Marujada de Cabôco vai à Festa de São Benedito e São Sebastião em Itaúnas
Desta quinta (14) até domingo (20), a Vila de Itaúnas, em Conceição da Barra, é palco de um dos mais tradicionais encontros de grupos de cultura popular do Espírito Santo: a Festa de São Benedito e São Sebastião. A equipe do Projeto Marujada de Cabôco #tambordialético também estará lá com o objetivo de acompanhar de perto essas manifestações, que são as referências para a criação artística do grupo.
Durante os festejos, além do intercâmbio com os diversos grupos, brincantes e mestres, serão realizados ensaios e atividades de preparação dos integrantes da equipe do projeto. O Marujada de Cabôco foi contemplado no Edital de Artes Cênicas (012/2015) da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) em 2015.
A história
Celebrada há mais de 300 anos, a Festa de São Benedito e São Sebastião reúne inúmeras manifestações folclóricas protagonizadas pela população negra do Norte capixaba que se juntam para atualizar os laços comunitários e prestar sua devoção aos santos católicos. Fazem parte da festa as apresentações do Ticumbi, Jongo, Reis de Bois, Capoeira, Alardo - manifestações pesquisadas pelo poeta Eduardo Ojú para a escrita do texto “Marujada de Cabôco”.
Sobre o Projeto Marujada de Cabôco
Iniciado em 2011, o Projeto Marujada de Cabôco é uma experiência literária baseada em pesquisa e recolhimento de histórias de pessoas e grupos de cultura popular do litoral norte capixaba. Esse texto ficcional é feito em verso e prosa e inspira-se no imaginário do cabôco civilizador, banto botocudo, dos municípios de São Mateus, Conceição da Barra e Linhares. O corpo desta experiência se divide em Ficção, Pontos, Publicações Factuais e Vídeos - este último consiste no registro audiovisual das manifestações de cultura popular daquela região.
No Projeto Marujada de Cabôco #tambordialético, o universo dos festejos populares do norte capixaba faz parte do enredo e, ao mesmo tempo, dá forma à proposta cênica. “Aqui a devoção, através de sua estrutura performática e ritualística, nos serve como ferramenta. Queremos apresentar a lógica ritualística presente nas manifestações de cultura popular enquanto uma tecnologia de comunicação e uma estética relacional, atualizando o sentido de religar contida nessas expressões”, explica Eduardo Ojú.
Antes de chegar ao Marujada de Cabôco, Eduardo Ojú realizou outros três projetos que deram suporte conceitual à proposta artístico-cultural: o coletivo “A Porta do Tapete Voador”, o projeto de música comercial “Música de Mangueio” e a proposta de jornalismo em rede do Jornal Barato.