Coletivo Emaranhado participa de festival de arte e cultura negra em São Paulo
Iniciado em outubro de 2022, o projeto Corpo Afro – Manutenção de Grupo e Manifestações Negro-Brasileiras oferece ao público capixaba oficinas semanais gratuitas de dança negra. De lá para cá, foram mais de dois mil atendimentos. Com essa iniciativa, o Coletivo Emaranhado tem alcançado, dentro e fora do estado, reconhecimento como um espaço de fomento e reflexão sobre a arte negra.
A participação do coletivo no festival Omodé, no Sesc Bom Retiro, em São Paulo, é uma demonstração desse reconhecimento. Entre os dias 29 de junho e 9 de julho, o grupo ficará em cartaz com dois espetáculos de dança infantojuvenil, “A menina e o pássaro” e “Kalunga” – trabalhos que, em 2023, foram reelaborados com apoio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), da Secretaria da Cultura (Secult).
“Esta é a primeira edição do Omodé, festival de arte negra voltado para crianças, e em maio nós fomos abordados por uma programadora do Sesc Bom Retiro, que nos convidou para apresentar os espetáculos infantis que temos em nosso portfólio. Logo em seguida, recebemos o convite para participar do evento”, conta Maicom Souza, bailarino e diretor-geral do Coletivo Emaranhado.
Além de espetáculos de teatro, dança e artes integradas, o festival promove ciclos de palestras, oficinas e rodas de conversa sobre filosofias africanas. A programação conta ainda com grandes nomes nacionais da arte, educação e filosofia negra no Brasil, como a pesquisadora Nilma Lino Gomes, o filósofo Renato Nogueira, o compositor e filósofo Tiganá Santana, a cantora Ellen Oléria, o músico KL Jay (integrante do grupo Racionais MCs), além de atividades relacionadas a culinária, brincadeiras e fazeres culturais afrodiaspóricos.
As duas apresentações que o grupo leva para São Paulo perpassam os saberes afrorreferenciados. Em “A menina e o pássaro”, a história é ambientada em Tão Belo, mundo imaginário de uma menina que tem como melhor amigo um pássaro. Entre as idas e vindas dele, todas as sensações captadas em Tão Belo vão ganhando cor, vida e sentido. Já no espetáculo “Kalunga” (foto ao lado), o mar possui a energia de Yemọjá, força vital que também está na baía de Vitória. Kalunga, navega entre a mitologia e o real, nas danças, na circularidade, no corpo ondulado de pés no chão.
“A LICC tem possibilitado ampliar o nosso alcance em nível nacional, pois viabiliza a reunião de artistas que têm como principal fonte de renda a produção e o desenvolvimento da arte capixaba, aprimorando nossas demandas de trabalho”, diz Maicom Souza. De acordo com ele, para além das oficinas, o projeto Corpo Afro contempla uma sede própria para o Coletivo Emaranhado e sua manutenção.
“Somos um elenco de oito artistas, com uma rotina regular de trabalho de segunda a sexta, das 12h às 18h. Foi a primeira vez em 10 anos que conseguimos articular essa prática. Normalmente, trabalhávamos em outros locais, em atividades diversas e com dança aos finais de semana. Essa rotina de manutenção da companhia tem nos rendido bons frutos, porque conseguimos gerir melhor nossas redes sociais e realizar atividades de gestão que contribuem para nossa organização”, completa Maicom Souza.
Fundado em 25 de maio de 2013, em Vitória, o Coletivo Emaranhado é formado por artistas que se interessam pela dança como epicentro de suas pesquisas visando, sobretudo, a possíveis relações transversais com outras linguagens. Seus trabalhos refletem sobre o que indica ou acentua signos da arte negra por meio gesto e o que seria o descortinar do corpo a partir da dança negro-brasileira. A filosofia do grupo é a de difundir a interação constante entre as linguagens artísticas, numa performance denominada emaranhado cênico.
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