da ABRE - Associação Brasileira de Estética, da ABCA - Associação Brasileira de Críticos de Arte e da ANPAP - Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (Comitê de Curadoria). Ganhou o prêmio ABCA 2023 pelo destaque regional no Nordeste com a curadoria da Bienal Internacional do Sertão. Realizou mais de 40 curadorias de exposições coletivas e individuais, 70 cursos e 200 apresentações em diversas instituições de arte no Brasil, tais como Museu de Arte Contemporânea - Dragão do Mar; Pinacoteca do Ceará; Museu da Imagem e do Som; Centro Cultural Banco do Nordeste, no Cariri; Arte Plural, de Recife; Museu de Arte Moderna da Bahia; Instituto Goethe; Parque Laje, do Rio de Janeiro; SESC, de São Paulo; e diversas outras galerias, tais como Galeria Leonardo Leal; Cave Galeria; Galeria Tato; OMA Galeria entre outras. Possui mais de 50 textos, críticas de arte e artigos publicados. É professor de “Estética” e “História da Arte” de Cursos Técnicos do Dragão do Mar e da Pós-Graduação em Arteterapia e Arte-Educação da UNIFOR. Doutorado e Mestrado em Artes, pela Universidade Federal do Ceará (UFC); Especialização em Arte: Crítica e Curadoria, pela PUC de SP; Especialização em História da Arte, pela Universidade de Uberaba de Minas Gerais; MBA em Curadoria, Museologia e Gestão de Exposições, pela Estácio; e Graduado em Artes Visuais, pela Universidade Estadual do Ceará; também é Graduado (Licenciatura e Bacharelado) em Filosofia, com ênfase em Estética e Filosofia da Arte, com distinção Summa Cum Laude, pela UFC; Especialista em Arte e Filosofia Clínica, pelo Instituto Packter; e Mestre em Filosofia, com ênfase em Estética e Filosofia da Arte, pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFC.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Secult
Tati Beling / Danilo Ferraz / Karen Mantovanelli / Matheus Carneiro / Julia Novais
Telefone: (27) 3636-7111
Whatsapp: (27) 99753-7583
secultjornalismo@gmail.com / comunicacao@secult.es.gov.br