05/07/2018 11h43 - Atualizado em 05/07/2018 11h44

A IN PARES cia de dança monta seu mais novo espetáculo: OCO.

Depois de Inumeráveis, Inabitáveis, Banzo e do recente e polêmico Caos, que foram sucessos de público e de crítica nos teatros capixabas, é com OCO que a companhia se reinventa. Em um processo novo de criação coreográfica, dirigido a três mãos, os vazios e as incompletudes do homem, como algoz de si mesmo, foram investigados para a construção dos movimentos, das performances, dos gestos, das emoções e das intenções cênicas, repletas de culpas, de medos, de castração religiosa, social e emocional e de desejos numa sociedade cada vez mais pueril, superficial e efêmera.  

O projeto foi contemplado no Edital 021/2017 de produção de espetáculo de dança.

O espetáculo acontece na Casa Porto, em Vitória, em um lugar incomum, pois não se trata de um teatro e sim de um museu, e que foi meticulosamente adaptado, tornando o trabalho mais criativo, sensível e orgânico numa investigação inédita do grupo em oferecer ao público um novo olhar, mais imerso, onde as pessoas poderão acompanhar as personagens de perto, caminhando com elas pela Casa, compondo as 6 cenas, nos 6 diferentes momentos dramáticos da narrativa, aproximando o espaço cênico a outros cenários, como um convento, uma sala de tortura, uma sala de ensaio, entre outros. Para o dramaturgo e diretor artístico da In Pares, Paulo Sena, o objetivo foi tornar ainda mais crível essa experiência com cada cena proposta “ter no espaço cênico, não apenas o cenário, mas o lugar onde é possível rememorar as marcas que tornaram essas personagens tão amargas e invisíveis, foi o que nos moveu. Queríamos que o público também se movesse, literalmente, para juntos pensarmos sobre quem são aqueles corpos, aquelas impressões e aquelas memórias e a música arrebatadora do Wanderson Lopes e a iluminação singular do André Stefson foram cruciais para tornar possível essa catarse”.    

A coreografia é visceral, é poética mas é também de denúncia. Essas marcas simbólicas da companhia, que estão sempre presentes em todos os seus trabalhos, também são vistos em OCO. Na primeira cena há uma homenagem ao primeiro espetáculo do grupo, “Inumeráveis”, porém com novos significados e novos contornos. Partiu das relações afetivas e líricas com a loucura e a insanidade e foram até o imaginário literários de artistas que serviram de base para pesquisa do grupo, como Ana Cristina César, Maura Cansado e Daniela Arbex, entre outros. Gil Mendes, que assina juntamente com Mauro Marques e Paulo Sena a condução coletiva da criação coreográfica explica esse ponto de partida: “OCO nos levou as inquietações mais intimas e perturbados do homem, tangenciando os traumas, as dores, a fé, as paixões, os suicídios simbólicos desse sujeito à margem até alcançar, numa reflexão metalinguística, o próprio processo criativo e artístico de um artista, o criador, numa hipervalorização do complexo momento do artista com sua própria obra, seja na literatura, no cinema, na música, na pintura ou na dança. Investigamos esses vários vazios”.

Em OCO a companhia também reinventa um novo horário de apresentações: ao meio dia. Especificamente nos dias 19, 20 e 21 de julho (quinta, sexta e sábado respectivamente), as apresentações também ocorrerão às 12h, para que outros públicos possam ter a oportunidade de ter acesso à dança. Mauro Marques, que também é um dos bailarinos de OCO, se sente animado com esse ineditismo: “Aproveitar este horário, onde as pessoas estão transitando no centro, entrando ou saindo do almoço, é dar opção às pessoas há um pouco mais de arte em seu cotidiano, não somente para refletir sobre suas próprias vidas e escolhas, mas também prestigiar um trabalho artístico de uma companhia capixaba que tem lutado muito para manter essa linguagem em evidência, porque muitas questões sociais e políticas são também questões da dança e queremos contribuir nesse ato, que é nobre e extremamente necessário. Estão todos convidados”. E nos sábado e domingos as apresentações são às 19h e 18h, respectivamente.

O espetáculo é gratuito e as pessoas precisam retirar os ingressos sempre 1h antes de cada apresentação. E por ser um espaço alternativo, a entrada é limitada a 30 pessoas. Caso tenha demanda, a companhia poderá duplicar as sessões de apresentação, sempre 30 minutos após o fim de cada apresentação.

 

O REPERTÓRIO DA COMPANHIA

Desde 2004, a IN PARES cia de dança se mantem no cenário da dança contemporânea no Espírito Santo.

Abaixo todos os espetáculos produzidos em ordem cronológica de estreias, com uma pequena sinopse:

Inumeráveis (2008) – a linha tênue entre insanidade e arte.

Inabitáveis (2010) – os desejos sexuais represados de dois homens.

Banzo (2014) – inspirado no conto Soroco, sua mãe e sua filha, de Guimarães Rosa.

Caos (2017) – a barbárie humana e o estado de sítio.

Oco (2018) – os vazios do homem contemporânea.

 

FICHA TÉCNICA DO ESPETÁCULO

Bailarinos: CYNTIA Severo, DIELSON Santos, GIL Mendes, LUCCIANO Coelho, MAURO Marques, PATRICIA Bittencourt, POTI Ara Bolzan e RICARDO Reis

Núcleo de Criação Coreográfica:  GIL Mendes, MAURO Marques e PAULO Sena

Iluminação: ANDRÉ Stefson

Música: WANDERSON Lopes

Dramaturgia e Direção Artística: PAULO Sena

 

 

SERVIÇO

OCO - Espetáculo de dança contemporânea

Estreia: 14/07 (sábado)

Horário: 19h

Local: Casa Porto, centro de Vitória.

INGRESSOS GRATUITOS (retirar 1h antes do inicio)

Lotação: 30 pessoas

 

Outras datas e horários:

15/07 (domingo) às 18h

19/07 (quinta-feira) às 12h

20/07 (sexta-feira) às 12h

21/07 (sábado) às 12h e 19h

22/07 (domingo) às 18h

 

 

CONTATO

 

Paulo Sena

(27) 99956-0609

paulosssena@hotmail.com

Dramaturgo e Diretor Artístico

IN PARES cia de dança

 

 

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