Comunidade ribeirinha da foz do Itapemirim torna-se Ponto de Memória

Nos dias 14, 15 e 16 de agosto, a região da foz do Rio Itapemirim — abrangendo os bairros Pontal e Barra do Itapemirim, no entorno do histórico Trapiche da Barra —, no município de Marataízes, será palco da programação especial do projeto “Ponto de Memória: Foz do Itapemirim”.
A iniciativa é realizada pela Casa Roxa Cultural e pela Secretaria da Cultura (Secult), por meio do Edital 06/2023 do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), em parceria com a Colônia de Pescadores Z-8 e apoio da Prefeitura Municipal de Marataízes.
O projeto propõe uma imersão na cultura tradicional pesqueira e ribeirinha do sul capixaba, promovendo atividades formativas, culturais, educativas e comunitárias voltadas à valorização do patrimônio material e imaterial da região. A programação é gratuita e aberta ao público de todas as idades, abrangendo rodas de conversa, oficinas, palestras, exibições audiovisuais e apresentações culturais.
A Foz do Itapemirim é um território de reconhecida importância ambiental, histórica, econômica e sociocultural, onde as águas doces do rio encontram o Oceano Atlântico. O Rio Itapemirim, um dos mais relevantes do estado, exerce papel estruturante na organização territorial e na formação da identidade regional capixaba.
A pesca artesanal, principal atividade econômica da comunidade local, é sustentada por saberes transmitidos entre gerações. As marisqueiras, por sua vez, guardam conhecimentos ancestrais sobre os ciclos das marés e a coleta de frutos do mar, refletindo a força da oralidade e das práticas culturais originárias. A culinária regional — com destaque para moquecas, caldeiradas e outros pratos tradicionais — é um exemplo da íntima relação entre território e cultura.
Monumentos e espaços como o Palácio das Águias, os antigos trapiches, os armazéns, o Mercado do Peixe e a própria Colônia de Pescadores Z-8 compõem um acervo patrimonial de grande valor simbólico e histórico, que integra a memória coletiva do Vale do Itapemirim. A criação do Ponto de Memória visa à salvaguarda, valorização e difusão desses elementos constitutivos da identidade local.
“Sob a perspectiva da justiça social, o reconhecimento desses saberes e fazeres como parte do patrimônio cultural imaterial é um passo fundamental para o enfrentamento das invisibilidades históricas impostas às populações tradicionais e periféricas. Valorizar a diversidade e reconhecer o protagonismo das comunidades ribeirinhas é afirmar que a cultura popular também é cultura de base, merecedora de investimento, proteção e permanência”, afirmou a coordenadora de equipes da Casa Roxa Cultural e responsável pelo projeto, Juciane de Souza
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira | 14 de agosto
Local: Trapiche – Porto da Barra
14h – Roda de conversa: Preservação das Águas e do Meio Ambiente
15h – Oficina prática: Trato do Peixe
18h – Roda de conversa: Lei da Pesca
19h30 – Oficina de Gastronomia: Receitas com Frutos do Mar
21h – Apresentação cultural: Roda de Jongo Mestre Bento
Sexta-feira | 15 de agosto
Local: Trapiche – Porto da Barra
14h – Palestra: A Pesca Sustentável como Caminho para a Geração de Renda
15h – Oficina: Conchas e Criatividade – Saberes do Litoral
18h – Palestra: Segurança em Alto-Mar e Automonitoramento da Produção de Pescado
19h30 – Exibição audiovisual: O Pescador e a Pérola + Tesouros em Rede
20h – Roda de construção: Carta Coletiva de Constituição do Ponto de Memória
21h – Apresentação cultural: Capoeira Guerreiros da Arte
Sábado | 16 de agosto
Local: Porto da Barra
08h – Imersão Marítima: Vivência em Barco com Pescadores Locais
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