15/03/2024 10h23

Alvaro Abreu celebra o prazer de fazer bem feito em roda de conversa na Biblioteca Pública Estadual

Alvaro Abreu acredita já ter feito mais de cinco mil colheres de bambu, todas diferentes (Foto: Diana Abreu)

O prazer de produzir com as próprias mãos inspira a roda de conversa “Fazer Bem Feito Compensa”, com o engenheiro de produção, cronista e colhereiro Alvaro Abreu, marcada para esta segunda-feira (18), a partir das 19h, na Biblioteca Pública do Espírito Santo (BPES), em Vitória.

Na ocasião, será realizada também uma exposição com as mais variadas colheres produzidas por Alvaro Abreu, que acredita já ter feito mais de cinco mil peças, todas diferentes, em um processo iniciado há quase três décadas, após sofrer um infarto.

No encontro desta segunda-feira, na BPES, o autor aproveita para falar também sobre seu livro “Viva a produção prazerosa: histórias das colheres de bambu”, em que compartilha ideias e vivências, seus métodos de trabalho e sua paixão pelas ferramentas e pelas colheres de bambu.

Na contramão da tendência de digitalização e automação, Alvaro Abreu exalta o prazer de produzir com as próprias mãos, utilizando somente ferramentas bem simples. E vai além: comprova e defende que fazer bem feito compensa.

“Será a primeira vez que falarei em público sobre as colheres. Acho que será uma boa oportunidade para trocar impressões sobre experiências pessoais, incluindo as relacionadas com o aproveitamento das nossas habilidades e de alternativas para aproveitar o nosso tempo com coisas que nos proporcionam satisfação”, afirma o colhereiro.

Liberdade

O bate-papo promete ser leve e descontraído. Alvaro Abreu não comercializa o que faz e, ao trabalhar assim, sente-se livre de imposições de normas, padrões e prazos. Ele se move pelos simples prazeres de fazer algo que lhe agrade.

Cada peça é única e seu formato resulta da sucessão de golpes para contornar restrições e aproveitar as especificidades de cada pedaço do bambu. O colhereiro define a produção prazerosa como um movimento impulsionado por pequenas e grandes emoções, que começam a brotar logo após a pessoa decidir fazer alguma coisa: seja escrever um texto, seja pintar um quadro, seja fazer uma colher. 

Ele acrescenta que outras boas emoções vão surgindo sucessivamente, a cada etapa do processo, até que o resultado final se apresente e proporcione a sensação de realização pessoal, que pode durar por um bom tempo.

O livro

No livro “Viva a produção prazerosa: histórias das colheres de bambu” (Editora Mandacaru), o autor conta como começou a fazer colheres e declara sua admiração pelos bambus, um recurso de grande utilidade e beleza – enaltecendo as ferramentas que ajudam o homem a realizar o que pretende. Além disso, apresenta em detalhes seus métodos de trabalho e fala das suas reflexões e atitudes sobre o fazer bem feito.

Na obra, Alvaro Abreu relembra que começou a usar bambu ainda na infância para fazer pipas e varas de pescar e revela que se encantou definitivamente com ele ao atentar para as suas fibras ao desbastar um pedaço de madeira no sítio de um amigo.

O autor dedica um capítulo aos processos de trabalho que adota, todos eles destinados a extrair nacos de material cada vez menores. Ele conta que seu trabalho é composto por duas atividades complementares – descobrir um defeito qualquer e tentar saná-lo da melhor forma –, que se sucedem em ciclos, até que a peça seja considerada pronta e acabada.

O autor

Alvaro Abreu nasceu em Cachoeiro de Itapemirim. Engenheiro mecânico e mestre em Engenharia de Produção, foi professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), assessor no Ministério de Educação (MEC), pró-reitor na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), chefe da Assessoria de Planejamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), trabalhou no Banco de Desenvolvimento do Espirito Santo (Bandes) e é sócio-fundador da Tecmaran, empresa especializada em gerenciamento avançado da produção. Hoje, aos 75 anos, prefere ser conhecido como colhereiro.

Serviço:

“Fazer Bem Feito Compensa”

Roda de conversa com Alvaro Abreu e exposição de colheres de bambu

Quando: 18/03 (segunda-feira)

Horário: a partir das 19h

Local: Biblioteca Pública do Espírito Santo, Av. João Batista Parra, 165, Praia do Suá, Vitória

Entrada gratuita

Mais informações: (27) 3137-9351



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