31/08/2009 10h36 - Atualizado em
05/01/2017 14h56
Secult concede os títulos de "Mestre da Cultura Popular do Estado do Espírito Santo" nesta quinta (03)
A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) realiza às 11 horas desta quinta-feira (03) uma cerimônia para conceder o título de "Mestre da Cultura Popular do Estado do Espírito Santo" aos contemplados com o prêmio "Mestre Armojo do Folclore Capixaba". O evento, que acontece no estacionamento do órgão, na Enseada do Suá, em Vitória, é uma homenagem a dez pessoas que atuam na defesa e manutenção da cultura popular no Estado.
São esperados aproximadamente 100 convidados envolvidos diretamente com o folclore capixaba. A cerimônia contará com uma apresentação da Banda de Congo Tambor de Índio, de São Benedito Caieiras Velhas, de Aracruz. Foi escolhida por ter o mestre mais antigo, que é Alexandre Sizenando, de 94 anos.
Cada um dos 10 mestres premiados também receberá R$ 10 mil, valor que será depositado na conta corrente dos contemplados que são: Alcides Guedes; Alexandre Sizenando; Anízio Antunes Silva; Astrogilda Ribeiro dos Santos; Canuta Caetano; Claudentina Trindade Alves; João Inácio; Manoel Vicente Castro; Maria Laurinda Adão; e Geralda de Paula Bertolino.
A preservação do Patrimônio Cultural Imaterial depende muito do trabalho desenvolvido por estes mestres. Cada um detém o posto mais alto na hierarquia dentro do grupo, e cabe a ele mantê-lo coeso. É também sua função estimular a participação dos filhos, netos e sobrinhos e, assim, pela oralidade, transmitir os saberes de várias gerações.
A celebração será estendida também para os 10 grupos folclóricos contemplados no edital denominado "Prêmio Renato Pacheco". Cada um receberá R$ 10 mil para a aquisição de indumentárias, adereços e instrumentos musicais, com objetivo de salvaguardar e preservar suas atividades e manifestações folclóricas e culturais.
Os proponentes selecionados neste edital foram: Associação Cultural e Recreativa Campinho; Associação Cultural e Comunitária Alemã do Município de Santa Teresa - Grupo de Danças Folclóricas Alemães Orchideenland; Dulciele Stein Suela Bonela; Associação Folclórica Ronald Berger; Evandro Ladislau Gonçalves; Alcides Guedes; Pedro Paulo Borges; Escolástica de Marchi dos Santos; Associação Cultural e Artística de Santa Maria; e Associação da Cultura Italiana de Cariacica.
Homenagens
Ao criar os prêmios "Mestre Armojo do Folclore Capixaba" e " Renato Pacheco", a Secult prestou homenagens a duas personalidades importantes na preservação do folclore capixaba.
O pesquisador e escritor Renato Pacheco (1928-2004) colaborou para o impulso da produção cultural e literária do Espírito Santo. Participou de várias publicações voltadas para a valorização da identidade cultural do Estado e o registro de seus aspectos históricos e folclóricos.
Hermógenes Lima Fonseca (1916-1996), o Mestre Armojo, como era conhecido, foi um dos mais ativos folcloristas do Estado. Era também pesquisador, jornalista, contador e político.
Mestres contemplados:
- Mestre Alcides Guedes - Banda de Congo de São Benedito de Paul de Graça Aranha, de Colatina
Mestre Alcides, hoje com 82 anos, está à frente do grupo como presidente e mestre há 56 anos, mantendo viva a manifestação na sua comunidade. A banda é composta, em sua maioria, por descendentes italianos, que são acompanhados por sanfona, além dos instrumentos tradicionais do congo.
- Mestre Alexandre Sizenando - Banda de Congo Tambor de Índio, de São Benedito Caieiras Velhas, de Aracruz
Mestre Alexandre, o Pajé Guaratã, tem 94 anos de idade. É brincante do tambor de congo desde seus oito anos, um aprendizado passado pelos pais e avós. Além de mestre no tambor e na confecção dos instrumentos e adereços, Mestre Alexandre é ex-cacique. É o segundo mais velho da aldeia e pai do atual Cacique José Sizenando.
