Convênio garante formação musical em Venda Nova do Imigrante
Um convênio celebrado entre o Governo do Estado, através da secretaria de Cultura (Secult), o Instituto Sincades e a Fundação Máximo Zandonadi, vai garantir, durante os próximos 12 meses, a continuidade do projeto “Formação da Banda Sinfônica de Venda Nova do Imigrante”, que contempla mais de 150 crianças, jovens e adultos. A assinatura do documento aconteceu nesta sexta-feira (16), com a presença do governador Paulo Hartung, do secretário de Estado da Cultura, João Gualberto Vasconcellos e demais autoridades.
O projeto tem como meta oportunizar a formação artística, a descoberta de novos talentos e proporcionar o estímulo ao talento musical e ao desenvolvimento cultural, social e comportamental das crianças, adolescentes e jovens residentes no município de Venda Nova do Imigrante e regiõesdo entorno. Após 12 meses de formação, os envolvidos terão habilidade para tocar, ler, ensaiar em grupo e participar de apresentações públicas da Banda.
O valor do convênio - R$249.988,00 - será investido na contratação de sete professores e quatromonitores e na logística dos mesmos. As oficinas acontecem às sextas-feiras e sábados, no Centro Cultural Maximo Zandonadi, sendo a de Iniciação Musical voltada para crianças de cinco a dez anos e a de Instrumentos Musicais, para jovens e adultos. “Desde que recebi a missão do governador de gerir o Sistema Estadual de Cultura, estamos trabalhando intensamente para tirar a cultura de um núcleo que poderia se encastelar em Vitória, sobretudo a classe média da capital. Estamos criando uma espécie de núcleos avançados da cultura nos municípios. Começamos em Santa Leopoldina, onde ofertamos, com o apoio da Fames, um curso de violão para a comunidade. E com o Arquivo Público levamos essa modalidade nova de nos articularmos com os municípios, que é o Arquivo Imigrante.
Estamos tirando esse projeto de Vitória e levando para os municípios. Já levamos para Santa Leopoldina, trouxemos hoje para Venda Nova do Imigrante e levaremos para Domingos Martins nos próximos dias, para Atilio Vivacqua e Pinheiros. Nossa finalidade não é apenas o entretenimento, temos a finalidade de salvar vidas”, declarou o secretário de Estado da Cultura, João Gualberto Vasconcellos.
O secretário anunciou ainda a implantação do Laborarte, projeto da Secult que visa a formação da juventude, nos bairros de vulnerabilidade. “Vamos começar a atuar, no dia 14 de novembro, na formação de 200 jovens do bairro Vila Nova de Colares, na Serra. Um mês depois estaremos em Santa Rita e em mais 30 dias, em Nova Rosa da Penha. Estaremos formando 600 jovens nesses bairros para dar-lhes uma profissão no campo da cultura. Muitas vezes os jovens não querem mais seguir as profissões tradicionais, especialmente aquelas a que se destinam tradicionalmente os setores mais pobres da população. Então estamos treinando pessoas para lidar com as profissões que encantam a juventude, como o audiovisual, a música, para que os jovens possam exercer essas profissões”, afirmou João Gualberto Vasconcellos.
Ele enfatizou que a cultura está tentando contribuir para tirar a juventude da violência. “Temos a certeza de que neste governo a cultura não tem apenas um papel ornamental, e sim o papel de lidar com esta massa, de formar este grupo de pessoas, transformando esses jovens em trabalhadores da Economia Criativa, da economia da cultura. Além dessa missão, estamos tentando organizar e articular uma presença mais forte nos municípios. Estamos começando a implantar o que chamamos de Sistema Estadual de Cultura, temos agora uma gerência para lidar com isso, então estaremos estendendo as nossas ações às prefeituras, de mãos dadas com os municípios, e temos várias ações neste campo, como a gestão dos Sítios Históricos”, disse.
Criada em 1998, a Fundação Máximo Zandonadi tem por finalidade preservar, cultivar e incentivar os valores da fé, cultura, educação, família, comunidade e ecologia que foram a base da vida e ação transformadora de Máximo Zandonadi. A entidade é conduzida por uma equipe multidisciplinar de profissionais voluntários das áreas de educação, administração, saúde, assistência social e jornalismo. Reconhecida como Entidade de Utilidade Pública Municipal e Estadual, a Fundação pretende concretizar outros projetos considerados prioritários não só para Venda Nova, como também para os municípios vizinhos.
Coral Viva Você
O Coral Viva Você, composto por 25 coralistas,dentre servidores ativos e aposentados da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) e alunos da rede estadual de ensino, sob regência da maestrina Adriana Dutra, encantou todos os presentes com um repertório especial, recheado de canções da MPB.
A programação da noite incluiu ainda a exibição do documentário “Brasil Talian”, obra dirigida por André Costantin e produzido por Fernando Roveda entre 2011 e 2014 e que tem como tema a preservação dos dialetos da imigração italiana no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo.
Arquivo Imigrante
Nesta sexta-feira, o município de Venda Nova do Imigrante também recebeu o “Arquivo Imigrante”, segundo núcleo de atendimento do “Projeto Imigrantes” do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES), fora da sede da instituição. Com isso, o solicitante que quiser conhecer a origem dos seus antepassados terá acesso ao banco de dados do APEES, na Casa da Cultura, no próprio município. Nele constam informações sobre famílias provenientes de diversas nacionalidades, como Itália, Alemanha, Espanha e Líbano, que chegaram às terras capixabas a partir de 1812.
No local poderá ser solicitado o “Registro da Entrada do Imigrante”, no qual se tem a idade, profissão, religião, país e região, porto de destino, dentre outros elementos, que permitem ao descendente saber a sua história. Segundo o diretor geral do APEES, Cilmar Franceschetto, a abertura do espaço representa uma nova fase dos serviços de pesquisa prestados pela instituição. “Este projeto tem por finalidade instalar nos municípios do interior um setor de atendimento permanente, nos moldes dos serviços disponibilizados em nossa sala de consulta, ampliando o acesso e incentivando o estudo da história, da genealogia e a preservação dos documentos”.