18/10/2023 15h54

Funcultura: Grupo Anônimos de Teatro estreia o espetáculo “A Metamorfose” em Cachoeiro de Itapemirim

No espetáculo, o ator Luiz Carlos Cardoso interpreta diferentes personagens (Foto: Farley José)

Com texto adaptado do livro homônimo de Franz Kafka, o espetáculo “A Metamorfose”, do Grupo Anônimos de Teatro, estreia no Centro Operário e de Proteção Mútua, em Cachoeiro de Itapemirim, nesta sexta-feira (20). A dramaturgia aborda as relações de opressão, descartabilidade e desumanização presentes na obra original, publicada pela primeira vez em 1915 – e que permanecem sendo temas relevantes, em muitos níveis, na sociedade contemporânea.

Além de sessões abertas ao público, o grupo vai realizar quatro apresentações em escolas públicas de ensino médio daquele município. “A gente se apresenta em escolas para a formação de público, já que estamos numa cidade em que as pessoas muitas vezes não têm essa oportunidade de consumir cultura. Então a gente vai pela via da educação, chamando as escolas para essa conversa, para esse debate, para assistir ao teatro, consumir a cultura feita na cidade e da cidade. Além disso, o espetáculo é a adaptação de um livro, o que é um prato cheio para que a gente trabalhe com escolas”, afirma o ator Luiz Carlos Cardoso.

Com direção da bailarina Ivna Messina e dramaturgia de Fernando Marques, “A Metamorfose” traz Luiz Carlos Cardoso em cena, acompanhado dos músicos Alessandra Biato e João de Paula Junior. Quem assina o figurino é Antonio Apolinário; e a luz, Daniel Boone. “A gente começou a experimentação do corpo e do texto em um processo anterior, intitulado ‘Exercícios para uma Metamorfose’. Com isso feito, a gente voltou para a sala e continuou a pesquisa de forma mais fluida, com caminhos mais direcionados para o que viria a ser esse espetáculo”, comenta o ator.

O projeto, que realizou um ensaio aberto em setembro, também marca a estreia de Ivna Messina na direção de um espetáculo de teatro. Para chegar aos personagens e ao narrador da história, todos interpretados pelo mesmo ator, a diretora conta que partiu de sua experiência com o gesto e o corpo, acrescida dos textos que o dramaturgo ia propondo (incialmente, como roteiros de ação).

“O começo do trabalho foi todo corporal, para identificar no Luiz características, gestos, modos de se mover que poderiam ser interessantes para a proposta da montagem. Depois, comecei a trabalhar imagens e células coreográficas a partir das ideias. Então, como uma coreografia, combino as imagens, gestos e células, repetindo, ressignificando, enquanto Luiz vai se movendo junto às palavras. Brinco dizendo que estou ‘coreografando o texto’”, observa ela.

Processo

Quase dez anos após a montagem de seu último solo, “Viajante” – escrito e dirigido por Fernando Marques –, Luiz Carlos Cardoso se reencontra com o dramaturgo, que assina o texto de “A Metamorfose”, a partir de um processo de escrita que se deu simultaneamente ao trabalho na sala de ensaio, com uma prática afetando e modificando a outra.

Um dos desafios para Fernando Marques foi adaptar o texto literário para o teatro. Menos pelo trabalho de adaptação de um clássico – já realizado por ele em outras montagens –, e mais por julgar o texto difícil de se transpor para a cena. O caminho encontrado passou por escolhas que envolveram o tipo de narrador – que, na peça, se manifesta mais diretamente sobre o que narra –, a composição dos personagens e seu peso na trama, entre outros elementos importantes para a costura dramatúrgica.

O recorte temático também se deu coletivamente. “Há um aspecto de desumanização e de descartabilidade de quem não é mais produtivo, de quem não gera mais-valia, de quem, por algum motivo, é posto à margem no esquema de produção. Você não serve mais. Isso em muitos níveis, porque permeia a vida pessoal, afetiva, familiar, a subjetividade. Não é algo que se resume aos aspectos profissional, econômico ou qualquer outra coisa por aí. Esse foi um caminho que me interessou e interessou à equipe”, explica Fernando Marques.

A realização do espetáculo conta com recursos do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), da Secretaria da Cultura (Secult). Em fevereiro de 2024, o Grupo Anônimos de Teatro leva “A Metamorfose” também para a Casa da Música Sônia Cabral, no Centro de Vitória.

Serviço:

Espetáculo “A Metamorfose” (temporada de estreia)

Grupo Anônimos de Teatro

Quando: 20, 21, 27 e 28 de outubro; 4 de novembro

Horário: às 19h

Local: Centro Operário e de Proteção Mútua, Rua 25 de Março, 189, Centro, Cachoeiro de Itapemirim (em frente à Casa dos Braga)

Entrada gratuita

Classificação livre

A sessão conta com intérprete de Libras

Ficha técnica:

Direção: Ivna Messina

Dramaturgia: Fernando Marques

Intérprete: Luiz Carlos Cardoso

Trilha sonora: Alessandra Biato e João de Paula Junior

Cenário e figurino: Antonio Apolinário

Iluminação: Daniel Boone

Identidade visual e fotografias: Farley José

Assessoria de imprensa: Patricia Galleto

Direção de vídeo: Diego Scarparo

Direção de produção: Luiz Carlos Cardoso

Produção (Cachoeiro de Itapemirim): Amanda Malta

Realização: Grupo Anônimos de Teatro

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