28/10/2010 14h06 - Atualizado em 05/01/2017 15h37

FGV Projetos vai elaborar plano de gestão do Cais das Artes



O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), anunciou que a FGV Projetos, unidade de extensão de ensino e pesquisa da Fundação Getulio Vargas, será a responsável pela elaboração de um plano estratégico de gestão, para implantação dos equipamentos culturais - teatro e museu - que integram o complexo cultural Cais das Artes, que está em construção na Enseada do Suá, em Vitória.

O contrato foi assinado nesta quinta-feira (28), às 12 horas, pelo governador Paulo Hartung, em seu gabinete no Palácio Anchieta, em Vitória. Participaram da cerimônia a coordenadora do projeto Cais das Artes, Cristina Gomes, a secretária de Estado da Cultura, Dayse Lemos, e o diretor da FGV Projetos, Cesar Cunha Campos.

Estavam também entre os convidados, os integrantes do comitê criado para coordenar o processo de implantação e operação do museu formado por Carlos Martins, curador da Pinacoteca de São Paulo; Ronaldo Barbosa, diretor do Museu Vale; Almerinda Lopes, pesquisadora e professora de História da Arte da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); a produtora especializada na área visual, e presidente do Conselho de Administração do Museu da Casa Brasileira (AAMCB), Ana Helena Curti; e Sílvia Finguerut, coordenadora de Projetos da FGV Projetos, e gerente de patrimônio e meio ambiente da Fundação Roberto Marinho.

Cristina Gomes, coordenadora do projeto Cais das Artes, ressaltou que o "complexo cultural não será apenas um lugar de contemplação, será também um espaço de formação, que provocará reflexão".

Para a secretária Dayse Lemos, "o Cais das Artes reflete o momento atual de desenvolvimento do Espírito Santo. É um lugar que, num futuro próximo, representará nossa crença e confiança numa evolução cultural acompanhada de uma educação fundada na apreciação pela arte. É um espaço que fará com que o Estado abra caminhos para o intercâmbio de ideias, influências e criações com o Brasil e o mundo".

O governador Paulo Hartung afirmou que o Governo do Estado precisou superar inúmeros entraves burocráticos para que o Cais das Artes pudesse se tornar uma realidade. Hartung ressaltou que a parceria firmada com a Fundação Getúlio Vargas é muito importante para que o espaço possa ser utilizado da melhor maneira possível. "Estamos colocando de pé um equipamento cultural com conteúdo, que servirá de referência para o Brasil. A FGV já possui experiência nesse tipo de projeto e tenho certeza de que o Cais das Artes será um importante instrumento para democratizar o acesso à cultura e ao lazer", afirmou.

Projetada pelo premiado arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha, a obra tem a sua conclusão prevista para o final de 2011, quando passará a liderar a programação cultural nas vertentes do teatro, da música e das artes plásticas e visuais de todo o Estado.

Na modelagem da gestão deste empreendimento, a FGV Projetos utilizará como base outras experiências bem sucedidas de complexos de arte no Brasil e no exterior. Segundo Cesar Cunha Campos, "a FGV Projetos irá utilizar todo o conhecimento acumulado na área de gestão de negócios e políticas públicas para colaborar com a institucionalização do Complexo Cultural do Cais das Artes".

Planejamento do museu

No processo de implantação e operação do museu, deverão ser desenvolvidos projetos conceituais nas seguintes áreas:

- Curadoria - onde serão desenvolvidos os acervos e a política de exposições, a ser elaborada a partir de um comitê de curadores, indicado pela Secult, contratado e coordenado pela FGV Projetos;

- Museologia - a ser elaborado a partir do projeto de curadoria, com os conceitos museológicos e a organização do museu, por especialistas contratados;

- Área Técnica - contendo o dimensionamento das áreas de apoio à montagem de exposições, embalagens de obras, equipes de montagem e segurança, a partir de experiências em museus já em operação, a ser desenvolvido por profissionais contratados com essa prática;

- Arte-educação - que será base para a criação de um programa de implantação de atividades de arte-educação, que envolverá todas as escolas da rede pública estadual e privada, e estabelecerá as diretrizes para a formação de uma equipe permanente e seu treinamento;

- Biblioteca - contendo a definição de um conceito para o acervo de livros, revistas e publicações em geral, e criação de programa que obedecerá também ao projeto de curadoria.

