14/05/2019 13h58 - Atualizado em 14/05/2019 14h00

‘Raiar da Liberdade’ lembra o 13 de Maio, em Cachoeiro de Itapemirim

Com o tema “O Canto da Liberdade” e a participação de grupos folclóricos da região sul, o evento relembrou a luta do povo negro pelo fim da escravidão.

Nessa segunda-feira (13), a comunidade a Comunidade Quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim, celebrou a festa “Raiar da Liberdade”, em alusão ao 13 de Maio.  Com a temática “O Canto da Liberdade”, o evento contou com a presença maciça da população e de diversos grupos folclóricos da região sul capixaba. Foi um momento para relembrar a luta do povo negro pelo fim da escravidão no Brasil, estimulando uma reflexão sobre o tema.

  Neste ano, a festa contou com o patrocínio do Governo do Estado, por meio do Edital de Culturas Populares da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). A Secretaria municipal de Cultura e Turismo de Cachoeiro de Itapemirim também apoiou o evento, que foi marcado pela alegria contagiante. Atraído pela energia da festividade, quem foi só para assistir também entrou nas rodas para dançar ao som dos tambores, das palmas e dos jongos.

Entoando canções que têm a abolição como tema central, os grupos de Caxambus, Jongos, Charolas, entre outros, deixavam fortes declarações de um passado de escravidão, como nos diz a letra de uma das músicas: “No dia 13 de maio/Quando o senhor me batia/Eu gritava por Nossa Senhora, meu Deus/Quando o chicote doía”.

Integrante do grupo de Charola de São Sebastião, de Cachoeiro, Erotildes Quirino comentou a importância do encontro. “Estar participando do 13 de Maio aqui em Monte Alegre é uma alegria muito grande. Quase todos os anos meu grupo se apresenta aqui, com muito gosto. Fazemos questão de vir, vale muito a pena fazer parte desta festa, que é linda!”, disse.

Reconhecido como o mais antigo e tradicional evento cultural do Espírito Santo, a festa é liderada há mais de 50 anos pela mestra de Caxambu, Maria Laurinda Adão. “Aqui em Monte Alegre encontramos nossos irmãos para comemorar e debater o fim da escravidão, que foi tão ruim para nós, negros”, declara a mestra, que todos os anos recebe seus convidados, sempre com uma ótima feijoada e muita simpatia.

Um dos organizadores da festa há mais de 20 anos é Genildo Coelho Hautequestt Filho, gestor de projetos culturais. Ele fala das lutas do povo negro que não acabaram com abolição da escravatura. “Além da intolerância racial, nosso povo sofre muito a intolerância religiosa, principalmente aqueles que praticam alguma religião de matriz africana, como a umbanda e o candomblé”, afirmou. 

  Coelho explica que a festa é também é um momento de reflexão sobre essas questões. “Esse preconceito muitas vezes parte dos poderes instituídos, sendo que, pela Constituição Federal, o Estado deveria ser laico. Esse é o motivo pelo qual buscamos também, nesta oportunidade, discutir quais foram os efeitos que a Lei Áurea trouxe para o povo negro. Será mesmo que a escravidão acabou no Brasil ou ainda está impregnada em nossa sociedade patriarcal e segregadora?”, questiona.

De acordo com a tradição oral, os festejos acontecem sempre na data de 13 de maio, desde a assinatura da Lei Áurea, em 1888. Além de Maria Laurinda, desde o ano 2000 o evento é organizado em parceria com a Associação de Folclore de Cachoeiro de Itapemirim.

 

Mais informações:
www.facebook.com/associacaofolclorecachoeiro
(27) 99915-2453 – Genildo Coelho Hautequestt Filho
Luan Faitanin Volpato


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