Na programação outras duas obras de compositores consagrados, os austríacos Mozart e Hummel 

Um dos temas clássicos mais conhecidos do mundo, o balé, ‘O Lago dos Cisnes’, escrito por Tchaikovsky, será apresentado pela Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses), nos dias 27 e 28 de fevereiro, às 20 horas, no Teatro Glória. A música conta a história de Odette, princesa transformada em um cisne pela maldição de um feitiço.

  Também serão apresentadas a abertura da ópera “O Rapto do Serralho”, de Mozart, e o “Concerto para trompete em mi bemol”, de Hummel, com solo do trompetista da Oses, Renan Sena, e regência do maestro Leonardo David (foto), com destaque para a participação da violinista convidada, Gabriela Queiroz, que será a spalla da noite.

Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) e podem ser adquiridos na bilheteria do Centro Cultural Sesc Glória, de terça à domingo, das 11h às 20h.

O Lago dos Cisnes

O som dos oboés, acompanhado da delicadeza da harpa, anunciam suavemente o começo da obra, que ganha força logo depois, com a melodia tocada por toda a orquestra. O balé “Lago dos Cisnes”, clássico escrito por Tchaikovsky, conta a história do amor de um príncipe por uma cisne. A obra passou a ser referência obrigatória no repertório do balé clássico, com enredo encantador, vibrante e lúdico.

Para Tchaikovsky, a composição dessa obra era, antes de tudo, um gesto autobiográfico, quase que confessional, sobretudo por sua beleza melódica. Tchaikovsky contribuiu para o balé russo ganhar incomparável prestígio musical no final do século XIX e iniciou uma renovação estética que continuou nas obras de compositores como, Stravinsky e Prokofiev.

O Rapto do Serralho

Na sequência, será apresentada a abertura da ópera mais popular da trajetória de Mozart, “O Rapto do Serralho”. Na época em que foi escrita, em 1781, o imperador austríaco Josef II fez o famoso comentário: “bela demais para os nossos ouvidos, meu caro Mozart, e com notas em demasia”. E Mozart retrucou: “Exatamente tantas quantas são necessárias, Majestade”.

A obra conta, em três atos, a história de duas mulheres ocidentais raptadas por piratas turcos que as vende para um harém. No final, são salvas pelos seus noivos. O entusiasmo com que Mozart se dedicou a esta obra reflete na rapidez que a compôs, apenas cinco meses.

Concerto para trompete em mi bemol maior

Por fim, será apresentado o “Concerto para trompete em mi bemol maior”, do Austríaco Hummel, compositor contemporâneo de Mozart e Beethoven. Hummel era filho de músico e foi uma criança prodígio. Desde cedo, quando era levado por seu pai para as turnês européias, impressionava as pessoas por conta de seu virtuosismo no piano. Quando seu pai foi transferido para trabalhar em Viena, Hummel foi apresentado a Mozart, que o ouviu, levou para casa e lhe deu aulas. A obra terá como solista o trompetista e integrante da Orquestra Sinfônica, Renan Sena.

Para Renan (foto), a obra é repertório obrigatório em todas as partes do mundo, pois foi um marco histórico. Em um momento em que o trompete estava em desuso, o compositor Hummel criou esse concerto que restaurou a importância e o valor do trompete dentro de uma orquestra. “Hummel era uma mistura de virtuosidade com leveza”, completa o solista.

 É a segunda vez que Renan Sena atua como solista na Orquestra Sinfônica do Espírito Santo. Na sua estreia, tocou o Carnaval de Veneza, um repertório que demonstra a habilidade e técnica do trompetista. Dessa vez, seu papel será resgatar a história cultural do instrumento. “As pessoas tendem a me perguntar o que é mais difícil e desafiador durante a execução do concerto. E o que mais me desafia quando estou no palco é atrair pessoas que não convivem nesse universo musical utilizando da minha própria expressão artística, alcançando e conquistando o coração do público”, conta.

“Eu morava ao lado de uma favela, estudei em escola pública e sempre tive amigos que não eram os melhores exemplos. Eu me sentia uma pessoa diferente por não querer ser igual aos meus amigos. Sempre tive outras maneiras de me expressar e foi através da música que eu consegui criar uma válvula de escape”.

Com o apoio dos pais, Renan se matriculou no Conservatório de Tatuí, em São Paulo, um dos maiores da América Latina. “Ser músico me ajudou a desenvolver minha personalidade e me ensinou a me tornar uma pessoa mais disciplinada, entrelaçando a música dentro de mim, como se fosse parte do meu DNA”. Renan se considera uma pessoa vitoriosa. “A música me salvou muitas vezes e continua me salvando”, diz.  

Serviço:

O Lago Dos Cisnes

Data: 27 e 28 de fevereiro
Horário: 20h
Local: Teatro Glória
Abertura da ópera: 
O Rapto do Serralho, de Mozart
Concerto para trompete em mi bemol maior, de Hummel
Suíte O Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky

Solista: Renan Sena

Maestro: Leonardo David

Texto: Erika Piskac

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