10/03/2025 16h52

Capoeira e caxambu fortalecem identidade quilombola em Cachoeiro

No último sábado (8), a comunidade quilombola de Vargem Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim, celebrou a conclusão de dois importantes projetos voltados para a valorização e preservação do patrimônio imaterial local. Fortalecendo as tradições do caxambu e da capoeira, promovendo a troca de saberes entre gerações e reafirmando a identidade cultural da região.

O primeiro projeto, Oficinas de Formação de Capoeiristas e Caxambuzeiros no Quilombo Vargem Alegre, levou aulas de capoeira e caxambu para crianças e adolescentes da comunidade. Durante meses, os participantes aprenderam diretamente com mestres e oficineiros, formando rodas, treinando com instrumentos e aprofundando-se na cultura dessas manifestações. Como resultado desse processo, os alunos vivenciaram um momento especial: a cerimônia de batizado, onde foram reconhecidos como novos capoeiristas e receberam seus primeiros cordéis. Para o oficineiro Carlos Ronaldo Caitano, a experiência foi transformadora: “Foram momentos de muito aprendizado. As crianças e os adolescentes mostraram interesse pelo esporte e pela cultura, e agora seguem esse caminho com entusiasmo”.

Além da capoeira, o caxambu também foi fortalecido com o projeto Manutenção das Rodas de Caxambu de Cachoeiro de Itapemirim, que desde outubro promoveu encontros entre os três grupos que preservam essa manifestação na cidade: Caxambu da Velha Rita (bairro Zumbi), Santa Cruz (quilombo Monte Alegre) e Alegria de Viver (quilombo Vargem Alegre). A última roda, realizada em Vargem Alegre, foi um momento de celebração e integração entre os participantes. Para Lúcia Maria Caitano, a Mestra Lucinha do grupo Alegria de Viver, a experiência foi enriquecedora: “O que mais apreciamos é a oportunidade de estar com nossos companheiros de outros grupos, aprendendo e trocando conhecimentos. Conhecemos jongos com letras diferentes das que costumamos cantar, e isso fortalece a nossa tradição”.

A acessibilidade e a inclusão também foram temas centrais nos projetos, garantindo que todas as pessoas pudessem participar e vivenciar as atividades. A psicopedagoga Maria Elvira Tavares destaca que a preservação do patrimônio imaterial só faz sentido quando há diversidade e participação ampla. “Garantir acessibilidade significa permitir que todos possam contribuir para essas tradições, sem exclusão, fortalecendo a cultura de forma coletiva”, afirma.

Com o apoio da Associação de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial Cachoeirense, do Instituto de Preservação do Patrimônio Cultural Ádapo e do Studio Inovar Arquitetura, os projetos reafirmaram o compromisso com a continuidade das práticas culturais em Cachoeiro. Genildo Coelho Hautequestt Filho, coordenador geral das iniciativas, destaca a importância desse tipo de ação: “Os grupos que representam o patrimônio imaterial da cidade só conseguem seguir com suas atividades e transmitir seus conhecimentos por meio de projetos que promovam sua valorização”. O encerramento foi marcado por apresentações culturais e uma tradicional feijoada, simbolizando a força da cultura negra e da identidade quilombola na região.

As iniciativas foram realizadas com recursos do Fundo de Cultura do Espírito Santo (Funcultura) por meio da Secretaria da Cultura (Secult).

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