Curta-metragem que destaca a autopoiesis do artista Waldo Motta está em fase de finalização
Está em fase de finalização o curta-metragem documentário “WALDO”, que destaca a autopoiese do artista Waldo Motta. Dirigido por Diego Nunes e Fabricio Fernández, o filme celebra a vida do poeta como uma obra de arte e destaca o artista como um inventor de novas realidades. Com uma trajetória de mais de 40 anos de carreira artística, Waldo Motta obteve reconhecimento nacional e internacional.
O curta-metragem entra na residência do poeta para investigar como o artista realizou a criação de um sistema de pensamento poético, que foi construído a partir de referências religiosas, mitológicas de origem judaico-cristã, budista, africana e da filosofia dos povos indígenas Guarani.
Negro, gay, idoso, Waldo Motta é o inventor do que chama de estilo e/ou método apocalíptico, escatológico ou paraclético. Além do aprofundamento dos seus estudos cabalísticos, passou a estudar os anagramas e a escrever poemas anagramáticos, inventando novas técnicas literárias e poéticas, já divulgadas na Universidade de Munique, Alemanha, Universidade da Califórnia, em Berkeley, Universidade de Stanford, Palo Alto, Estados Unidos.
“O artista retratado no filme Waldo, o poeta Waldo Motta, é exatamente como aparece na tela e, ao mesmo tempo, muito mais. Ele é o construtor de uma filosofia cucentrada e no documentário fala dessa experiência de quase três décadas de produção e pesquisa poética, que ganhou reconhecimento internacional, além de lembrar de fatos importantes de sua própria vida”, disse o cineasta e um dos diretores do curta-metragem Diego Nunes.
Sem pretender realizar um filme no formato tradicional das narrativas documentais, Diego Nunes e Fabrício Fernández se juntaram para produzir, ao mesmo tempo, um ensaio-poema e uma cine-dança. O roteiro experimental, que foi escrito por Fabricio Fernández e montado livremente por Tati Franklin, nasceu a partir do encontro e da amizade entre Waldo Motta e o escritor Fabrício Fernàndez, ambos também autores de escritas homoeróticas.
“Conheci Waldo num sábado nublado, depois de retornar de Brasília onde morei por meia década. Conheci o poeta na praça Getúlio Vargas, no Centro de Vitória, em meio a um redemoinho que nos cercou onde estávamos, sentados no banco de concreto. Foi um encontro como a um acontecimento”, rememora Fabricio Fernández.
Arquivo, memória e fluxos narrativos
O curta-metragem Waldo tem um fluxo narrativo que permeia o cotidiano onírico do artista, a memória (com a utilização de arquivos) e a recordação, por meio da lembrança, além de uma câmera que percorre a geografia do corpo do artista e suas inscrições históricas.
Da casa do poeta, o filme segue para o palco do teatro, que é outro lugar na poética teatral de Waldo Motta, sobretudo nos poemas de Terra sem Mal, que primeiramente foram encenados como uma dramaturgia alegórica, e posteriormente publicados em livro pela editora Patuá, em 2015. É quando um teatro performático e alegórico passa a existir na obra e na vida do artista, como se verifica em muitas de suas postagens em rede social.
“Na tentativa de tentar captar momentos de solidão e introspecção do artista, o filme acaba, por sua vez, tentando entrar, imergir, na própria criação poética de Waldo, em Terra sem Mal. É quando o bailarino Ricardo Reais encena dois poemas de Waldo, ao mesmo tempo: O Jaguar e a Monstra”, explica Diego Nunes.
Posteriormente, entramos em um universo de memórias e afirmações artísticas de Waldo Motta, quando o poeta fala sobre sonhos, representações e símbolos do universo LGBT e também sobre o jornalista e cineasta Amylton de Almeida, que lhe abriu caminhos com elogios e críticas favoráveis na imprensa quando Waldo Motta chegou na Capital, vindo de São Mateus, cidade de origem do poeta.
O curta-metragem “WALDO” foi contemplado no Edital de Produção Audiovisual 14/2022, do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura (Secult).
Ficha-técnica:
Com Waldo Motta
Roteiro: Fabrício Fernandez
Direção: Fabrício Fernandez e Diego Nunes
Assistente de direção: Diego Nunes
Som direto: Gisele Bernardes
Direção de arte: Diego Nunes e Waldo Motta
Figurino e Maquiagem: Paulo Fernandes
Assistente de arte e figurino: Mariana Lucas
Direção de fotografia: Francisco Xavier
Assistente de fotografia: Tais Lobo
Produção de SET e cattering: Ed Lobo
Edição e finalização: Tati Franklin
Produção executiva: Saskia Sá
Coprodução: Horizonte Líquido
Trilha sonora: Arian Motta
Preparação de corpo (performance): Paulo Fernandes
Imagem de Arquivo: Filmagem de Terra sem Mal – 2009, de Ricardo Sá
SINOPSE: O poeta Waldo Motta fala sobre a sua construção da poética do sagrado.
Contato para entrevista com o poeta Waldo Motta:
Fabricio Fernández – 27 992716243
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Secult
Tati Beling / Danilo Ferraz / Karen Mantovanelli / Matheus Carneiro / Julia Novais
Telefone: (27) 3636-7111
Whatsapp: (27) 99753-7583
secultjornalismo@gmail.com / comunicacao@secult.es.gov.br