Em comemoração ao Dia Estadual do Imigrante Pomerano, que ocorre neste sábado (28), e aos 166 anos da imigração pomerana no Brasil, o Museu do Colono abre a exposição “Noivas Pomeranas: Tradição e História em Vestidos dos Séculos XIX e XX”. O evento terá início também neste sábado (28) e seguirá até a próxima segunda-feira (30), das 8h30 às 20h. A entrada é gratuita.

A exposição apresenta réplicas fiéis de vestidos de noivas pomeranas dos séculos XIX e XX. Um dos elementos mais marcantes é o vestido de noiva preto — uma peça tradicional que difere dos padrões modernos, mas carrega profunda simbologia. No contexto do século XIX, o preto era considerado uma cor nobre, associada à dignidade, seriedade e, principalmente, ao status social. Tecidos escuros e de qualidade eram raros e caros, acessíveis apenas a famílias que economizavam por anos para confeccionar um vestido que seria usado não apenas no casamento, mas também em outras cerimônias importantes da vida da mulher.

O uso do preto nos casamentos também refletia aspectos simbólicos relacionados ao papel social da mulher. Ao se casar, a noiva deixava o seio familiar para integrar-se à família do marido — um processo muitas vezes marcado por sentimentos de separação e transformação, conhecido como “luto social”. A cor preta, portanto, simbolizava essa transição e era encarada com respeito e reverência.

Além disso, a preferência por tecidos escuros estava ligada ao clima da Europa Setentrional, de onde vieram os pomeranos. Os trajes precisavam ser resistentes ao frio e à umidade, e as cores escuras, por absorverem melhor o calor, mostravam-se mais práticas no cotidiano. Essa estética foi mantida mesmo após a migração para o Brasil, especialmente como símbolo da continuidade cultural e dos valores tradicionais.

A exposição representa uma oportunidade de mergulhar na história viva do povo pomerano, que, com resiliência e fé, ajudou a construir o Espírito Santo rural e cultural que conhecemos hoje. Mais do que peças de vestuário, os vestidos representam memórias, sentimentos e identidades transmitidas por gerações.

Imigração

No dia 28 de junho de 2025, celebram-se os 166 anos da chegada dos primeiros imigrantes pomeranos ao Espírito Santo — data que marca oficialmente o Dia Estadual do Imigrante Pomerano. Vindos majoritariamente da antiga região da Pomerânia, então situada entre a Alemanha e a Polônia, esses imigrantes deixaram seus lares em busca de melhores condições de vida, trazendo consigo sua fé, língua, costumes e uma forte tradição de trabalho comunitário.

O município de Santa Leopoldina foi um dos primeiros a receber essas famílias, ainda em 1859, e até hoje mantém viva essa herança cultural que atravessa gerações. Em comemoração à data, o Museu do Colono realiza uma exposição especial de vestidos de noiva pomeranos, com réplicas fiéis aos trajes usados entre os séculos XIX e XX.

Serviço:

Exposição: Noivas Pomeranas: Tradição e História em Vestidos dos Séculos XIX e XX”

período: sábado (28) a segunda-feira (30)

Horário: das 8h30 às 20h

Local: Museu do Colono 

Endereço: Av. Presidente Vargas, nº 1.501 – Santa Leopoldina/ES 

Entrada gratuita

Museu do Colono

O casarão foi construído e mobiliado no fim do século XIX e conta com acervo composto por, aproximadamente, 600 peças que pertenceram à família Holzmeister e outras que foram doadas pela comunidade, entre elas cristais, porcelanas e opalinas. O imóvel consistia em um armazém e comércio no primeiro andar, e a casa da família no andar de cima, hoje sendo o museu, e a recepção e a galeria Alice Holzmeister em baixo; o assoalho, afresco, estrutura etc. permaneceram os mesmos da época, sendo apenas restaurados.

Na casa, residiu a família Holzmeister de 1877 a 1969, quando o Dr. Luiz Holzmeister Júnior vendeu a casa para o Estado, a fim de transformar o ambiente em um espaço público e cultural, e assim foi feito. O imóvel sofreu algumas modificações ao longo dos anos, com a finalidade de receber o público, e esse é um pouco do nosso espaço.

Inaugurado como museu em 18 de abril de 1969, sendo adquirido pelo Governo do Estado, juntamente com o mobiliário e tombado como patrimônio cultural pelo Conselho Estadual de Cultura pela Resolução nº. 05, de 30 de julho de 1983.

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