31/10/2013 13h35 - Atualizado em 05/01/2017 14h44

Personalidades da cultura receberão a Comenda Rubem Braga na próxima terça (05)

Nesta terça-feira (05), em comemoração ao Dia Nacional da Cultura e ao Dia da Cultura Capixaba, o Governo do Espírito Santo concederá a Comenda Rubem Braga a dez personalidades locais, em reconhecimento à contribuição delas para o desenvolvimento da cultura no Estado, preservando e difundindo as mais diversas manifestações em todas as suas modalidades e formas. A solenidade será realizada no Salão São Tiago, do Palácio Anchieta, no Centro de Vitória, a partir das 19h30. 

Diante da necessidade de reconhecimento público das ações, da história e da memória de artistas, profissionais e autoridades de destaque no cenário cultural do Espírito Santo, a Comenda Rubem Braga foi criada em 27 de março deste ano, a fim de conceder medalha e diploma a cinco personalidades, anualmente, sempre no dia 5 de novembro.

Excepcionalmente neste ano em que foi criada, a comenda será oferecida a dez personalidades, indicadas pelo secretário de Estado da Cultura, Maurício Silva. Os homenageados são: Marien Calixte (gestão pública e música); Tertolino Balbino (folclore); Ednardo Pinheiro (teatro); Lenira Borges (dança); Alair Tedesco (meio ambiente); Natércia Lopes (ópera e canto lírico); Maestro H.O. (bandas civis); Raphael Samu (artes plásticas); Bernadette Lyra (literatura); e Orlando Bomfim Netto (audiovisual).

Lançamento de livros

Paralelamente à entrega da Comenda Rubem Braga, serão lançadas nove publicações contempladas em 2011 pelos editais da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). Seis delas foram premiadas no Edital 007/2011, para edição e difusão de obras literárias, e três pelo Edital 008/2011, para criação e publicação de revistas em quadrinhos.

Cada livro sai com uma tiragem de mil exemplares, enquanto as HQs terão 500. Os autores têm direito a 200 exemplares, e os demais volumes serão distribuídos durante a noite de autógrafos e, depois, destinados às bibliotecas da rede pública estadual, incluindo as escolas.

No gênero conto, serão lançados "História de Amor Recolhidas ao Acaso", de Mara Coradello, e "Contos e Microcontos", de Sarah Vervloet. As antologias de crônicas são "Palavras Mudas", de Marcelo Grillo, e "Baliza de Navio", de Natasha Siviero. Na literatura infantojuvenil, estão "O que É que Tinha no Sótão?", de Bith, com ilustrações de Hélio Mattos Jr, e "As Crônicas de Filó", de Micheli Moulin

A nona arte está representada pelas HQs "Signo de Câncer", de Felipe Cazelli & Abel; "Veneno Paraíso", de Ayla Lourenço, Isabela Bimbatto e João Chagas; e "Ladeira Futebol Clube", de Rodrigo Nogueira Brito.

Homenageados

Marien Calixte
Carioca do Méier, nasceu em 20 de outubro de 1935 e radicou-se no Espírito Santo aos dez anos de idade. Durante mais de cinco décadas, dedicou-se ao jornalismo, ao rádio, à literatura, à pintura e à música, foi produtor e gestor cultural, diretor de teatro, além de ser especialista em jazz. De sua autoria, publicou duas dezenas de livros, entre biografias, ficções e haikais. Marcou seu nome na história da imprensa e do rádio, sobretudo com o programa "O Som do Jazz", o qual apresentou por 50 anos ininterruptos. Foi ainda o primeiro capixaba a publicar ficção científica, com o conto "O Visitante", em meados dos anos 70, no jornal A Gazeta, depois, em fevereiro de 1977, na revista Ficção, do Rio de Janeiro.

Tertolino Balbino
Mestre Terto, como é mais conhecido, nasceu em 27 de abril de 1933, em Santana, interior de Conceição da Barra. Há mais de cinco décadas é o mestre do Baile de Congo de São Benedito, conhecido também por Ticumbi de São Benedito, uma das mais importantes expressões culturais populares do Espírito Santo e símbolo de resistência do território quilombola do Sapê do Norte. Fruto da cultura negra do Norte do Estado, descende de uma linhagem de mestres, tendo assumido o Ticumbi em 1954, quando o seu Baile de Congo representou o Espírito Santo no Congresso Internacional de Folclore, realizado em São Paulo, durante a comemoração do quarto centenário da cidade. Em 2010, em reconhecimento por sua dedicação à cultura popular, recebeu o Prêmio Mestre Armojo do Folclore Capixaba, concedido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

Ednardo Pinheiro
Começou sua carreira ainda criança, na Alemanha, onde acompanhava a mãe adotiva, também atriz, em apresentações durante a Segunda Guerra Mundial. Nos anos 1950, de volta ao Brasil, fez carreira principalmente no teatro, em São Paulo, e ainda trabalhou no cinema e na televisão. Mudou-se para Vitória no início da década de 1990, com a intenção de parar de fazer teatro e ter uma vida mais tranquila. Contudo, ele acabou encenando mais de dez espetáculos no Espírito Santo, incluindo "Os Coveiros", parceria com o ator José Augusto Loureiro, peça que ficou em cartaz por oito anos. Também ministrou aulas na Escola de Teatro, Dança e Música Fafi.

