Jornalista e escritora lança livro sobre comunicação popular na luta contra ditadura
A escritora e jornalista Elaine Dal Gobbo lança, nesta quinta-feira (05), o livro “Jornal Ferramenta – a comunicação popular na luta contra a ditadura no Espírito Santo”. O lançamento da obra vai ocorrer no Rio de Janeiro e, posteriormente, no Espírito Santo.
O evento vai acontecer no 30º Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) e contará também com a mesa “60 anos do golpe militar: homenagem a Frei Tito, comunicação e educação popular hoje”, que terá Elaine Dal Gobbo como uma das palestrantes, juntamente com Adriano de Araújo, do Fórum Grita Baixada; e Sandra Quintela, da Rede Jubileu Sul.
O livro foi produzido por meio do Edital de Difusão Literária e o lançamento no Rio de Janeiro foi possível por meio do Edital Circulação e Intercâmbio 2024, ambos por meio da Secretaria da Cultura (Secult), com recursos do Fundo Estadual de Cultura (Funcultura). Haverá também um lançamento em Vitória, em data ainda a ser definida.
O livro
Lançado pela editora NPC, organizadora do curso, o livro trata do jornal Ferramenta, da Pastoral Operária da Arquidiocese de Vitória, da sua criação, em 1977, até 1985, ano em que findou a ditadura militar no Brasil. Trata-se de um estudo inédito sobre o veículo de comunicação.
“Escolhi escrever sobre esse jornal porque, apesar de ter tido um papel de suma importância na mobilização dos trabalhadores capixabas no período ditatorial, infelizmente estava esquecido. Resgatar a memória do Ferramenta é rememorar as atrocidades de um período que não podemos esquecer para que nunca mais se repita”, disse Elaine Dal Gobbo.
A jornalista e escritora destaca ainda que, por meio do Ferramenta, resgata-se também a memória das lutas dos trabalhadores, das inúmeras conquistas advindas delas, e a experiência de uma iniciativa de comunicação popular que pode servir de exemplo nos dias de hoje. “Isso é importante para que se compreenda que muitos dos direitos dos quais usufruímos hoje são fruto dessas lutas”, destaca a jornalista.
O livro inicia com o resgate do golpe militar, em 1964, seus antecedentes, as mobilizações contrárias e favoráveis tanto no Brasil quanto no Espírito Santo, bem como as repressões com a sua concretização, como a censura à imprensa, práticas antissindicais e prisões arbitrárias. No segundo capítulo, destaca-se a atuação da Pastoral Operária nesse contexto, em que a Igreja Católica, por meio da Teologia da Libertação, teve um importante papel ao incentivar a organização em Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).
Assim, são relembradas as principais lideranças da Pastoral, sua atuação na articulação de chapas de oposição às diretorias sindicais ligadas aos patrões e ao governo, a criação do jornal Ferramenta, entre outros fatos. O jornal será abordado no terceiro capítulo, no qual a autora fala do porquê de sua criação, do processo de produção e distribuição, das principais temáticas abordadas e sua contribuição nas lutas dos trabalhadores.
No último capítulo, Elaine Dal Gobbo trata da Pastoral Operária na atualidade, em que o Ferramenta já não mais existe. A autora aborda os motivos que levaram ao do jornal e narra a atuação de uma Pastoral, que, embora enfraquecida, resiste dentro de uma Igreja com uma visão mais voltada para o espiritual e o individual, e em uma sociedade marcada pelo neoliberalismo.
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