07/06/2018 10h49

Peculiaridades da vida da jornalista Maria Nilce no palco

Espetáculo de dança contemporânea Poison,  inspirado no livro “Eu, Maria Nilce”,  será  apresentado neste sábado (9), no  Teatro Municipal Geraldo Cestari, em Itaguaçu

Uma mulher a frente do seu tempo. Assim pode ser retratada a colunista social Maria Nilce Magalhães, assassinada em Vitória no dia 5 de julho de 1989. E trechos da história jornalista, incluindo a sua morte, serão apresentados no espetáculo de dança contemporânea “Poison”, neste sábado (9), às 19h30, no Teatro Municipal Geraldo Cestari, em Itaguaçu. A entrada é gratuita.

Inspirado no livro “Eu, Maria Nilce” e também com base em conversas com amigos e familiares de Maria Nilce Magalhães, o espetáculo é um mergulho no passado da jornalista através da dança, que escancara aos olhos do espectador a vida como ela é, com erros, acertos, beleza e violência, tal como foi a vida dessa mulher. “Fomos em busca de detalhes e ficamos totalmente encantados com a ousadia dela, que teve uma presença marcante na sociedade capixaba”, declara o produtor cultural Artênio Dutra, idealizador de Poison.

A cada movimento das bailarinas Ariane Guisso, Priscila Lages, Karollyne Tristão, Polyanna Senna e Rayanne Guimarães a luz provoca sensações e emoções através da intensidade, cores e ângulos. Escrevendo sua própria dramaturgia, dialogando com os demais elementos que compõe a estética do espetáculo e revelando os pensamentos, prazeres e ideologias da inquietante jornalista. Uma curiosidade: o nome do espetáculo é uma referência ao perfume preferido de Maria Nilce.

O figurino de “Poison”, assinado pela designer Dayse Maciel e pela figurinista Angela Mendes, traz referências obtidas via acervo fotográfico da homenageada. E todo o processo de produção foi feito de forma colaborativa entre a equipe responsável pelo espetáculo, já que a troca de impressões sobre Maria Nilce foi intensa. “Construímos um perfil baseado nas nossas percepções a cerca da mulher e profissional Maria Nilce. Nossa meta é mostrar ao público o furacão que foi esta mulher de coragem, uma figura realmente peculiar”, afirma Artênio Dutra.

Com designer de luz concebido por André Estefson, o espetáculo levará o público a mergulhar na intimidade, devaneios, introspecções, o amor a família e a coragem desse furacão em torno da personalidade multifacetada e peculiar de Maria Nilce Magalhães, desvelando sua trajetória profissional bastante polêmica no jogo dialético das relações sociais e de poder. Além, será abordado o uso do corpo e a importância que se dá à imagem e até que ponto estas relações podem se tornar nocivas e destrutivas hoje em nossa contemporaneidade. “Já na primeira coreografia, que representa a crueldade de sua morte, a luz se apresenta como um elemento imprescindível que aproxima e afasta o espectador da cena, que oculta e revela. Seguindo assim por todo espetáculo, em uma iluminação que expõe minuciosos detalhes de uma rotina de vida intensa e instigante que não costumamos presenciar. Beleza e violência são as palavras-chave que traçam a dramaturgia de iluminação pensada por mim para a composição de Poison”, destaca André Estefson.  

A trilha sonora de Anderson Bardot compostas única e exclusivamente para serem utilizadas nas apresentações do espetáculo de dança mostra no prólogo uma realidade de tensão e que deixará o público perplexo como os corpos são tratados de forma banal e sem valor após a morte. Poison tem direção geral de Karla Ferreira Pinto, direção artística e supervisão de dramaturgia assinada por Eliane Miranda, direção coreográfica de Patricia Miranda e idealização e concepção de Artênio Dutra. Conta ainda com a colaboração de Rubens Rocha (meitre em ballet e ensaiador), Lygia Machado (assistente de produção), Anderson Bardôt (trilha sonora), André e Juliano Ferreira Pinto (cenário).

Violência contra a mulher em pauta

O idealizador do projeto, Artênio Dutra, explica que, após exibição de Poison para alunos do curso de jornalismo da Faculdade Estácio de Sá, em Vitória, foi levantada a questão do feminicídio no Espírito Santo, que está entre os Estados com maior índice deste tipo de crime. “Mesmo não sendo essa a intenção direta do trabalho, acreditamos ser conveniente abordar este assunto, já que casos como de Maria Nilce Magalhães, Araceli Cabrera Sánchez Crespo, Milena Gottardi Tonini Frasson e outras tantas mulheres invisíveis pontua uma questão que deve ser sim conversada abertamente e que nos permite novas reflexões, muito mais profundas sobre o assunto, tendo a arte como um meio de veiculação destas informações”, declara.

Oficina de dança

No dia da apresentação de Poison, às 16 horas, a bailarina e bacharel em dança Eliane Miranda vai ministrar, gratuitamente, uma oficina de dança contemporânea voltada para alunos de escolas de dança, professores e alunos de escolas do Ensino Médio. Os interessados devem se inscrever na hora.

Serviço
Espetáculo de dança contemporânea Poison
Data: 9/6, às 19h30
Local: Teatro Municipal Geraldo Cestari, em Itaguaçu
Entrada gratuita

Relacionamento com a imprensa:
Márcia Almeida
Golden Assessoria de Comunicação
(27) 99925-3818

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