Lenira Borges
Nasceu em 1º de maio de 1923, em Porto Alegre (RS). Teve aulas com grandes nomes do balé como a professora Tony Seitz Petzhold, os mestres Vaslav Veltchek, Tatiana Leskova, Walter Nickes, Valery Taylor, Claude Newman e Vera Kumpera. Pioneira do ensino da dança clássica no Estado, mudou-se para Vitória em 1961, quando fundou a atual Academia Lenira Borges - Ballet Studio. Em 1963, formou-se pela Royal Academy of Dancing, de Londres, passando a adotar seu método. Em 50 anos de trabalho, formou gerações de dança que são destaques no cenário nacional e internacional. Lenira está, também, entre os responsáveis pela reinauguração do Theatro Carlos Gomes, em 1970.

Alair Tedesco
Trabalhou como funcionário da Prefeitura Municipal de Castelo de 17 de março de 1986 a agosto de 2013, quando se aposentou. Dedicou sua vida ao meio ambiente, atuando sempre à disposição do Estado do Espírito Santo no Parque Estadual do Forno Grande, em Castelo. Reside há dez quilômetros da sede do parque até os dias atuais. Foi ele quem colocou uma imagem de Nossa Senhora da Aparecida em uma gruta na famosa Trilha da Santinha, naquele parque.

Natércia Lopes
Natural de Castelo, Sul do Espírito Santo, e um dos maiores ícones da música erudita no Estado, ela iniciou sua carreira artística no auditório Fábio Ruschi, em setembro de 1971. Bacharel em Canto, pela antiga Escola de Música do Espírito Santo (hoje Fames), aperfeiçoou-se no Conservatório Brasileiro de Música (RJ), em 1980. Em seguida, foi para a Europa aprimorar sua técnica vocal com aulas no Alla Scala Di Milano. Presidiu a Sociedade Amici Della Lírica e foi vice-presidente do Sindicato dos Artistas do Espírito Santo. Vivendo entre Brasil e Europa por um período, atuou como professora de música na Itália e em seu país, fixando residência no Espírito Santo.

Maestro H.O.
Nascido Oilton Gama, em 19 de janeiro de 1932, em Aimorés (MG), iniciou os estudos em música por incentivo de amigos. Chegou a Vitória em maio de 1952, a fim de ingressar na Banda de Música da Polícia Militar. Paralelamente a essa atividade, iniciou em meados dos anos 50 sua vida artística tocando em conjuntos que animavam os bailes de gafieira da época. Além de sua dedicação à banda da PM, formou diversas orquestras carnavalescas em clubes da Grande Vitória e do interior do Espírito Santo, como o Saldanha da Gama, em Vitória, e Libanês, em Vila Velha. Em 1959, formou também uma orquestra para animar os programas de Jair Andrade na Rádio Espírito Santo. Ainda nos anos 50, estudou na antiga Escola de Música do Espírito Santo (hoje Fames).

Raphael Samu
Paulistano, nascido em 1929, chegou ao Espírito Santo em 1961, após aceitar um convite para ser professor da Escola de Artes Plásticas do Espírito Santo, radicando-se em Vila Velha, onde montou também seu ateliê. Referência na técnica do mosaico (arte musiva), dedicou-se ainda a outras técnicas visuais, como desenho, pintura e escultura. Foi diretor e professor do Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Expôs em galerias de Vitória, São Paulo, Estados Unidos e Holanda, e já foi agraciado com prêmios em diversas bienais de arte. É autor do grande mosaico na entrada da Ufes.

Bernadette Lyra
Pesquisadora e autora de vários romances e livros de contos, com trajetória nacional, nasceu em Conceição da Barra, em 1938. É licenciada em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), doutora em Artes/Cinema pela ECA/USP e pós-doutora pela Universidade René Descartes (Sorbonne/França). Também foi secretária de Estado da Cultura na segunda metade da década de 1990. Com o livro "Memória das Ruínas de Creta", de 1997, foi indicada ao Prêmio Jabuti. Atualmente é professora da ECA/USP e membro-correspondente da Academia Feminina Espírito-Santense de Letras, além de escrever crônicas para o jornal A Gazeta.

Orlando Bomfim Netto
Aos 72 anos, é um dos principais expoentes do meio audiovisual no Espírito Santo. Mineiro de nascimento, criado no Rio de Janeiro, radicou-se em Vitória no início dos anos 80, dedicando-se não somente ao cinema mas também a um intenso trabalho voltado para o desenvolvimento das políticas culturais do Estado. Já foi presidente do antigo Departamento Estadual de Cultura (DEC), dirigiu a TVE capixaba e fundou o Instituto Geração. Contribuiu ainda para a criação do Cineclube Metrópolis, a concepção do festival Vitória Cine Vídeo e a fundação da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas do Espírito Santo (ABD&C/ES), da qual foi o primeiro presidente, entre 2000 e 2002. Atualmente, é Secretário Executivo da Lei Rubem Braga da Prefeitura de Vitória.

Serviço:
Entrega da Comenda Rubem Braga e lançamento 
das obras contempladas pelos Editais da Cultura de 2011
Data: terça-feira (05)
Horário: a partir das 19h30
Local: Salão São Tiago, Palácio Anchieta
Praça João Clímaco, Cidade Alta, Centro de Vitória
Aberto ao público

Informações à imprensa:
Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo
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