Temática LGBT é destaque na programação da Galeria Homero Massena e do Palácio Sônia Cabral em fevereiro
No mês de fevereiro, o Palácio da Cultura Sônia Cabral e a Galeria Homero Massena, no Centro de Vitória, realizam uma programação integrada e direcionada para comunidade LGBT, buscando dar visibilidade para as questões de gênero e sexualidade. A Mostra de vídeo Videografias do Corpo, a exposição fotográfica Transpotências, a leitura dramática Trangressoras e o espetáculo teatral Cortiço dos Anjostrazem uma similaridade em seus conceitos: são obras artísticas que retratam a dura realidade e vivência de travestis, mulheres e homens transexuais no País.
De forma a permitir uma maior inclusão, todos os eventos são gratuitos para pessoas trans e travestis. De acordo com o administrador do Sônia Cabral, Renan Oaks, este é um momento ideal dos espaços culturais apoiarem as causas LGBT.
"Acreditamos que é nosso dever criar e promover ações que garantam a representatividade e a visibilidade destas pessoas. Esta programação também demonstra que o diálogo entre os espaços culturais potencializa suas programações. Desta forma conseguiremos alcançar um número maior de pessoas e começaremos a criar um circuito cultural pela cidade, mesmo com linguagens semelhantes em programações distintas”, destaca Oaks.
Para o coordenador da galeria Homero Massena, Nicolas Soares, a mostra Videografias do Corpo “trata de corpos possíveis. De superfícies possíveis. De subjetividades possíveis. De afetividades possíveis. Entendendo que grupos historicamente invisibilizados se encontram sempre nas interseções e endossam o coro para legitimar cada existência”, afirma.
Outro destaque no mês de fevereiro é a premiação Humaniza, que acontece no dia 27 de fevereiro, no teatro Sônia Cabral. Criada pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), o evento reconhece os servidores da Sejus com maior contribuição para o desenvolvimento do sistema prisional capixaba.
Teatro Sônia Cabral
Exposição fotográfica transpotências -
(Até 28 de Fevereiro)
Registro fotográfico do cotidiano de três mulheres trans de diferentes recortes sociais e raciais, moradoras de Vitória. A exposição conta com fotografias e produção geral de Aidê Malanquini e curadoria de Luara Monteiro.
Horário de visitação: 09h às 17h / classificação livre
Entrada gratuita.
Leitura dramática trangressoras –
(Sexta-feira, 15 de fevereiro)
Encenando da comédia ao drama, o Coletivo Elas Tramam apresenta leituras dramáticas abordando questões de gênero e sexualidade. Os textos são das autoras Alessandra Pin Ferraz, Priscilla Gomes, Patrícia Eugênio e Rejane Arruda, que fazem parte do Coletivo Elas tramam. O projeto é formado por mulheres que produzem e encenam suas dramaturgias em esquetes e performances. Durante dois anos elas produziram, com o apoio da Secult/ES, dois E-books que podem ser acessados por meio do link:
https://elastramam.wordpress.com/
Direção e elenco: Coletivo Elas tramam
Autoras e Textos:
Alessandra Pin Ferraz: “Quem tem medo da monstra” e “Casadell@s”
Priscilla Gomes: “Dá a mão pro bicho não entrar”
Patrícia Eugênio: “EvaGina”
Rejane Arruda: “Rasgo”
Horário: 20h | classificação 14 anos | duração: 90min
R$ 20 (inteira) | 10 (meia). Eventos são gratuitos para pessoas trans e travestis.
- Espetáculo teatral Cortiço Dos Anjos -
(Sexta-feira e sábado, 22 e 23 de fevereiro)
Encenada pela Trupe Iá Pocô é inspirado pelas obras de Nelson Rodrigues e Plínio Marcos, o espetáculo narra a história de um assassinato e o interrogatório de quatro moradores suspeitos do crime em um cortiço. No caminho, os personagens destrincham suas tristezas e dores ao público. Direção e dramaturgia de Rodrigo Paouto. Elenco: Rodriggo Sabatini, Dana Oliver, Josi Oliver e Deb Schulz
20h | Teatro | Classificação 18 anos | Duração: 80min
R$ 20 (inteira) | 10 (meia). Eventos são gratuitos para pessoas trans e travestis.
- Prêmio Humaniza - Secretaria de Estado da Justiça -
(Quarta-feira, 27 de fevereiro)
Promovido pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), por meio do Programa de Humanização na Gestão Penitenciária, o prêmio busca identificar, reconhecer e estimular as boas práticas desenvolvidas por servidores do sistema prisional capixaba. O evento tem três categorias de premiação: A Gestão humanizadora, em que concorrem sete unidades prisionais; os Projetos Humanizadores, com 11 iniciativas disputando e a Atitude Humanizadora, com seis servidores concorrendo.