- Mestre Anízio Antunes Silva - Reis de Boi "Sois Reis", de Nova Venécia
Mestre Anízio começou na brincadeira do Reis de Boi com seis anos de idade. Costuma dizer que, assim como seu pai, "tem o Reis no sangue". Em 1965 assumiu o grupo e desde então vem mantendo a manifestação. Aos 62 anos, conta que dedicou 44 anos ao seu Reis de Boi sem nunca ter parado ou desanimado.
- Mestra Astrogilda Ribeiro dos Santos - Banda de congo São Benedito do Rosário de Vila do Riacho, de Aracruz
Dona Astrogilda, além de mestra e rainha do congo de Vila do Riacho, é detentora de outros conhecimentos tradicionais como os de parteira e guia espiritual. Começou na Banda há 68 anos, com seu pai, que era o mestre e capitão do congo. Em várias oportunidades, como divulgadora do folclore, tem representado brilhantemente o congo capixaba fora do Estado como "A Rainha do Congo".
- Mestra Canuta Caetano (Dona Canutinha) - Caxambu "Alegria de Viver" - Vargem Alegre, de Cachoeiro de Itapemirim
Dona Canutinha, agricultora e líder comunitária, vem da tradição do Caxambu desde menina. Com a morte dos pais e dos avós, assumiu definitivamente a liderança do grupo junto aos seus outros 12 irmãos. Atualmente, aos 71 anos, Dona Canutinha mantém o mesmo entusiasmo dos seus tempos de menina, realizando a brincadeira sempre que dá vontade.
- Mestra Claudentina Trindade Alves - Saberes e Fazeres do Beiju - Comunidade do Angelim I, de Conceição da Barra
O trabalho de Dona Dentina vem contribuindo muito para a preservação e afirmação da identidade dos afro-descendentes. Participa com destaque em todos os eventos relacionados à cultura negra, tais como a Festa de Santa Clara, realizada em Angelim, sua comunidade; no Festival do Beiju, nas comunidades quilombolas da região; e durante o Festival de Folclore, realizado na sede do município pela Associação de Folclore de Conceição da Barra.
- Mestre João Inácio - Folia de Reis Estrela do mar, de Cachoeiro de Itapemirim
Mestre João Inácio nasceu em Muqui, em 1933. Filho e irmão de foliões, começou a acompanhar a Folia de Reis Estrela do Oriente aos 10 anos de idade. Aos 18 anos, mudou-se para Cachoeiro de Itapemirim, onde montou sua própria Folia da qual é o mestre há 52 anos. É um dos mestres mais antigos e respeitados do Espírito Santo por sua devoção e conhecimento.
- Mestre Manoel Vicente Castro - Banda de Congo de São Benedito, de Ibiraçu
Mestre Manoel, começou a participar de bandas de congo com apenas seis anos de idade. Era sempre acompanhado pelo pai, um casaqueiro de um grupo formado só por negros. Atualmente sua banda é composta por vários descendentes de europeus, principalmente italianos. Com 66 anos, ele vem realizando as festas de São Benedito em sua comunidade, além de participar dos vários eventos de folclore.
- Mestra Maria Laurinda - Caxambu da Comunidade Quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim
Maria Laurinda Adão foi parteira durante 40 anos. Hoje exerce a função voluntária de coveira no cemitério da comunidade. Em 2008 foi eleita presidente da Associação de Folclore de Cachoeiro de Itapemirim, entidade que agrega outros 13 grupos folclóricos em atividade no município. Há 45 anos comanda um dos mais tradicionais grupos de Caxambu da região Sudeste - o Caxambu Santa Cruz, que recebeu o título de Patrimônio Cultural do Brasil, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
- Mestra Dona Geralda - Jongo "Mestre Bento" - Itapemirim
Dona Geralda de Paula Bertolino começou no jongo com seu marido, com quem aprendeu a batida do "Caxambu" e também a desenvolver os versos musicais do rito. Hoje, aos 78 anos de idade, ela comanda o Jongo Mestre Bento. Aglutinou em torno do grupo antigos participantes, além de filhos e netos de jongueiros, herdeiros da manifestação. Ela também oferece no quintal de sua casa, no Bairro Santo Antônio, oficinas de jongo a um grupo de alunos da Rede Pública Municipal, com o intuito de formar um grupo mirim, e assim não deixar apagar o jongo na história de Itapemirim.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Secult
Larissa Ventorim
3345 9273 / 9902 1627
comunicacao@secult.es.gov.br
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www.twitter.com/secult
São esperados aproximadamente 100 convidados envolvidos diretamente com o folclore capixaba. A cerimônia contará com uma apresentação da Banda de Congo Tambor de Índio, de São Benedito Caieiras Velhas, de Aracruz. Foi escolhida por ter o mestre mais antigo, que é Alexandre Sizenando, de 94 anos.
