Surpresa, encantamento e interação com as obras de arte marcaram a visita do grupo de leitura em Braille da Biblioteca Pública do Espírito Santo (BPES) à exposição “Retro/Ativa”, na última quarta-feira (13), no Museu de Arte do Espírito Santo (Maes). A visita fez parte das comemorações de 25 anos do museu, que terminam neste sábado (16). Saiba mais sobre a programação aqui.

Voltada especialmente para pessoas com deficiência visual, a visita contou com a presença do artista Eder Santos, autor da exposição e um dos pioneiros da arte multimídia no Brasil. Além disso, o encontro foi mediado pelo fotógrafo Júlio Gabriel, que descreveu as imagens e guiou a interação dos visitantes com a mostra.

A exposição proporcionou aos visitantes diferentes sensações, bem como uma relação entre o real e o irreal. Para alguns deles, que entravam pela primeira vez em um museu, foi uma experiência nova. Eles não apenas ouviram relatos sobre as obras, mas também puderam tocar nelas e escutar os sons.

Bate-papo

Os visitantes também conversaram com o artista sobre o processo de criação e desenvolvimento das obras. Eder Santos revelou como acontecem as escolhas das músicas e quantos compositores participam, contando ainda sobre a escolha das pessoas presentes nos vídeos que compõem a exposição.

“Cada televisão possui um tamanho diferente fazendo com que exista essa relação com o tamanho dos cachorros”, contou Eder Santos – referindo-se a uma das partes da mostra, com diferentes aparelhos de TV antigos exibindo imagens de cães.

A experiência foi única também para o mediador da visita, o fotógrafo Júlio Gabriel. “Tudo isso é um marco e precisa estar na nossa fala e nas nossas atitudes. Espero que possamos construir algo juntos, para que, daqui a 25 anos, todos aqui saibam que vão ter mais exposições e possam participar. A gente precisa dessa voz”, ressaltou.

Ao final da exposição, visitantes e mediadores contaram suas experiências em relação às obras. “Gostei muito. Gostei de sentir as obras. Pretendo voltar mais vezes”, disse Telma Lima, uma das participantes.

“Foi uma experiência ímpar, uma vez que sempre quis vir a eventos culturais, como visitar obras de arte, assistir a shows culturais e peças de teatro. A apresentação do artista Éder foi muito enriquecedora, pois acrescenta uma nova visão do mundo pelo olhar dele”, pontuou Sandro Bermudes, servidor da BPES responsável pelos encontros literários em Braille, que acontecem uma vez por mês na instituição.

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