O longa-metragem “Três”, escrito e dirigido pelo capixaba Renan Amaral, está oficialmente finalizado. Gravado em 2023, na Itália, o filme nasceu de um processo profundamente autoral e independente, marcado por improviso, experimentação e desafios técnicos que acompanharam toda a pós-produção.

A equipe trabalhou a partir de uma escaleta, e as atrizes improvisaram falas e ações a cada take, sem repetições idênticas. Para Renan, esse método trouxe naturalidade rara às cenas, mas tornou a montagem um desafio. “Foi preciso encontrar, no meio de tanta espontaneidade, o fio narrativo”, explica.

Como o processo exigia um olhar de quem viveu o set, o próprio diretor assumiu a montagem. A captação de som também surpreendeu na pós: cada atriz usou um modelo diferente de celular para gravar o áudio, o que gerou “incompatibilidades malucas” no software, segundo Renan. O trabalho sonoro contou com a atuação de Brian Baltar, Bruno C. Hanstenreiter e Daniel Calderón, responsáveis por superar as dificuldades e garantir o resultado final.

A finalização só foi possível graças ao incentivo da Lei Paulo Gustavo (LGP), por meio da Secretaria da Cultura (Secult) e Ministério da Cultura (MinC), Governo Federal na linha de complementação para longa-metragem. O recurso permitiu contratar profissionais essenciais para fechar o filme com qualidade técnica e estrutural.

No dia 20 de novembro, a Jemastê Filmes lançou o trailer oficial e promoveu uma live especial para marcar a conclusão do projeto. Renan Amaral e a atriz e produtora executiva Fran Mattoso conversaram sobre o processo de realização do filme, em bate-papo mediado por Lucas Detoni, do canal 5minutoscinema.

Na conversa, revisitaram o primeiro corte de duas horas, a consultoria fundamental de Tati Franklin para chegar à versão final e os bastidores de filmar um longa sem incentivos de produção — apenas com recursos próprios, vontade e muita teimosia artística.

Com a finalização concluída, “Três” inicia agora sua trajetória em festivais.

SINOPSE

Rita (44), Carla (42) e Júlia (40) cresceram passando os verões na casa da Nonna, no interior da Itália. Na última noite juntas, enterraram no jardim uma caixa com cartas que só poderiam ser abertas no futuro.

Duas décadas depois, Júlia decide cumprir a promessa e convence as primas a se reencontrarem na casa de Rita, que agora vive na mesma cidade da avó para recuperar o que deixaram lá.

Mas, junto às cartas amareladas, retornam lembranças, segredos, feridas e afetos que o tempo não apagou. Ao longo dos dias, elas descobrem que o reencontro não é sobre o que enterraram, mas sobre tudo aquilo que ainda não tiveram coragem de revelar ao mundo.

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