Cada um dos 10 mestres premiados também receberá R$ 10 mil, valor que será depositado na conta corrente dos contemplados que são: Alcides Guedes; Alexandre Sizenando; Anízio Antunes Silva; Astrogilda Ribeiro dos Santos; Canuta Caetano; Claudentina Trindade Alves; João Inácio; Manoel Vicente Castro; Maria Laurinda Adão; e Geralda de Paula Bertolino.
A preservação do Patrimônio Cultural Imaterial depende muito do trabalho desenvolvido por estes mestres. Cada um detém o posto mais alto na hierarquia dentro do grupo, e cabe a ele mantê-lo coeso. É também sua função estimular a participação dos filhos, netos e sobrinhos e, assim, pela oralidade, transmitir os saberes de várias gerações.
A celebração será estendida também para os 10 grupos folclóricos contemplados no edital denominado "Prêmio Renato Pacheco". Cada um receberá R$ 10 mil para a aquisição de indumentárias, adereços e instrumentos musicais, com objetivo de salvaguardar e preservar suas atividades e manifestações folclóricas e culturais.
Os proponentes selecionados neste edital foram: Associação Cultural e Recreativa Campinho; Associação Cultural e Comunitária Alemã do Município de Santa Teresa - Grupo de Danças Folclóricas Alemães Orchideenland; Dulciele Stein Suela Bonela; Associação Folclórica Ronald Berger; Evandro Ladislau Gonçalves; Alcides Guedes; Pedro Paulo Borges; Escolástica de Marchi dos Santos; Associação Cultural e Artística de Santa Maria; e Associação da Cultura Italiana de Cariacica.
Homenagens
Ao criar os prêmios "Mestre Armojo do Folclore Capixaba" e " Renato Pacheco", a Secult prestou homenagens a duas personalidades importantes na preservação do folclore capixaba.
O pesquisador e escritor Renato Pacheco (1928-2004) colaborou para o impulso da produção cultural e literária do Espírito Santo. Participou de várias publicações voltadas para a valorização da identidade cultural do Estado e o registro de seus aspectos históricos e folclóricos.
Hermógenes Lima Fonseca (1916-1996), o Mestre Armojo, como era conhecido, foi um dos mais ativos folcloristas do Estado. Era também pesquisador, jornalista, contador e político.
Mestres contemplados:
- Mestre Alcides Guedes - Banda de Congo de São Benedito de Paul de Graça Aranha, de Colatina
Mestre Alcides, hoje com 82 anos, está à frente do grupo como presidente e mestre há 56 anos, mantendo viva a manifestação na sua comunidade. A banda é composta, em sua maioria, por descendentes italianos, que são acompanhados por sanfona, além dos instrumentos tradicionais do congo.
- Mestre Alexandre Sizenando - Banda de Congo Tambor de Índio, de São Benedito Caieiras Velhas, de Aracruz
Mestre Alexandre, o Pajé Guaratã, tem 94 anos de idade. É brincante do tambor de congo desde seus oito anos, um aprendizado passado pelos pais e avós. Além de mestre no tambor e na confecção dos instrumentos e adereços, Mestre Alexandre é ex-cacique. É o segundo mais velho da aldeia e pai do atual Cacique José Sizenando.
