19/01/2024 17h45 - Atualizado em 19/01/2024 18h02

LICC: jovens indígenas de Aracruz participam de oficina de formação em quadrinhos

Seis jovens indígenas de Aracruz participaram da oficina de quadrinhos oferecida pelo projeto Narrativas Periféricas, na Associação Indígena Tupiniquim e Guarani, localizada na aldeia Caieiras Velha. Com aulas ministradas por Daniela Claudino de Matos, a formação gratuita teve início na terça-feira (16) e terminou nesta sexta-feira (19). 

Daniela participou como aluna da primeira formação em quadrinhos do projeto, em outubro de 2023, voltada para as juventudes indígenas, negras, periféricas e da comunidade LGBTQIA+. A iniciativa, assim, segue cumprindo seu objetivo de multiplicar conhecimentos.

“A experiência de trabalhar em um projeto que envolve arte é única, mas o que mais me empolga é saber que estou ensinando e ajudando pessoas a se expressarem e mostrarem seus incômodos e suas dores de viver numa sociedade em que eles são os excluídos. Tudo isso por meio da arte, dos quadrinhos”, ressalta Daniela.

Por também ser jovem indígena da aldeia Caieiras Velha, ela foi escolhida para ministrar a oficina em Aracruz, onde o conteúdo abordado está relacionado à construção de narrativas plurais, uma perspectiva indígena associada aos quadrinhos. Além dela, outros 11 participantes da primeira formação atuam como professores nas oficinas de quadrinhos realizadas nas unidades socioeducativas do Estado. Todos os oficineiros recebem uma bolsa no valor de R$ 1,2 mil.

“Não se trata somente de criar histórias indígenas, mas de construir narrativas plurais sendo uma pessoa indígena. Resgatar a ancestralidade que inclui a identidade, a linguagem e tantos outros elementos que possibilitam um outro olhar sobre a dinâmica social. Quantos quadrinistas indígenas conhecemos? Não é que não existam, mas são apagados porque a norma no universo geek é ser branco, homem, cis e heteronormativo. A gente precisa mudar essa realidade”, afirma a coordenadora do Narrativas Periféricas, Karlili Trindade, acrescentando que, entre os jovens participantes, a maioria é de mulheres que dominam a técnica do desenho.

“Apresentar um caminho aos meus alunos, sobre como podem mostrar sua realidade, ajudá-los a se expressar, isso é incrível. Acredito que esse projeto vai acrescentar na vida de cada um deles. É uma oportunidade para nós, indígenas, contarmos nossa história a partir do nosso ponto de vista. Sou grata pela oportunidade que me foi dada. É uma experiência única ter esse projeto na aldeia”, diz Daniela Claudino de Matos.

As atividades da oficina incluíram também um bate-papo sobre construção de narrativas plurais com Lua Tupinkim, assistente social que coordenou o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) indígena e, hoje, é mestranda na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

O projeto Narrativas Periféricas é realizado pela Ciclo Escola, com patrocínio da empresa Transportadora Associada de Gás (TAG), viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), da Secretaria da Cultura (Secult). A iniciativa conta ainda com apoio da Associação Indígena Tupiniquin e Guarani (AITG), do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) e da Secretaria Municipal de Cultura de Vitória.

Até o final do projeto, será produzida uma coletânea reunindo trabalhos dos alunos da formação e das oficinas, e também uma websérie, a serem lançadas no evento de encerramento, em fevereiro.

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