Os desafios para se promover a inclusão e a acessibilidade em espaços culturais foram debatidos no encontro promovido pela Secretaria da Cultura (Secult) na manhã desta quinta-feira (21), no Hub ES+, Centro de Vitória. O evento, que contou com a participação da curadora e produtora cultural Paola Valentina (SP) e o doutor em Design Rangel Sales (MG), teve a presença de, aproximadamente, 60 servidores das equipes de locais geridos da Secult.

 Participaram servidores da Biblioteca Pública do Estado do Espírito Santo (BPES), Casa da Música Sônia, Galeria Homero Massena (GHM), Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (Maes) e do Museu do Colono.

 Durante o evento, foram apresentadas informações básicas sobre receptivos de público, ou seja, a importância do atendimento de visitantes na recepção nos locais, e realizada a reflexão sobre a comunicação e a orientação sobre as atividades realizadas. O evento também contou com a exibição do documentário “Entrada livre”, que aborda a temática do acesso aos espaços públicos de arte e cultura pela juventude. O vídeo foi roteirizado, produzido e filmado pelos jovens bolsistas do núcleo “Juventudes Conectadas”, da Midiateca Capixaba. 

 A produtora cultural Paola Valentina (foto) destacou sobre a necessidade do respeito às diversidades, principalmente as pessoas LGBTQIAPN+, e, especificamente, às pessoas trans e travestis, não somente em espaços culturais como em qualquer local.

 "Sempre faço essa pergunta de que será vivemos em uma cultura democrática e inclusiva. Penso que a empatia precisa vir em primeiro lugar, se colocar e respeitar a vida do outro para avançarmos em conviver numa sociedade em harmonia e se sentir pertencente. É preciso refletir sobre como podemos evoluir incluindo no trabalho de vocês presentes”, pontuou Paola Valentina.

 Rangel Sales destacou a atenção que precisa ser colocada em prática na adequação do acesso e da participação das visitantes com deficiência e as minorias sociais, evitando que os responsáveis dos espaços evitem praticar preconceitos ou causem constrangimento aos visitantes.

 “Duas questões que penso é a inclusão com acessibilidade, e no “nós”, nas relações dentro das próprias equipes em no que os gestores fazem para acolher os “acolhedores”. É preciso pensar na estrutura do espaço cultural e do museu na relação com os lugares, nas vivências e, sobretudo, pelas pessoas em todos os âmbitos sociais, que são o principal objetivo de manter os locais abertos. Temos de ter responsabilidade em todas as relações de como existem esses espaços. É pensar sim na sua vida como colaborador e perante todos os tipos de público”, enfatizou Sales (foto).

 O servidor do Museu de Arte do Estado do Espírito José Luiz Coelho de Macedo destacou a importância do evento para a orientação concedida às equipes responsáveis pelos espaços culturais. “A palestra foi muito boa, pois nos direciona a prestar atenção em vários detalhes, em ajudar mais as pessoas que tenham algum tipo de dificuldade ou deficiência em todos os pontos. Esses encontros ajudam em muito a nos que auxiliam os visitantes que têm diferentes condições e necessidades”, evidenciou Macedo.

 Já a servidora Biblioteca Pública do Espírito Santo, Lara Espíndola, ressaltou a importância da relação da diversidade LGBTQIAPN+ perante a sua experiência mais pessoal nos atendimentos na Biblioteca.

 “Aqui na Biblioteca, é maravilhoso estar aqui no setor de obras gerais, atendendo a produções que não havíamos antes, como as literaturas LGBT. Agora que a biblioteca está tendo livros, outras publicações, é maravilhoso ver como a comunidade LGBT fica feliz quando encontra esses livros no local e como eles representam eles. Está sendo um espaço que cada vez mais está acolhendo esse público. Outro ponto foi a história e a experiência de vida da Paola, porque realmente, ela é uma sobrevivente de tantas intolerâncias. Ver a Paola ali na frente, dando a palestra dela, foi maravilhoso”, pontuou Lara .

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