Todo o processo de constituição do museu ganhará visibilidade por meio de um seminário voltado para profissionais da área cultural, que incluirá palestras e debates, com participação de convidados de notória atuação no Estado e em outros estados brasileiros.

Em paralelo ao desenvolvimento dos projetos conceituais, será elaborada uma proposta para constituição de um fundo para aquisição de obras de arte, que formarão o acervo do museu, obedecendo aos quesitos técnico-artísticos consolidados no projeto de curadoria.

Uma vez definidos os conceitos de acervo e de curadoria do museu, serão propostos estudos e projetos para o mobiliário, e para a área de exposições, tais como painéis expositivos, plataformas móveis, e materiais específicos para as áreas de arte educação e áreas técnica e administrativa.

A última etapa consiste na elaboração de uma proposta de programação do museu.

Planejamento do teatro

A FGV Projetos designará um comitê específico - formado por produtores culturais e de eventos com atuação local e nacional das diversas áreas, tais como música, teatro e dança - para a elaboração da proposta de diretrizes de programação, apresentando o número de apresentações, a categorização de valor de ingressos, e a natureza dos espetáculos para atender a perfis distintos de públicos.

Essa programação será definida para os primeiros 12 meses de operação do teatro. Em outra etapa também será elaborado o planejamento estratégico de tecnologia da informação, visando à administração da instituição, gestão de website e venda de ingressos.

Em paralelo ao planejamento de gestão do museu e do teatro, será proposto o conceito de uso dos espaços comuns do Cais das Artes, um modelo de programação para as áreas ao ar livre, as formas de viabilização dessas atividades, a manutenção e conservação dessas áreas.

Para a realização dos serviços, o Governo do Estado investirá R$ 2,8 milhões no trabalho a ser concluído em um ano.

Cais das Artes - teatro e museu

O teatro será equipado para possibilitar usos múltiplos como concertos de música acústica ou amplificada, óperas, danças ou peças teatrais. Comportará 1.300 pessoas e contará com um palco de aproximadamente 600m² e com um vão livre com mais de 25 metros de altura até o teto, o que vai permitir a utilização de diversos cenários em uma mesma apresentação.

O projeto prevê também um fosso para orquestra sob o palco, com dimensões que vão atender às exigências mundiais. O público que frequentar o local contará ainda com um café que avançará por cima da água, na Baía.

O projeto do museu contempla grandes salões com diversas alturas livres e diferentes tamanhos, totalizando em torno de três mil metros quadrados de área expositiva climatizada. As instalações poderão utilizar desde pequenos recintos, para obras que requerem ambientes controlados, a salões com altura livre de até 12 metros, para exposições de grande porte.

Esses salões serão amparados por uma série de espaços de serviços, que vão permitir, ainda, o desenvolvimento de pesquisas, palestras e ações educativas em geral. Completam o projeto do museu um auditório com capacidade de 225 lugares, uma biblioteca e um café.

O conjunto arquitetônico projetado tem como característica central a valorização do entorno paisagístico e histórico da cidade. A estrutura passará a ideia de leveza. O arquiteto decidiu suspender os edifícios do solo, de modo a permitir visuais livres e desimpedidos, desde a praça até paisagem ao redor. O visitante contemplará através de janelas e rampas envidraçadas o Convento da Penha e a Terceira Ponte.

Os dois edifícios que compõem o conjunto arquitetônico do Cais das Artes serão implantados em uma grande praça, que será uma extensão do museu e do teatro, pois ela abrigará eventos ao ar livre, como exposições e até encenações.

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