LICC: projeto Narrativas Periféricas entrega 14 gibitecas nas unidades socioeducativas do Espírito Santo
Desde a última semana, todas unidades socioeducativas do Espírito Santo passaram a contar gibitecas — espaços onde os socioeducandos podem ter acesso à leitura de quadrinhos, mangás, graphic novels, fanzines e cordéis, entre outras produções do universo geek. A cerimônia de entrega das 14 gibitecas ocorreu na última terça-feira (05).
A construção das gibitecas é parte do Projeto Narrativas Periféricas, realizado pela Ciclo Escola. A iniciativa conta com patrocínio da Transportadora Associada de Gás (TAG), viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), além de apoio do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) e da Secretaria Municipal de Cultura de Vitória.
Durante a cerimônia de entrega, ocorrida na Unidade de Internação Metropolitana (Unimetro), em Xuri, Vila Velha, a gestora cultural do Narrativas Periféricas, Karlili Trindade, frisou que as unidades socioeducativas não podem ser espaços de usurpação de direitos. “Sou abolicionista penal, gostaria de viver em um mundo sem cárcere, mas enquanto houver cárcere, que todos direitos sejam garantidos, que todos socioeducandos que aqui estão tenham acesso a direitos como a cultura”, afirmou.
Os números mostram a grandiosidade do projeto: são 14 gibitecas em todas as unidades socioeducativas do Espírito Santo, que envolveram a aquisição de 60 almofadas e pufes, como parte do mobiliário das gibitecas, 163 metros de tatame, 3.600 exemplares para os acervos, além de 450 metros de área grafitada, já que cada gibiteca conta com painéis em grafite pintados por um time de 12 artistas: Karen Valentin, Starley Bonfim, Luhan Gaba, Fredone, ED Brown, Nico, Fel, Thiago Balbino, Camaleão, Jotta, Rudinho e Menoon.
Nas unidades de semiliberdade foram realizadas oficinas de grafite para criar os painéis. Dos 56 socioeducandos que participaram da etapa da pintura, 19 deles já ganharam liberdade. Além disso, ao longo dos três meses de muito trabalho, cinco fotógrafos atuaram no projeto.
Acervo
O acervo das gibitecas é composto por exemplares doados durante a campanha realizada em Vitória, Cachoeiro de Itapemirim e Linhares, além de exemplares comprados em sebos, editoras e diretamente com autores negros e periféricos. A proposta é que os jovens que cumprem medida socioeducativa, representando um recorte específico da periferia, possam entrar em contato com obras de artistas que também são periféricos, estimulando seu engajamento no universo geek a partir da identificação de seus pares.
“A ideia é utilizar os quadrinhos, uma literatura popular, para a construção de narrativas plurais, incentivando a leitura, a escrita e a formação do senso crítico. A proximidade da leitura com a identidade reforça o sentimento de pertencimento. O Narrativas Periféricas se propõe a fortalecer as políticas públicas que garantem direito e acesso à cultura”, ressalta Karlili Trindade.
Próximos passos
Outra iniciativa importante do projeto envolve a realização de oficinas de quadrinhos nas unidades socioeducativas, a serem ministradas por jovens que tiveram melhor desempenho durante a Formação em Quadrinhos, realizada entre os dias 30 de setembro e 28 de outubro.
Dos 30 jovens da Grande Vitória, de Linhares e Cachoeiro de Itapemirim que participaram dessa formação, 13 foram selecionados para multiplicar, entre os socioeducandos, o conhecimento adquirido. Para ministrar as oficinas, que terão carga horária de 12 horas, cada um vai receber uma bolsa no valor de R$ 1.200.
Até o final do projeto, será produzida uma coletânea reunindo trabalhos dos alunos da formação e das oficinas, e também uma websérie, a serem lançadas no evento de encerramento, em fevereiro.
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