29/03/2016 11h51 - Atualizado em 05/01/2017 15h27

Projeto Marujada de Cabôco abre inscrições para participantes

Estão abertas, até o próximo dia 03 de abril, as inscrições para fazer parte do Corpo de Baile do Projeto Marujada de Cabôco. Por meio dessa ação, serão promovidas práticas formativas de percussão, bailado e falação poética como preparação para apresentações públicas dessa brincadeira referendada nos folguedos e saberes populares do Norte do Espírito Santo. Serão seis encontros, realizados nos dias 4, 8, 11, 15, 18 e 25 de abril, na Escadaria do Rosário, no Centro de Vitória. Interessados em colaborar com a produção e registro das ações da Marujada de Cabôco também podem participar. A inscrição é gratuita, sem restrição de idade, e pode ser feita pela Fan Page: www.facebook.com/MarujadaDeCaboco.

Em 2015, essa proposta artístico-cultural foi contemplada pelo Edital de Artes Cênicas da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. Além do autor, Eduardo Ojú, Charlene Bicalho e Elaine Vieira também atuam no Projeto.

Durante as oficinas preparatórias, também denominadas de Tambor Dialético, os participantes serão convidados a pensarem como os saberes negro e indígena estão presentes na cultura popular e como essas matrizes culturais também são fontes das grandes religiões, ciências, filosofias e artes. Em uma viagem do mundo antigo até a contemporaneidade, a proposta poética de Eduardo Ojú apresenta o cabôco barroco e universal - personagem duplo que surge da diáspora africana e do holocausto indígena - para propor uma imagem afrocêntrica do ser humano no lugar da representação eurocêntrica.

O Tambor Dialético também irá expor o universo mítico da cultura popular do Norte capixaba tendo como principais referências as manifestações do Ticumbi, do Reis de Bois e do Jongo, bem como as festas populares de Conceição da Barra, São Mateus e Linhares. Durante os encontros, os participantes conhecerão os pontos e histórias que compõem a brincadeira Marujada de Cabôco, aprenderão os ritmos de suas músicas, serão os responsáveis pela execução de instrumentos de percussão (tambor, atabaque, berimbau, pandeiro, agogô e xequerê) e comporão as coreografias do cortejo, da roda e do bailado.

 

Sobre o Projeto Marujada de Cabôco

Iniciado em 2011 e de autoria do jornalista e poeta Eduardo Ojú, o Projeto Marujada de Cabôco é uma experiência literária baseada em pesquisa com grupos de cultura popular dos municípios de São Mateus, Conceição da Barra e Linhares. Esse texto ficcional inspira-se no imaginário do cabôco civilizador, banto botocudo, do litoral norte do Espírito Santo.

O nome “Marujada” faz referência a um auto popular que reconta a saga dos Mouros e Cristãos durante o período das navegações às Índias, praticado em São Mateus até meados do século passado. Na ficção de Ojú, uma marujada de cabôcos ruma para o mar a fim de submergir nos braços da Calunga, a mulher que é mar e também é morte. Em seguida surge pelas ruas nova brincadeira, dessa vez dedicada a São Benedito das Candongas.

Enquanto proposta cênica, o Projeto Marujada de Caboco busca apreender e recriar a interação que as expressões da cultura popular encenam e o modo como ‘borram’ a fronteira entre espectador e espetáculo e está organizada a partir de músicas, interpretação de textos e do bailado. Trata-se uma brincadeira para ser feita nas ruas, em áreas verdes e espaços abertos da cidade onde os brincantes fazem uso de instrumentos percussivos e performatizam uma narrativa mítica a partir de textos em verso e prosa.

Na Marujada de Cabôco, o universo dos festejos populares faz parte do enrendo e, ao mesmo tempo, dá forma à proposta cênica. Seu universo ritmítico, os instrumentos utilizados e a indumentária têm como fontes o Ticumbi, o Reis de Boi e o Jongo, manifestações detentoras de um caráter devocional a figuras sagradas da Igreja Católica e de um intenso sincretismo com as culturas dos povos africanos e indígenas. A lógica ritualística presente nessas manifestações é compreendida e utilizada enquanto tecnologia de comunicação e uma estética relacional.

Sobre Eduardo Ojú

Formado em jornalismo, é idealizador do projeto Marujada de Cabôco #tambordialético e da proposta de jornalismo em rede Jornal Barato. Colabora com o grupo Raiz Forte. Ainda na infância teve seu primeiro contato com a cultura popular por meio das rodas de capoeira em Pontal do Ipiranga, em Linhares, local onde iniciou os primeiros cortejos. Em 2008, conheceu o Jongo por ocasião da fincada do Mastro de São Benedito na cidade de São Mateus. Em 2011, foi contemplado pelo edital Bolsa Cultura Jovem o que lhe possibilitou dedicar-se à pesquisa sobre o Jongo, Reis de Boi e Ticumbi.

Eduardo Ojú traz em seu currículo outras iniciativas artístico-culturais como o coletivo “A Porta do Tapete Voador” e o projeto “Música de Mangueio”. Além de atuar, entre 2009 e 2014, como professor de percussão em oficinas para crianças e jovens do Centro Cultural Araçá. É de sua autoria a trilha sonora do documentário “As últimas responsadeiras”, de Patrik Camporez Mação.

 

Serviço:

Inscrições para o Corpo de Baile do Projeto Marujada de Cabôco / Tambor Dialético

Até o dia 03 de abril pelo Fan Page: www.facebook.com/MarujadaDeCaboco

Encontros / Tambor Dialético dias 4, 8, 11, 15, 18 e 25 de abril, das 18 às 20h,

Escadaria do Rosário, Centro - Vitória

Inscrições gratuitas

Mais informações: (27) 99705-0767 / seozuardo@gmail.com

 

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