14/09/2023 17h44 - Atualizado em 22/09/2023 17h09

Museu do Colono promove série de atividades que integram o calendário da 17ª Primavera dos Museus

Com o tema “Memórias e democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas”, a 17ª Primavera dos Museus visa promover a reflexão acerca da importância dos museus na promoção da inclusão social e da diversidade, fundamentais à construção da democracia. Coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), a temporada de eventos é realizada em âmbito nacional, com participação das mais variadas instituições culturais.

Integrando a temporada, o Museu do Colono, em Santa Leopoldina, abre suas portas ao público a partir desta sexta-feira (15), com uma programação diversa, com exposição de fotografias, bate-papo e oficina.

Reunindo fotografias que apresentam um olhar cotidiano sobre três mulheres transexuais, a exposição “Transpotências” será aberta nesta sexta-feira (15), a partir das 9h, na Galeria Alice Holzmeister. A mostra encontrou inspiração na obra “Engenharia erótica: travestis no Rio de Janeiro”, de Hugo Denizart, publicada em 1997 com a proposta de colaborar para a criação de um novo olhar sobre o universo da transexualidade, refletindo acerca de estereótipos baseados na ausência de conhecimento sobre o assunto.

“Transpotências”, que pode ser visitada até 30 de setembro, foi idealizada pela artista Aidê Malanquini, em parceria com Pablo Rocon, pesquisador que trabalha com a população transexual no universo acadêmico. Além disso, conta com curadoria inicial da fotógrafa Luara Monteiro. Para a exibição no Museu do Colono, foi reformulada a partir de curadoria da museóloga Ana Motta. As modelos que tiveram seus cotidianos registrados no Espírito Santo são Michelle Gama, Viviane Corrêa e Vick Pastore, contemplando distintos recortes sociais e raciais.

A exposição “Transpotências” reúne 39 fotografias com um olhar cotidiano sobre mulheres transexuaisA exposição “Transpotências” reúne 39 fotografias com um olhar cotidiano sobre mulheres transexuais

Na terça-feira (19), será realizado um bate-papo on-line com o arqueólogo Henrique Antonio Valadares Costa. Integrante do Conselho Estadual de Cultura (CEC) e doutor e mestre em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (USP), ele falará sobre a história índigena leopoldinense e capixaba. Para participar, basta acessar o perfil do Museu do Colono no Instagram, às 19h, na terça-feira.

Para fechar a programação, no sábado (23), o Museu do Colono promove a oficina gratuita “Reinterpretando Histórias”, no Centro Comunitário da Comunidade Quilombola do Retiro, em Santa Leopoldina. Ministrada pela historiadora e museóloga Ana Motta, a atividade vai abordar de forma teórica e prática conceitos como identidade, memória e história, bem como elaboração de exposição e projetos culturais.

A oficina é aberta a qualquer pessoa, a partir dos 16 anos, preferencialmente da comunidade do Retiro. Não é necessário inscrever-se previamente. O objetivo é fornecer ferramentas para que os participantes possam pesquisar e contar suas próprias histórias, produzindo conteúdo e ocupando espaços culturais, como o próprio Museu do Colono – aproximando-o da comunidade local.

Memórias e democracia

A temática proposta pela 17ª Primavera dos Museus visa estimular os profissionais que estão à frente dos museus – detentores e promotores da memória, da cultura e das artes – a contribuir com o reconhecimento, a valorização e o protagonismo das pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas na produção de suas próprias memórias.

Como provocação, a iniciativa levanta uma série de questões: Onde estão essas pessoas nos museus? Que acervos representativos de suas culturas os museus preservam? Como eles são apresentados para a sociedade e como os museus contribuem para seu reconhecimento e valorização? Quem os museus ouvem quando tratam de pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas?

A pauta da 17ª Primavera dos Museus destaca as memórias da comunidade LGBT+ como sendo fundamentais para compreensão da luta por direitos civis, igualdade e respeito. Já as memórias dos povos indígenas são essenciais à preservação de suas culturas, línguas e conhecimentos ancestrais. As memórias das comunidades quilombolas, por sua vez, são um testemunho da resistência e resiliência ao longo do tempo.

Nesse sentido, o Ibram ressalta que a memória é um elemento vital para a construção da democracia e a promoção da igualdade e da justiça social. Preservar as memórias das pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas é fundamental para que suas lutas, realizações e identidades sejam valorizadas e respeitadas na sociedade contemporânea – e os museus têm essa responsabilidade.

Programação:

15/09 (sexta-feira)

Das 9h às 17h

Abertura da exposição “Transpotências”

Visitação até 30/09

Na Galeria Alice Holzmeister

Museu do Colono, Av. Presidente Vargas, 1501, Centro, Santa Leopoldina

19/09 (terça-feira)

Das 19h às 20h

Live com o arqueólogo Henrique Antonio Valadares Costa 

No perfil do Museu do Colono no Instagram

23/09 (sábado)

Das 9h às 16h

Oficina “Reinterpretando Histórias”

Ministrada pela historiadora e museóloga Ana Motta

No Centro Comunitário  da Comunidade Quilombola do Retiro, em Santa Leopoldina

Mais informações pelo WhatsApp do Museu do Colono: (27) 99902-1626.



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