MAES: exposição ‘Fragmentos’ tem abertura na próxima quarta-feira (13) e integra programa Acervo em Diálogo do museu
O Museu de Arte do Espírito Santo (Maes) na próxima quarta-feira (13), às 17 horas, apresenta a exposição "Fragmentos", que integra o programa Acervo em Diálogo, dedicado à apresentação sistemática das coleções do Museu. A proposta da exposição estabelece um diálogo entre a série de pinturas "Fragmentos Rítmicos", de Dionísio Del Santo, e o trabalho audiovisual "Fragmentos Pandêmicos", do Grupo de Experimentação Sonora (GEXS) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) A entrada é gratuita.
Dionísio Del Santo é um importante nome da arte capixaba, reconhecido por sua abordagem à abstração geométrica e à tradição construtivista. "Fragmentos Rítmicos" foi criada na década de 1990 e traz obras que exploram a relação entre forma e cor, utilizando uma disposição rigorosamente geométrica. A série reflete a busca de Del Santo por um vocabulário visual próprio, no qual cada fragmento desempenha um papel essencial na composição, criando uma experiência visual que evoca movimento e musicalidade. Influenciado pelo concretismo, o artista combina uma organização meticulosa com uma sensibilidade estética que convida o espectador a explorar ritmos e padrões, não apenas na arte, mas na própria estrutura do pensamento humano.
Em contrapartida, "Fragmentos Pandêmicos" emerge em um contexto contemporâneo, marcado pelo isolamento. O trabalho, realizado em tempos de confinamento, reflete a experiência de viver em cidades como Manaus, Vitória e Vila Velha. Aline Dias, junto com Marcus Neves e o GEXS, utiliza janelas de apartamentos e gestos de artistas colaboradores para explorar a relação entre o anímico e o inanimado. As imagens incluem momentos capturados em vitrines de animais empalhados no Museu Mello Leitão, adicionando uma camada de reflexão sobre a vida e a morte. Este material visual se entrelaça com uma composição musical originalmente criada para a Mostra de Música Contemporânea ES - Rumos Itaú Cultural, ampliando o diálogo entre som e imagem.
O resultado é uma série de imagens que se conectam com composições sonoras, aprofundando a relação entre o visual e o sonoro, mas também oferece uma nova perspectiva sobre como fragmentos de experiências se articulam e dialogam entre si. "Fragmentos" explora essas interconexões, refletindo sobre a relação entre o passado e o presente da arte, e a maneira como as frações de nossa experiência cotidiana se manifestam em diferentes formas.
Confira os artistas
ALINE DIAS é artista e professora no departamento de artes visuais (Ufes). Tem doutorado em arte contemporânea (Universidade de Coimbra), mestrado em poéticas visuais (UFRGS) e bacharelado em artes plásticas (UDESC). Desenvolve projetos expositivos, editoriais e fílmicos, com ênfase em arte contemporânea.
MARCUS NEVES é músico e professor nos cursos de Música e Cinema e Audiovisual (Ufes). Tem mestrado em Letras e licenciatura em Música (UFES). Desde 2008 tem se dedicado ao registro de paisagens sonoras, composição de música acusmática e experimental, performances ao vivo e trilhas sonoras.
GEXS é o Grupo de Experimentação Sonora, projeto de extensão vinculado aos cursos de Música da UFES. Fundado em 2011, dedica-se ao estudo e produção de obras em música experimental e artes sonoras e sound design para audiovisual, tendo realizado nestes 13 anos de atividades ininterruptas diversas instalações sonoras, trilhas sonoras ao vivo, discos e performances musicais. O grupo é coordenado pelo professor Marcus Neves e compuseram "Fragmentos Pandêmicos": Alessandra Felix, Bruno Hanstenreiter, Cláudia Zanetti, Dyone Cypriano, Gabriel Madeira, Gabriela de Azevedo, Gisele Bernardes, Igor Cowosque, Jenni Prélio, Luana Brito, Marco Rodrigues, Matheus Alves, Sulamita Marques, Vitor Resende. Atualmente conta com a participação dos discentes Benjamin Villa Real, Kenzo Tavares da Silva, Tiago da Silva Martins, Wender Santos Gonçalves, Anna Luisa Golino de Azevedo, Matheus Rafael Macedo, Letícia Dutra Paranhos e Luci Alves Fernandes.
DIONÍSIO DEL SANTO
Dionísio (1925-1999) foi pintor, desenhista, gravador e serígrafo. Gravador, desenhista e pintor, o artista nasceu em Colatina. De família de humildes agricultores de origem italiana, estudou no Seminário São Francisco de Assis, em Santa Teresa, onde começou a se interessar por arte. Continuou seus estudos de forma autodidata, desenvolvendo o desenho de observação com noções de perspectiva e geometria descritiva. Em 1947, mudou-se para o Rio de Janeiro e trabalhou com desenho publicitário, desenvolvendo suas primeiras experiências com xilogravuras e serigrafias. Dedicou-se à arte abstrata desde a metade dos anos 1960.
Dionísio Del Santo é o artista que dá nome ao Museu de Arte do Espírito Santo, situando o Museu no cenário da arte moderna e contemporânea pela associação à sua obra. Essencialmente modernista, a produção de Dionísio sublinha a relevância do movimento no cenário artístico capixaba em âmbito nacional, como um dos principais de sua geração a ser reconhecido.
Serviço:
Exposição: Fragmentos
Abertura: 13/11 (quarta-feira).
Período: março de 2025
Local: MAES – Museu de Arte do Espírito Santo, useu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo (Maes), Avenida Jerônimo Monteiro, 631, Centro de Vitória.
Entrada: Gratuita.
Horário: 17 horas.
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