Ciclo de formação promove debate sobre questões de raça, gênero e sexualidade na arte
Entre os meses de maio e julho, acontece o ciclo de formação on-line “Transformações Pedagógicas”. Inteiramente gratuita, a atividade faz parte do projeto Arte | Ética | Crítica | Escritura (Aece) e as inscrições para o primeiro dos três módulos poderão ser feitas a partir da próxima segunda-feira (24).
Cada um dos módulos terá três encontros on-line, totalizando nove semanas de discussões e reflexões, abordando questões de raça, gênero e sexualidade nos campos da curadoria, da crítica, da história, da pesquisa, da arte-educação e das produções artístico-culturais brasileiras contemporâneas.
O primeiro módulo sobre “Crítica de arte e curadoria trans” será ministrado por Ian Habib e acontece nos dias 03, 10 e 17 de maio, sempre das 19h às 20h30. O segundo módulo, que será com viníciux da silva e terá como tema: “Curadoria fugitiva: uma contradição, uma possibilidade”, acontece nos dias 23 e 30 de maio e 06 de junho, também das 19h às 20h30. O último módulo será sobre “A educação museal nas fronteiras das artes visuais”, com Brune Ribeiro, nos dias 21 e 28 de junho e, ainda, no dia 5 de julho, com os encontros acontecendo no mesmo horário: das 19h às 20h30.
Cada módulo terá 30 vagas a serem preenchidas por ordem de inscrição. As inscrições poderão ser feitas no site do projeto.
Livro
O projeto também prevê, entre suas ações, o lançamento do livro “Arte | Ética | Crítica | Escritura: Que nenhuma voz da realidade humana seja empurrada para baixo do silêncio da história – Tomo I”. A obra está em fase de finalização e deve ser publicada ainda no primeiro semestre de 2023.
“A partir do Aece, nós buscamos inserir na experiência do debate público e na constituição de diálogos coletivos transversais algumas das principais linhas de força das discussões suscitadas no Brasil, nos campos da arte e da cultura, nas primeiras duas décadas do século XXI”, afirmou o artista-educador, pesquisador e curador Lindomberto Ferreira Alves, um dos coordenadores do projeto.
O livro reúne artigos escritos por 18 pessoas, em sua maioria trans, negras e da comunidade LGBTQIA+.
“Corpos transvestigêneres, negres, indígenas, LGBTQIA+ são capazes de intelectualidade, mesmo quando os espaços acadêmicos e do circuito da arte contemporânea tornam difíceis nossas permanências ou mesmo nossa chegada nos mesmos”, ressaltou a artista, curadora e pesquisadora Phoebe Coiote Degobi, com quem Alves divide a coordenação, organização e realização de todas as atividades do Aece.
Degobi defende que seu lugar nesse projeto, enquanto travesti, também tem sido o de escutar. “Entender que é necessário que se abram caminhos para nossos corpos, de maneira que não apenas possamos nos infiltrar nesses espaços, mas que possamos escolher ficar ou sair deles, que possamos ter o direito de escolher, e que a precariedade dos nossos trabalhos não nos force a saída”, disse.
Dessa forma, os objetivos de Lindomberto Ferreira Alves e de Phoebe Coiote Degobi, a partir do Aece, dialogam com as desobediências estéticas e epistêmicas, com as justiças cognitivas/sociais e com a vida em sua pluralidade e imanência. “Assim, a partir dos múltiplos agenciamentos reflexivos que queremos evocar, temos a possibilidade de desenvolver decomposições e reconstruções de sentidos para a arte, a cultura e o vivido, a fim de evocar agenciamentos de relações de regimes heterogêneos do sensível”, reforçam.
O Aece, que promoverá ainda uma formação para professoras e professores, conta com recursos do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), tendo sido aprovado no Edital 017/2021, de Seleção de Projetos Culturais Setoriais de Artes Visuais, da Secretaria da Cultura (Secult).
Mais informações sobre o Aece estão disponíveis no perfil do projeto no Instagram.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Secult
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