- Mestre Anízio Antunes Silva - Reis de Boi "Sois Reis", de Nova Venécia
Mestre Anízio começou na brincadeira do Reis de Boi com seis anos de idade. Costuma dizer que, assim como seu pai, "tem o Reis no sangue". Em 1965 assumiu o grupo e desde então vem mantendo a manifestação. Aos 62 anos, conta que dedicou 44 anos ao seu Reis de Boi sem nunca ter parado ou desanimado.
- Mestra Astrogilda Ribeiro dos Santos - Banda de congo São Benedito do Rosário de Vila do Riacho, de Aracruz
Dona Astrogilda, além de mestra e rainha do congo de Vila do Riacho, é detentora de outros conhecimentos tradicionais como os de parteira e guia espiritual. Começou na Banda há 68 anos, com seu pai, que era o mestre e capitão do congo. Em várias oportunidades, como divulgadora do folclore, tem representado brilhantemente o congo capixaba fora do Estado como "A Rainha do Congo".
- Mestra Canuta Caetano (Dona Canutinha) - Caxambu "Alegria de Viver" - Vargem Alegre, de Cachoeiro de Itapemirim
Dona Canutinha, agricultora e líder comunitária, vem da tradição do Caxambu desde menina. Com a morte dos pais e dos avós, assumiu definitivamente a liderança do grupo junto aos seus outros 12 irmãos. Atualmente, aos 71 anos, Dona Canutinha mantém o mesmo entusiasmo dos seus tempos de menina, realizando a brincadeira sempre que dá vontade.
- Mestra Claudentina Trindade Alves - Saberes e Fazeres do Beiju - Comunidade do Angelim I, de Conceição da Barra
O trabalho de Dona Dentina vem contribuindo muito para a preservação e afirmação da identidade dos afro-descendentes. Participa com destaque em todos os eventos relacionados à cultura negra, tais como a Festa de Santa Clara, realizada em Angelim, sua comunidade; no Festival do Beiju, nas comunidades quilombolas da região; e durante o Festival de Folclore, realizado na sede do município pela Associação de Folclore de Conceição da Barra.
- Mestre João Inácio - Folia de Reis Estrela do mar, de Cachoeiro de Itapemirim
Mestre João Inácio nasceu em Muqui, em 1933. Filho e irmão de foliões, começou a acompanhar a Folia de Reis Estrela do Oriente aos 10 anos de idade. Aos 18 anos, mudou-se para Cachoeiro de Itapemirim, onde montou sua própria Folia da qual é o mestre há 52 anos. É um dos mestres mais antigos e respeitados do Espírito Santo por sua devoção e conhecimento.
- Mestre Manoel Vicente Castro - Banda de Congo de São Benedito, de Ibiraçu
Mestre Manoel, começou a participar de bandas de congo com apenas seis anos de idade. Era sempre acompanhado pelo pai, um casaqueiro de um grupo formado só por negros. Atualmente sua banda é composta por vários descendentes de europeus, principalmente italianos. Com 66 anos, ele vem realizando as festas de São Benedito em sua comunidade, além de participar dos vários eventos de folclore.
- Mestra Maria Laurinda - Caxambu da Comunidade Quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim
Maria Laurinda Adão foi parteira durante 40 anos. Hoje exerce a função voluntária de coveira no cemitério da comunidade. Em 2008 foi eleita presidente da Associação de Folclore de Cachoeiro de Itapemirim, entidade que agrega outros 13 grupos folclóricos em atividade no município. Há 45 anos comanda um dos mais tradicionais grupos de Caxambu da região Sudeste - o Caxambu Santa Cruz, que recebeu o título de Patrimônio Cultural do Brasil, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
- Mestra Dona Geralda - Jongo "Mestre Bento" - Itapemirim
Dona Geralda de Paula Bertolino começou no jongo com seu marido, com quem aprendeu a batida do "Caxambu" e também a desenvolver os versos musicais do rito. Hoje, aos 78 anos de idade, ela comanda o Jongo Mestre Bento. Aglutinou em torno do grupo antigos participantes, além de filhos e netos de jongueiros, herdeiros da manifestação. Ela também oferece no quintal de sua casa, no Bairro Santo Antônio, oficinas de jongo a um grupo de alunos da Rede Pública Municipal, com o intuito de formar um grupo mirim, e assim não deixar apagar o jongo na história de Itapemirim.
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