Livro aborda produção audiovisual experimental do Espírito Santo nos últimos 40 anos
Lançamento presencial acontece nesta terça-feira (30), no Grappino Rango Bar, no Centro de Vitória.
Apresentar um recorte abrangente da produção audiovisual das últimas quatro décadas, a partir da experimentação. Essa é a proposta do livro Rasuras – 40 anos de Vídeo Experimental no Espírito Santo, de Erly Vieira Jr, pela Editora Cousa, e que ganha lançamento presencial nesta terça-feira (30), às 19 horas, no Grappino RangoBar, no Centro de Vitória. O livro é um projeto contemplado no Edital 005/2019: Seleção de Projetos Culturais Setoriais de Audiovisual no Espírito Santo, da Secretaria da Cultura (Secult), por meio do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura).
A publicação é resultado de uma pesquisa empreendida por Erly Vieira desde 2003 e traz um mapeamento de 217 obras, de 81 realizadores audiovisuais diferentes, entre os anos de 1979 e 2020. Destas, 143 trabalhos são analisados detalhadamente no projeto. A obra traça um percurso que atravessa as principais linhas de força da produção audiovisual do Espírito Santo, com experiências pioneiras em videoinstalação, videoarte, videodança e videoperformance, além do filme-dispositivo e do filme-ensaio.
“Para falar de vídeo experimental, entendi que precisaria pensar uma metodologia de pesquisa específica e também uma forma de estruturar o texto, aliando informações históricas coletadas nos documentos de época, imprensa, catálogos de mostras, livros dedicados à produção daqui com informações referentes aos processos criativos e modos de realização bastante diversificados entre si, coletados em entrevistas e conversas diversas com esses artistas durante esses anos todos. Inclusive tentando entender melhor o lugar que cada trabalho ocupa no conjunto da obra de cada pessoa ou no coletivo”, pontuou Erly Vieira.
Em 260 páginas, o livro apresenta textos que abordam desde a primeira videoinstalação apresentada no Espírito Santo, a obra Taru, do artista Nenna, em dezembro de 1979, na Galeria Homero Massena, até trabalhos recentes e destaque na produção contemporânea no campo das artes visuais no Brasil, de nomes como Castiel Vitorino Brasileiro, Fredone Fone, Gabriel Menotti, Gui Castor e Rubiane Maia. “Busquei fazer um enfoque crítico que acho fundamental para compreender melhor essa produção, bem como as questões estéticas, políticas e éticas que a atravessam, tanto coletiva quanto individualmente”, explicou o autor.
História
“É um texto que mistura mapeamento histórico, informações de processo criativo e ensaio crítico”, disse Erly Vieira. Para ele, lançar o livro “Rasuras” é uma oportunidade de ampliar e revisitar a história da produção cultural do Estado. “É importante entender que há lacunas, omissões, ausências nesses recortes, e, por isso, acredito que este livro não é definitivo. Aliás, nenhum dos que publiquei, mas sim um ponto de partida para que outros estudos sejam feitos e lancem outros olhares para o audiovisual feito no ES”, complementou.
Entre as obras pioneiras analisadas, incluem-se Formólia (1986), de Paulo Sérgio de Souza e Ricardo Néspoli, considerada a primeira videoarte realizada em terras capixabas; a videodança Via Sacra (1988), de Magno Godoy; a videoarte Graúna Barroca (1989), de Ronaldo Barbosa, multipremiada internacionalmente; o filme-ensaio TV Reciclada (1991), de Arlindo Castro e Ronaldo Barbosa; e os experimentos em videoperformance realizados no final dos anos 1980 pelo coletivo Éden Dionisíaco do Brasil.
Vieira acredita que a publicação pode ser um ponto de partida para que outros pesquisadores ampliem o debate e lancem luz sobre o processo de inclusão no meio artístico. “Para que também sejam problematizadas as ausências históricas – os porquês de certos grupos sociais só terem acesso aos meios de produção, a partir de determinados momentos históricos, as mudanças de discursos e temáticas presentes em cada época, tudo isso nos ajuda a compreender melhor as relações entre o audiovisual e a sociedade, as formas como cada época enxerga sua diversidade cultural, e, a partir daí, apontarmos para outros futuros, mais inclusivos, diversos e mais ousados em todos os sentidos”, acrescentou.
Sobre o autor
Erly Vieira Jr é cineasta, curador, escritor e pesquisador na área audiovisual. Doutor em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012), é professor do Departamento de Comunicação Social e do Programa de Mestrado em Comunicação e Territorialidades (Poscom), da -Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Realizou dez curtas-metragens, entre documentários e ficções, exibidos em diversos festivais dentro e fora do Brasil. É autor dos livros Marcus Vinícius – A Presença do Mundo em Mim (2016), Plano Geral – Panorama Histórico do Cinema e Vídeo no Espírito Santo (2015), Exercícios do Olhar, Exercícios do Sentir (2019), Realismo Sensório no Cinema Contemporâneo (2020) e Rasuras – 40 anos de Vídeo Experimental no Espírito Santo (2021). Desde 2012, é um dos curadores do Festival de Cinema de Vitória. É integrante do coletivo cultural Baile.
Serviço:
Lançamento do livro Rasuras – 40 anos de Vídeo Experimental no Espírito Santo, de Erly Vieira Jr
Quando: 30 de novembro (terça-feira)
Onde: Grappino RangoBar, rua Gama Rosa, 128, Centro Histórico de Vitória
Valor do livro: R$ 30,00
Aberto ao público
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