Documentário que homenageia Dona Antônia Paneleira estreia nesta quarta-feira (27)
Estreia nesta quarta-feira (27), o documentário “Sub.Ver.Ter capítulo 2 – A história de vóinha”. Direcionada especialmente aos estudantes da Rede Pública Estadual de ensino, o lançamento acontece no Cine Ritz São Mateus e tem entrada gratuita.
Produzido como resultado de um trabalho coletivo com os estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Dr. Emílio Roberto Zanotti, que participaram de conversas mediadas e oficinas eletivas no projeto Sub.Ver.Ter – 2ª Edição.
O documentário homenageia a lendária Dona Antônia Alves dos Santos, carinhosamente conhecida como Dona Antônia Paneleira, uma figura icônica da cultura mateense, que tornou-se um símbolo da arte em barro, com suas panelas e utensílios que carregavam traços das técnicas aprendidas com sua mãe aos 8 anos de idade. Entre os destaques da produção, estão os depoimentos emocionantes de familiares, como sua neta Hosana Santos, que aprendeu a modelar o barro aos 12 anos, seguindo os passos da avó.
O projeto busca não apenas contar a história de Dona Antônia, mas também preservar o legado cultural e afetivo que ela deixou, dialogando com as novas gerações sobre educação patrimonial, cultura popular e as histórias de vida que moldam as comunidades.
Fruto do projeto Sub.Ver.Ter – 2ª Edição, o documentário é realizado com recursos do Fundo Estadual de Cultura (Funcultura), por meio da Secretaria da Cultura (Secult), com apoio do Cine Ritz São Mateus e da EEEFM Dr. Emílio Roberto Zanotti.
Clique aqui e assista o trailer.
A história de Dona Antônia: uma vida moldada pelo barro
Natural de Jequié, na Bahia, Dona Antônia chegou a São Mateus em 1964 e se estabeleceu no bairro Pedra D’Água, onde passou décadas fabricando panelas e outras peças de barro que ganharam fama em todo o norte do Espírito Santo. Ela esbanjava vitalidade, mesmo com mais de um século de vida, e seu trabalho é lembrado pela qualidade, resistência e estética única. Suas técnicas, influenciadas pela cultura indígena dos Botocudos, também carregam a memória de sua ancestralidade africana, compondo uma narrativa rica de tradição e identidade.
Dona Antônia usava métodos tradicionais para amassar o barro e moldar peças como panelas, moringas e cabaças, transmitindo esses conhecimentos para seus descendentes. Seu trabalho, que dialoga com a memória indígena e africana, foi documentado em publicações importantes, como o livro “Em nome do autor – Artistas artesãos do Brasil”, de Beth Lima e Valfrido Lima, destacando-a como uma das principais artesãs do Espírito Santo.
“Para nós, isso é barro. Vem da terra… vocês que chamam de argila”, dizia ela, com sua fala simples, mas carregada de significado. Sua rotina era marcada por longas jornadas de trabalho, das 4h da manhã às 23h, que garantiram a criação de seus filhos e a construção de um legado cultural inestimável.
Ficha técnica:
Direção: Marcelo Oliveira
Imagens: Alif Ferreira, Augusto Boaventura e Gabriel Moura
Edição: Gabriel Moura
Entrevistados: Hosana Alves e Kali Oliveira
Fotografia: Augusto Boaventura
Assessoria em acessibilidade: Vitória Felício
Designer gráfico: Charles Rosa
Mediação: Eliane Maciel
Co-produção: Saravá Produções
Serviço:
Título: Sub.Ver.Ter capítulo 2 – A história de vóinha
Data: 27 de novembro
Horário: 10h
Local: Cine Ritz São Mateus – São Mateus, ES
Entrada: Gratuita (destinada a estudantes da rede pública)
Realização: Ponto de Cultura Belas Artes Projetos Culturais
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Secult
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