Horário: 16h | Premiação | Classificação Livre
Entrada Gratuita
O Palácio da Cultura Sonia Cabral, fica localizado na Praça João Clímaco, s/n - Centro, Vitória Horário de visitação: de segunda a sexta, das 09h às 17h. Telefone: 3132.8396 e 3132.8399.
Galeria Homero Massena
- Mostra de vídeos videografias do corpo -
(De segunda a sábado, 18 a 23 de fevereiro)
Na mostra de vídeos que acontecerá no período de 18 a 23 de fevereiro, será apresentado um panorama de artistas e produtores audiovisuais nacionais e internacionais que trabalham com a possibilidades de remodelação do corpo sociopolítico, as subjetividades subalternizadas na esfera pública hegemônica (branca/hétero), além de questões voltadas a ancestralidade e negritude. O projeto expositivo foi proposto pelo coletivo Casa 310; uma instalação de mobiliários que pensa as formas de exibição e a experiência do espectador, especialmente para o espaço da galeria.
Produções:
Translúcidos (SP, 2015, 14 min.)
Realizado pelo Coletivo Gleba do Pêssego e dirigido por Asaph Luccas e Guilherme Candido, “Translúcidos" narra a vida de pacientes presos em uma clínica de tratamento de disforia de gênero.
Yeda Brown – Efeito Borboleta (RJ, 2017, 6 min.)
O documentário “Yeda Brown - Efeito Borboleta”, uma produção da FACHA – Faculdades Integradas Hélio Alonso, com direção de Pedro Murad, conta a história da atriz Yeda Brown, uma das primeiras transexuais brasileiras (transgenitalizada em 1975), última musa de Salvador Dalí, e sua relação com o artista.
#GISANTS#GILLES#PASTOR (ALBUM) (França, 2016, 3 min).
Vídeo/slide feito com selfies e fotografias anônimas, de amadores e profissionais postadas no Facebook utilizando as tags #GISTANTS #GILLES #PASTOR, criado em 2015 por Gilles Pastor.
“bikini quadradão” - Yuri Tripodi (BA, 2014, 4 min.)
Desenho|composição de vestimenta para uso cotidiano sentidos de pensamento quadrado [enquadrado conservador] e significados geometricamente a partir de) formas do quadrado e linhas retas, cores tropicais pra a[s]cender o desbunde.
Cais do Corpo (RJ, 2015, 7 min.)
Dirigido por Virginia de Medeiros e realizado durante a “revitalização” da Praça Mauá, na zona portuária do Rio de Janeiro, o filme é uma abordagem sobre as transformações do lugar a partir do universo da prostituição em sua dimensão social e política: enquanto as vozes narram à violência e a opressão do projeto urbanístico sem planejamento, os corpos afirmam, no seu erotismo e performatividade, sua resistência a esse modelo.
Baile (Experimental, ES, 2015, 8 min.)
“Baile” foi produzido pela artista Rubiane Maia durante uma residência artística no Vilarejo de Cemitério do Peixe no interior de Minas Gerais, conhecido como uma cidade-fantasma pelo fato de abrigar apenas três habitantes e várias casas vazias. Segundo os antigos moradores da região, os escravos eram enterrados à beira do rio, e ainda é possível escutar o som de tambores e cantos trazidos pelo vento.
WebDoc Corpo Flor (Série de documentários, ES, 2018)
O documentário de Izah Candido e Wanderson Viana investiga como os corpos negros que fogem da normativa heterossexual dialogam com o mundo, em seu prazer e sua resistência contra uma estrutura de controle e subalternização.
“A Massa É Bi / La Massa És Bi” – Berna Reale (PA, 2018, 3 min.)
No vídeo clipe de “A Massa É Bi / La Massa És Bi” a artista Berna Reale apresenta Bi, uma personagem cor de rosa que possui características físicas masculinas e femininas.
A Galeria Homero Massena fica localizada na Rua Pedro Palácios, nº 99 - Cidade Alta - Centro de Vitória. Funcionamento: segunda a sexta - 9h as 18h
Sábado - 13h as 17h
Entrada gratuita. Telefone: 3132.8395
Dia da Visibilidade Trans
No dia 29 de Janeiro de 2004, pela primeira vez, travestis e transsexuais estiveram no Congresso Nacional para expor sua realidade e defender seus direitos na frente dos congressistas. Por esse motivo, a data foi eleita como o Dia da Visibilidade Trans.
Texto: Danilo Ferraz e Carla Nigro (Estagiária do Palácio da Cultura Sônia Cabral)
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